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Carlos Pena Filho – Versos na tarde – 07/03/2016

Testamento de um Homem Sensato Carlos pena Filho¹ Quando eu morrer, não faças disparates nem fiques a pensar: “Ele era assim…” Mas senta-te num banco de jardim, calmamente comendo chocolates. Aceita o que te deixo, o quase nada destas palavras que te digo aqui: Foi mais que longa a vida que eu vivi, para ser em lembranças prolongada. Porém, se um dia, só, na tarde em queda, surgir uma lembrança desgarrada, ave que nasce e em vôo se arremeda, deixa-a pousar em teu silêncio, leve como se apenas fosse imaginada, como uma luz, mais que distante, breve. ¹ Carlos Souto Pena Filho * Recife, PE – 1929 d.C + Recife, PE – 1960 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Zika mata células de cérebros em desenvolvimento, aponta estudo americano

O vírus Zika mata um tipo de tecido essencial para cérebros em desenvolvimento, afirmam pesquisadores. Estudo americano é mais uma evidência da relação entre zika e microcefalia Image copyright Reuters Em testes de laboratório, o Zika foi capaz de destruir ou impedir o crescimento de células progenitoras neurais, que constroem o cérebro e o sistema nervoso. A descoberta, anunciada na publicação científica Cell Stem Cell, reforça a crença de que o vírus esteja causando as más-formações nos cérebros de bebês. Os pesquisadores americanos, alertam, porém, que isso ainda não representa uma relação definitiva entre o Zika e a condição.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde brasileiro, já são 641 confirmações de microcefalia ou outras más-formações em cérebros de bebês. Outros 4,2 mil casos suspeitos estão sob investigação e pouco mais de 1 mil foram descartados. A epidemia de zika tem sido amplamente apontada como o motivo do aumento dos casos de microcefalia, mas esse elo ainda não foi cientificamente confirmado aos olhos da Organização Mundial da Saúde. A equipe americana, formado por pesquisadores das universidades Johns Hopkins (Maryland), do Estado da Flórida e Emory (Geórgia), infectou um grupo das células com o Zika por duas horas e analisou essas amostras três dias depois. Uma das primeiras imagens do vírus Zika, em amostra retirada de um paciente sul-americano O vírus conseguiu infectar até 90% das progenitoras neurais em uma das amostras, levando à morte de cerca de um terço das células e a sérios danos nas demais. Um efeito similar teria resultados devastadores em um cérebro em desenvolvimento. Por outro lado, o Zika foi capaz de infectar apenas 10% dos outros tecidos testados, incluindo células cerebrais mais avançadas, renais e tronco. A professora Guo-li Ming, uma dos cientistas responsáveis pelo estudo, afirmou que as descobertas são significantes e representam um primeiro passo para entender a relação entre zika e microcefalia. “As células progenitoras neurais são especialmente vulneráveis ao vírus Zika”, afirmou ela ao site da BBC. “Elas dão origem ao córtex – a principal parte (do cérebro) a apresentar volume reduzido na microcefalia.” “Mas esse estudo não provém uma evidência direta de que o vírus Zika é a causa da microcefalia.” Segundo a pesquisadora, são necessários mais estudos em cérebros em miniatura, criados em laboratório, e em animais. Brasil já registra mais de 600 casos confirmados de microcefalia Image copyright Reuters Ainda não está claro o motivo de essas células serem tão vulneráveis – elas aparentemente não criam uma defesa contra a infecção pelo Zika. Embora não seja definitivo, o estudo se soma às evidências já anunciadas pela comunidade científica – incluindo a descoberta do vírus em cérebros de bebês mortos e em líquido amniótico. Madeleine Lancaster, que pesquisa o desenvolvimento do cérebro no Laboratório de Biologia Molecular do MRC (Conselho de Pesquisas Médicas britânico, na sigla em inglês), afirmou que o estudo é um “significativo passo adiante”. “Os efeitos vistos poderiam explicar o surto de microcefalia e abrem alas para muitos estudos futuros sobre como o vírus afeta células-tronco e sua habilidade de produzir neurônios em cérebros em desenvolvimento”, afirmou ela ao site da BBC. “Eu acho que se trata de uma contribuição muito importante, e num momento extremamente oportuno.” Mas a cientista concorda com os pesquisadores: é preciso investigar mais. “(Deve-se) testar se o Zika afeta a produção de neurônios e o tamanho do cérebro” e descobrir como ele atravessa a placenta, afirma. Bruce Aylward, da Organização Mundial de Saúde, diz que as evidências de que o Zika esteja causando microcefalia e outra condição – a síndrome de Guillain-Barré – se acumulam. “Desde a declaração de emergência internacional, em fevereiro, as evidências de uma relação causal vêm se acumulando.” BBC/James Gallagher

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Brasil não tem oposição coesa para aproveitar fraqueza de Dilma, diz filósofo

Com todos os acontecimentos ocorridos na última semana, as condições para o impeachment da presidente Dilma Rousseff se ampliam. Porém, não há uma oposição coesa que possa se aproveitar desse momento de fraqueza do PT e do governo. Para filósofo, Dilma está em um momento de grande fraqueza Image copyright AP Essa é a opinião do professor de ética e filosofia da Unicamp Roberto Romano, especialista em política. Doutor em filosofia pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, de Paris, e pós-doutor pela Unicamp, Romano vê a ação realizada pela Polícia Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como resultado do “imenso ego” do líder petista. Segundo ele, o que é preciso temer agora é o risco de acirramento das disputas nas ruas. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] BBC Brasil – Como o senhor avalia a sexta-feira? Roberto Romano – Foi certamente um dia inédito. Mas não foi um dia histórico. Quando muito, foi histérico. O que vimos foi o caminhar de uma ação institucional contra um líder importantíssimo. Um ex-presidente que saiu do poder com 80% de aprovação popular. Lula foi levado coercitivamente para depor na última sexta-feira. Image copyright AFP BBC Brasil – Na opinião do senhor, a ação foi exagerada? Roberto Romano – Não. Mas houve uma aceleração de um processo que poderia ser feito com mais tranquilidade. BBC Brasil – E ao que se deve essa aceleração? Roberto Romano – Houve uma situação de um ego enorme do presidente Lula, que se sentiu desrespeitado por ter sido convocado para depor e foi desafiando as instituições. Mas ainda é preciso investigar o grau das provas que vão integrar o processo. O que vimos hoje foi mais um resultado desse imenso ego. BBC Brasil – O como Lula sai depois da condução coercitiva para depor? Roberto Romano – Lula sai muito enfraquecido. É claro que ele segue sendo uma liderança importantíssima. Mas é alguém que chegou a 80% de aprovação e hoje está no cenário em que está (20% da intenção de votos e 49% de rejeição, segundo pesquisa do Datafolha divulgada em fevereiro). Com esse episódio, vai perder ainda mais popularidade. Além da casa do ex-presidente, PF também fez operação em locais como o Instituto Lula – Image copyright Reuters BBC Brasil – E qual o impacto no Partido dos Trabalhadores? Roberto Romano – O PT está pagando por um de seus maiores erros. Não podemos esquecer que o maior problema aqui é o relacionamento simbiótico entre Lula e o partido. Esse foi um erro estratégico do PT, porque as lideranças regionais foram podadas. Se hoje essas lideranças existissem, que fossem quatro ou cinco pessoas, Lula estaria numa situação mais confortável. Mas ele está sozinho. Outro erro foi o PT se distanciar da sua base e abandonar a militância, dando preferência as alianças políticas. Se quiser retomar o seu ímpeto político, o PT precisa rememorar sua história e retomar isso. BBC Brasil – Com os desdobramentos desta sexta-feira, como ficam as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff? Roberto Romano – Agora (com a condução coerciva de Lula), as condições para o impeachment se ampliam. Mas é preciso lembrar que o Brasil não tem uma oposição coesa, capaz de fazer frente ao governo, para aproveitar esse momento de fraqueza da presidente. O que temos hoje são vários líderes oposicionistas, mas cada um com um interesse próprio. O PMDB teria essa capacidade de coesão em momentos de crise, mas para isso precisaria passar por uma acomodação interna. Leia também: Cunha vira réu no STF: o que deve acontecer agora? Filósofo teme acirramento da disputa nas ruas – Image copyright Reuters BBC Brasil – No cenário atual, há riscos de radicalização? Roberto Romano – Eu não acredito em “venezuelização” do país, até porque o PT não tem o controle total do Estado e nem uma grande hegemonia, como os chavistas. Mas tenho receio do que pode acontecer em termos de protestos e enfrentamentos de rua, já que não temos um sistema nacional de segurança eficiente. Com a polícia truculenta que temos, o que pode acontecer na Avenida Paulista com milhares de lulistas e oposicionistas? Não há como descartar a possibilidade de violência e até mortes. Vivemos em um país em que não há governabilidade. BBC Brasil – Como assim? Roberto Romano – Estamos vivendo uma crise do Estado brasileiro. Porque o nosso Estado segue moldes do século 19. É claro que temos crises semelhantes em muitos outros países. Mas a máquina do Estado brasileiro é totalmente ultrapassada, com privilégios de foro e outros fatores que só acontecem no Brasil. Mariana Della Barba/BBC

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Eleições 2018 – Bandeira de Mello: “Lula vai ganhar a próxima eleição”

Para jurista, condução coercitiva de ex-presidente foi absurda e ilegal. Para ele, o mandado foi absurdo, ilegal, e correspondeu a uma tentativa de ferir a imagem de Lula. No entanto, o episódio o fortalece, garante o jurista. O jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, em entrevista exclusiva ao Jornal do Brasil, criticou a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada na última sexta-feira (4), pela 24ª fase da Operação Lava Jato. “O tiro saiu pela culatra. Quiseram humilhar o Lula e não conseguiram. Ele vai percorrer o país, intensificar a militância política, e ganhar a próxima eleição. Ou eles conseguem impedi-lo de se candidatar ou ele ganha a eleição”, afirma Bandeira de Mello. Ele aponta a ilegalidade na condução coercitiva do ex-presidente: “Você levar uma pessoa sob condução forçada, que não se recusou a depor, é uma injuridicidade. As pessoas responsáveis por isso mereceriam uma punição exemplar, ser excluídos da magistratura”, cobra.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Para o jurista, “Lula sempre foi condescendente com os adversários”, nunca retaliando ninguém. “Acho que se ele continuar leniente em relação aos adversários ele vai se dar mal. Ele deve tomar as atitudes que já deveria ter tomado há muito tempo”. Bandeira de Mello criticou ainda a imprensa brasileira, monopolizada em sua opinião: “Não há liberdade de imprensa. Não existe liberdade de imprensa se quatro ou cinco empresas dominam a informação pública. Não há uma expressão da verdade, mas de interesse. Deve-se disciplinar as empresas deste setor, regulamentando-as. Alguém que tem jornal não deve ter televisão”. O jurista diz não entender como “o governo financia os que atacam a ele”. “Por que financiar os adversários? Se deixar de financiar vão à míngua e morrem”, referindo-se a grandes veículos de comunicação. Thomas  Badofszky/Jornal do Brasil

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