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Cecília Meireles – Versos na tarde – 27/04/2016

Extrato do Romanceiro da Inconfidência Cecília Meireles¹ Melhor negócio que Judas fazes tu, Joaquim Silvério! Pois ele encontra remorso, coisa que não te acomete. Ele topa uma figueira, tu calmamente envelheces, orgulhoso e impenitente com teus sombrios mistérios. (Pelos caminhos do mundo, nenhum destino se perde: há os grandes sonhos dos homens, e a surda força dos vermes.) ¹Cecília Benevides de Carvalho Meireles * Rio de Janeiro,Brasil – 7 Novembro 1901 d.C + Rio de Janeiro,Brasil – 9 Novembro 1964 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Saiba como é a vida dentro de uma fábrica de iPhones na China

Quem conhece um pouco da indústria de tecnologia sabe que praticamente tudo é produzido na China. (Foto: reprodução/Bloomberg) Os baixíssimos salários dos trabalhadores, somados a uma lei trabalhista bem frouxa, criaram um cenário amplamente favorável para a indústria local, ao mesmo tempo em que sacrificaram radicalmente a qualidade de vida dos funcionários. Nos tempos atuais, começou a “pegar mal” as notícias de que trabalhadores começaram a se suicidar nas fábricas, e que as empresas tiveram que começar a instalar grades e redes de proteção para evitar mais casos similares.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os casos começaram a chegar ao Ocidente, e as empresas começaram a pressionar para que as pessoas responsáveis por montar seus produtos sejam tratadas de forma mais humana. Para demonstrar o progresso que tem sido feito nesta área, John Sheu, presidente das instalações da Pegatron, uma das empresas responsáveis pela montagem do iPhone, convidou jornalistas da Bloomberg a conhecer a fábrica e seus 50 mil funcionários, responsáveis pela produção do smartphone da Apple. Os jornalistas puderam observar os procedimentos rígidos de segurança, voltados a impedir o vazamento de informações sobre os produtos que ainda não foram revelados para o público. Todos os visitantes e trabalhadores passam por detectores de metal que visam revelar possíveis dispositivos com câmeras que possam ser usados para fotografar os aparelhos. Ao passar pela segurança, eles seguem setas coloridas no chão, e passam por corredores revestidos com pôsteres motivacionais. Eles passam por uma escadaria com as tais redes de proteção antissuicídios, até chegarem aos armários, onde precisam colocar suas redes para cabelos, vestir uma jaqueta rosa e trocam seus sapatos por chinelos de plástico. Depois de se alinharem com precisão militar, os funcionários são divididos em unidades de produção de 320 pessoas, organizadas em quatro fileiras de 80 trabalhadores antes de começarem as atividades. Ao entrar na fábrica, os trabalhadores precisam, além de passar pelo detector de metais, verificar suas identidades, o que é feito por meio da apresentação de um crachá e identificação facial. Além de impedir intrusos, o processo serve para garantir que ninguém está trabalhando mais do que o permitido. Sim, depois da pressão ocidental, o cuidado com o excesso de horas extras aumentou significativamente. Os funcionários podem realizar horas extras para ganhar um dinheiro a mais, mas agora eles têm um limite. A Apple determina que seus parceiros adiram às diretrizes do Electronic Industry Citizenship Coalition (Coalizão da Cidadania da Indústria de Eletrônicos) que proíbem que os trabalhadores façam mais de 80 horas extras por mês. No entanto, a lei chinesa determina um máximo de 36 horas; a empresa diz que consegue driblar esta restrição pelo fato de o trabalho ser sazonal. Para o monitoramento destas horas, o sistema de identificação conta com crachás que acompanham o tempo, os pagamentos e até os gastos com dormitórios e refeições. Pode parecer excessivo, mas pelo menos fez com que a empresa se aproximasse a quase 100% do cumprimento dos regulamentos sobre horas extras. A única exceção são os engenheiros trabalhando em reparos de emergências. Uma auditoria da Apple mostrou 97% de conformidade com as diretrizes de um máximo de 60 horas de trabalho por semana. O problema continua sendo o pagamento baixo. Um funcionário que preferiu não se identificar conta que “os trabalhadores sempre querem fazer mais horas porque os salários são baixos. Nós podemos ganhar muito mais com horas extras, então nós sempre queremos mais horas extras”, afirmou à reportagem. A empresa diz que, contando com as horas extras, os funcionários conseguem levar para casa em média entre 4.200 e 5.500 yuans (algo entre R$ 2,3 mil e R$ 3 mil) em um mês. No entanto, uma trabalhadora mostrou à Bloomberg que seu salário-base era de 2.020 yuans (cerca de R$ 1,1 mil), o que dá uma dimensão de quantas horas extras os funcionários costumam fazer em um mês para ter um salário mais satisfatório. Para referência: um iPhone 6 no país custa 4.488 yuans (R$ 2,4 mil). A empresa ainda está na mira de organizações como a China Labor Watch, que afirmam que ainda há evidências de trabalho excessivo nas fábricas. Via Bloomberg

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França tenta barrar acordo comercial entre União Europeia e o Mercosul

A França está tentando barrar as negociações para um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, o bloco que reúne Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai (além da Venezuela, que não participa das negociações) e que representa mais de 80% do PIB da América do Sul, segundo apontam vários membros da UE e confirma a Comissão Europeia. Colheita de soja no Estado do Paraná, no Brasil. ANP  A troca de ofertas, que representa o início da negociação formal, está marcada para a segunda semana de maio, mas a França já pediu que o encontro seja adiado até que se conclua um estudo sobre o impacto que as concessões neste ou em outros acordos comerciais teriam sobre o setor agrícola da União.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A França, que conseguiu o apoio de mais 12 países da União Europeia (Polônia, Áustria, Grécia, Irlanda, Hungria, Romênia, Lituânia, Estônia, Letônia, Chipre, Eslovênia e Luxemburgo), opõe-se aos demais membros, liderados por Espanha, Alemanha, Itália, Portugal, Reino Unido e Suécia. Em carta dirigida à Comissão no dia 7 de abril, o bloco liderado por Paris advertiu que a proposta ao Mercosul afeta “produtos sensíveis” e que seria considerada uma “provocação” pelos agricultores europeus. O presidente francês, François Hollande, expressou seu apoio a essa negociação em uma recente visita a Uruguai e Argentina, no fim de fevereiro. Mas o conflito com os agricultores – que inclui novos ataques contra caminhões carregados de vinho espanhol – poderia obrigar o Executivo francês a manter uma posição mais defensiva, apesar das promessas do presidente. MAIS INFORMAÇÕES Mercosul marca reunião urgente para discutir crise no Brasil Brasil-Argentina: hora de recuperar o tempo perdido A Comissão espera que a situação não se complique mais. Vários países protestaram através dos ministros de Agricultura, mas ao mesmo tempo “o Conselho deu um mandato negociador com um amplíssimo apoio”, aponta um porta-voz. “Não serão eliminadas as tarifas em todos os produtos, mas se trata de um acordo de base ampla, não só agrícola, e o objetivo é encontrar um enfoque ambicioso e equilibrado, que permita seguir adiante e, ao mesmo tempo, leve em conta as diferentes sensibilidades que se tornaram evidentes ao longo deste processo”, diz a mesma fonte. O objetivo de Paris não é só retardar a troca de ofertas, mas também excluir os contingentes tarifários no setor agrícola, em que os países sul-americanos são mais competitivos. Fontes diplomáticas espanholas temem que a negociação fracasse se a tese francesa prevalecer: o acordo perderia atrativo para os países sul-americanos, que baseiam suas exportações à UE em produtos básicos ou semifaturados. O que se sabe até agora é que algumas das exigências de Paris podem ser acatadas: o consumo de carne bovina chega a 7,8 milhões de toneladas, mas a proposta da Comissão poderia incluir um máximo de 78.000 toneladas: apenas 1%. A decisão final cabe à Comissão, que deve ouvir a opinião dos Estados membros e não consegue fechar um acordo que já demora vários anos. Em 27 de novembro, os ministros do Comércio dos 28 países da UE deram luz verde para o início das negociações, apesar da oposição da França, que alegou que a oferta do Mercosul só cobria 87% das linhas tarifárias e não 89% como se exigia. “Ficou claro que uma ampla maioria de Estados quer essa troca de ofertas e confiemos que a Comissão tomará a decisão correta”, declarou o secretário de Estado de Comércio espanhol, Jaime García-Legaz. As negociações entre UE e Mercosul emperraram em 2012 e só se falou em retomá-las em junho do ano passado, na Cúpula UE-CELAC (Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe) em Bruxelas. A chegada ao poder do novo presidente argentino, Mauricio Macri, firme partidário do acordo, deu um impulso decisivo às negociações. Depois de perder a batalha na reunião de responsáveis pelo Comércio, a França manobrou através dos ministros da Agricultura, segundo as fontes consultadas, com o objetivo não só de adiar a troca de ofertas, como também de excluir os contingentes tarifários no setor agrícola, o que significa um retrocesso em relação à proposta apresentada pela UE em 2004. Por enquanto, conseguiu que seja realizado o estudo sobre o impacto na agricultura europeia não só das negociações com o Mercosul, mas também do recente acordo com o Canadá ou do que se negocia com os Estados Unidos (TTIP), previsto para setembro. A Espanha receia que, se a negociação for barrada agora, vai se perder uma oportunidade de ouro e a América do Sul pode ficar desvinculada das grandes áreas de livre comércio que se estão configurando em torno dos acordos que a UE e os Estados Unidos negociam entre si e com os países do Pacífico. Claudi Perez e Miguel Gonsalez/El País

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Febre do lítio: avanço global do ‘petróleo branco’ é estratégica para América Latina

Em meio à nuvem negra que paira sobre a indústria de mineração global, há um ponto brilhante e esperançoso: o lítio. O interesse pelo lítio é tal que um banco de investimentos o apelidou de “o novo petróleo” – Image copyright AFP Este ano parece ser chave para a decolagem da produção desse metal, indispensável para o funcionamento de muitas baterias de carros elétricos e outros dispositivos de alta tecnologia, incluindo iPhones. Por isso, enquanto os produtores de petróleo lamentam seus infortúnios e as empresas de mineração tentam sobreviver ao naufrágio dos mercados, o setor de lítio vive bons momentos. E isso promete trazer grandes benefícios a vários países sul-americanos, liderados por Argentina, Chile e Bolívia. ‘Nova Gasolina’ O preço do lítio importado da China dobrou em dois meses, entre novembro e dezembro de 2015, atingindo US$ 13.000 por tonelada, de acordo com a revista The Economist. O interesse pelo metal é tamanho que o banco de investimentos Goldman Sachs o apelidou de “a nova gasolina”. Um relatório da consultoria americana Allied Market Research estima que o mercado mundial de baterias de lítio poderia valer US$ 46 bilhões em 2022. Parte da euforia tem a ver com o anúncio do empresário Elon Musk no início deste mês sobre seu desejo de expandir a produção dos carros elétricos Tesla. Centenas de milhares de pessoas encomendaram com antecedência o novo Modelo 3, e o empresário está construindo uma fábrica gigante de baterias para os carros no deserto de Nevada, nos Estados Unidos. “Para produzir 500.000 veículos por ano, basicamente precisamos absorver toda a produção de lítio no mundo”, disse Elon Musk em entrevistas. Minas latinas E esse é apenas um dos concorrentes do mercado de carros elétricos, sem mencionar os produtores de pilhas para computadores e outros dispositivos eletrônicos, que também precisam garantir boas fontes de lítio. Bolivia tem entre suas bonitas paisagens o Salar de Uyuni que é, talvez, o mais depósito do mineral. Image copyright Cultura RM Alamy Na América Latina, há razões para olhar com muito interesse essa corrida: três nações localizadas em uma espécie de “triângulo de ouro” do lítio concentram reservas importantes do metal. Argentina, Bolívia e Chile estão na mira da indústria mineira. Os três países agrupam cerca de 60% das reservas conhecidas de lítio, de acordo com estudos realizados pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em Inglês). Isso levou a revista norte-americana Forbes a declarar há alguns anos que a área é a “Arábia Saudita do lítio”, em uma referência à abundância de petróleo no país do Oriente Médio. Entre a paisagem colorida do Salar de Uyuni, a Bolívia tem o que pode ser o maior depósito do mineral. Mas, de acordo com o especialista boliviano em lítio Ballivian Oscar Chávez, o grande problema da Bolívia é que o lítio de seu salar está muito misturado com magnésio, e insumos caros são necessários para separá-los. Além disso, há fortes restrições a investimentos estrangeiros impostas pelas autoridades. Isso embora o governo do presidente Evo Morales venha procurando estabelecer condições às multinacionais interessadas em explorar o lítio para permitir que o país sul-americano mantenha um controle significativo da indústria. Morales diz que não quer repetir a história de mineração do país, em que entidades estrangeiras por séculos exploraram os recursos bolivianos sem deixar grandes benefícios para as comunidades locais. A produção em larga escala na Bolívia ainda não começou. Mas há planos com uma fábrica estatal experimental de produção de carbonotado de lítio no Salar de Uyuni. Na Bolívia, produção de lítio é complicada pela mistura do mineral com magnésio Image copyright Reuters Investimento estrangeiro Na Argentina e no Chile, por sua vez, várias empresas privadas já extraem o metal, embora, como na Bolívia, alguns dizem que os esforços dessas nações deveriam concentrar-se na produção de baterias, de maior valor agregado, em vez de simples remoção do metal. O Chile é responsável por cerca de 33% da oferta mundial de lítio. Para o mercado, a chegada ao poder na Argentina de Mauricio Macri, um presidente simpático ao investimento estrangeiro, vai dinamizar a entrada de capitais externos no setor de exploração do lítio. Evo Morales procura estabelecer condições para que Bolívia mantenha controle de sua indústria – Image copyright Reuters Empresas japonesas, americanas, australianas e de vários países europeus participam, com planos ou projetos em curso, desta corrida para garantir fontes de lítio. No entanto, como acontece com muitos outros setores de mineração na América Latina, há aqueles que alertam para possíveis consequências sociais e ambientais desse crescimento. As paisagens quase intactas das grandes salinas andinas podem ser condenadas a desaparecer para satisfazer à demanda externa por baterias. E ainda não se sabe se as comunidades que vivem no seu entorno receberão os benefícios de ser o epicentro mundial da produção da “nova gasolina”. BBC

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