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Ministro do STF chama de golpe rito do impeachment que Câmara queria adotar

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, criticou duramente o Congresso ao falar sobre o processo de impeachment numa palestra organizada pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais. Deu-se no último sábado, no litoral da Bahia, num hotel luxuoso da Praia do Forte. Testemunha da cena, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) relata que Barroso chamou de “golpe” o rito que a Câmara queria impor na tramitação do pedido de interrupção do mandato de Dilma. “O Barroso descascou o Parlamento”, contou Perondi ao blog. “Ele disse que o processo de impeachment não obedeceu regras. Que era um golpe. Usou a palavra golpe. Disse que os deputados não seguiram o regimento interno da Câmara.”[ad name=”Retangulos – Direita”] Barroso se referia aos procedimentos adotados para a composição da comissão de deputados que analisará o pedido de impeachment antes da apreciação em plenário. Numa votação secreta, presidida por Eduardo Cunha, os deputados elegeram  uma chapa avulsa, de maioria anti-Dilma. Guiando-se pelo voto de Barroso, o plenário do Supremo ordenou à Câmara que refaça todos os procedimentos, dessa vez com votação aberta e chapa indicada pelos líderes partidários, sem candidatos avulsos. Perondi havia se preparado para questionar Barroso caso ele falasse sobre o impeachment. No entanto, a palestra do ministro terminou sem que a plateia fosse convidada a dirigir-lhe perguntas. O deputado não se deu por achado. Interpelou o ministro após o encerramento de sua palestra. “Eu disse a ele: o senhor não foi correto, não foi decente. Não leu corretamente o regimento da Câmara. Fez de bobos os seus colegas.” Barroso dissera que o rito estipulado pelo STF repetia os procedimentos aplicados no processo que resultou no afastamento de Fernando Collor. Perondi recordou que, no caso Collor, a comissão que analisou o pedido de impeachment fora escolhida por aclamação, em votação simbólica precedida de acordo. Por isso não houve chapa avulsa nem a necessidade de realizar votação secreta. Barroso irritou-se com o timbre utilizado pelo deputado. Ameaçou retirar-se caso o interlocutor não o deixasse falar. Em resposta à acusação de que fizera seus colegas de bobos, o ministro disse que “não há bobos no Supremo.” Perondi voltou à carga. “Eu disse ao Barroso: o senhor fez de bobos os seus colegas, o Parlamento brasileiro e a nação. Virei as costas e me retirei.” Depois, Perondi ainda anotaria na sua página no Facebook: “…o ministro Barroso, do Supremo, defendeu seus erros, na intervenção que realizou no poder Legislativo em relação ao rito do Impeachment. Atacou o parlamento. Enfrentei-o! Irritou-se. Afirmou que não muda seu voto. E que ninguém é bobo no Supremo. Disse a ele que fez de bobo o povo brasileiro; que não foi decente. […] Ministro Barroso é estudioso, mas errou feio. Serviu a Dilma. Esqueceu sua formação jurídica.” Blog Josias De Sousa

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‘Exército pode se recusar a cumprir ordens de Trump’, diz ex-diretor da CIA

Ex-diretor da CIA afirma que discurso do candidato republicano viola todas as leis internacionais de conflitos armados. ‘Você não é obrigado a seguir uma ordem ilegal’, disse Hayden (Foto: Flickr) O ex-diretor da CIA Michael Hayden afirmou que há uma possibilidade legítima de que o Exército dos Estados Unidos se recuse a cumprir ordens dadas por Donald Trump caso o candidato republicano se torne o presidente do país. A afirmação foi feita na última sexta-feira, 26, no programa “Real Time with Bill Maher” do canal americano HBO.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Leia também: Por que Rússia e China torcem para Trump? “Eu ficarei incrivelmente preocupado se um presidente como Trump governar da maneira que ele se expressa em sua campanha eleitoral”, disse Hayden, que também foi chefe da Agência de Segurança Nacional americana entre 1999 e 2005. Para ele, a retórica do candidato levanta questões preocupantes. As declarações de Trump nas primárias, acerca de questões como a de refugiados e combate ao terrorismo, têm sido polêmicas. No início deste mês, Trump disse a uma comunidade de aposentados da Carolina do Sul que apoia técnicas de tortura em interrogatórios, como o afogamento e técnicas similares, para obter informações vitais de terroristas. “Tortura funciona”, afirma o candidato. A prática foi proibida desde o primeiro mandato do presidente Barack Obama. Além disso, Trump teria dito em diversas ocasiões que os Estados Unidos deveriam matar familiares de terroristas. “Eles não se importam com as próprias vidas, mas acreditem, se importam com a de sua família”, disse Trump no debate Republicano em dezembro do ano passado. Durante a entrevista, Michael Hayden disse que se Trump ordenasse que as Forças Armadas americanas matem familiares de terroristas, elas poderiam se recusar a cumprir a determinação. “Você não é obrigado a seguir uma ordem ilegal. Isso seria uma violação a todas as leis internacionais de conflitos armados”, afirmou o ex-mandatário da CIA. Fontes: Washinton Post-Former CIA director: Military may refuse to follow Trump’s orders if he becomes president

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