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Boris Pasternak – Versos na tarde – 29/02/2016

O Dom da poesia Boris Pasternak¹ Deixa a palavra escorregar, Como um jardim o âmbar e a cidra, Magnânimo e distraído, Devagar, devagar, devagar. ¹Boris Leonidovitch Pasternak – Борис Леонидович Пастернак *Moscou, Rússia – 10 de Fevereiro de 1890 +Moscou, Rússia – 31 de maio de 1960 Poeta e romancista, autor de Dr. Jivago Premio Nobel de Literatura de 1958. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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América Latina vive o fim da era dourada da esquerda no poder

A derrota de Evo Morales no referendo boliviano, a quem muitos viam como o último moicano da esquerda bolivariana, marca uma mudança de ciclo evidente na América Latina, que começou com a vitória de Mauricio Macri na Argentina. Maduro conversa com Morales e Correa, em uma reunião na Bolívia. Fot: Jorge Abrego/efe MAIS INFORMAÇÕES PF investiga se o presidente do Peru, Ollanta Humala, recebeu propina da Odebrecht Evo Morales atribui sua derrota à “guerra suja” e às redes sociais Lava Jato ganha alcance internacional com João Santana e Odebrecht Depois de anos de grande crescimento e inclusão social, a crise econômica e uma sociedade latino-americana nova, com gerações exigentes que demandam mais e melhor democracia e não toleram a corrupção nem o poder absoluto, estão derrubando um a um quase todos os Governos da região.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A Argentina viveu o início do eixo bolivariano, com a reunião de Mar del Plata de 2005, que marcou uma década de afastamento dos EUA e de políticas contrárias à ortodoxia econômica. O país austral também marcou o final, com a derrota do kirchnerismo em novembro passado, depois de 12 anos no poder. Só três semanas depois foi a vez das eleições na Venezuela, que representaram o princípio do fim do chavismo no poder com a conquista de dois terços do Parlamento pela oposição. Agora a Bolívia também diz não à continuidade de Morales depois de 2019. O presidente equatoriano, Rafael Correa, também com problemas, anunciou que não tentará a reeleição em 2017.  E em poucas semanas, em abril, o Peru deve concluir o ciclo com a saída de cena de Ollanta Humala e o provável regresso de um Fujimori ao poder. O Brasil, por outro lado, vive uma crise política econômica e política permanente, e o Partido dos Trabalhadores, que governa o país há quase 13 anos, corre sérios riscos de não fazer um sucessor para a presidenta Dilma Rousseff em 2018, quando o ex-presidente Lula, que governou o país de 2003 a 2010, poderia se candidatar novamente. Mas, denúncias de corrupção ininterruptas na mídia que atingem o próprio Lula e outros membros do partido, além de uma recessão que já entra no seu segundo ano, reduzem as chances de que esse intento seja bem-sucedido. Algo parece evidente: na América Latina há correntes de fundo. Nos anos noventa triunfou o liberalismo. O início do século XXI chegou com um forte grito anti-neoliberal. Agora há uma guinada à direita? Ninguém parece corroborar com essa tese. Os dados indicam, na verdade, que os cidadãos latino-americanos, sobretudo as novas gerações, depois de conseguir uma maior inclusão social e um aumento da classe média, querem mais, e se tornaram muito críticos com o poder. Reconhecem as conquistas de seus Governos mas não se conformam. Morales, por exemplo, tem boa avaliação, poderia ganhar as eleições, mas quando esta semana perguntou-se se a população lhe permitiria mais uma reeleição, a ideia foi rechaçada com 51,3%. Querem mudança. Na Argentina, aconteceu algo parecido. Cristina Fernández de Kirchner tinha uma alta avaliação, mas, quando quis mudar a Constituição para poder continuar, perdeu em 2013 as eleições intermediárias, propostas quase como um plebiscito. Os dados indicam, na verdade, que os cidadãos latino-americanos, sobretudo as novas gerações, depois de conseguir uma maior inclusão social e um aumento da classe média, querem mais, e se tornaram muito críticos com o poder. Contra a corrupção Em todos os países há uma linha comum: os protestos exigem maior transparência, luta contra a corrupção e uma troca geracional. A Bolívia foi o país com maior crescimento econômico do eixo bolivariano. No entanto, como aconteceu a seus correligionários, diante do enfrentamento da economia e do surgimento de casos de corrupção, optou por defender-se recorrendo a um discurso do qual os cidadãos parecem já cansados: uma conspiração orquestrada pelos EUA. O fim da década dourada das matérias-primas também tem muito a ver com esta mudança de ciclo. As economias latino-americanas cresceram, entre 2003 e 2012, acima de 4%, segundo dados da CEPAL. Desde os anos sessenta, a região não registrou um período tão intenso. No entanto, as previsões do Fundo Monetário Internacional destacam que a economia latino-americana acabará 2016 com uma recessão do 0,3%. A queda das matérias-primas é a principal causa. Entre 2011 e 2015, a queda dos preços dos metais e da energia (petróleo, gás e carvão) foi de quase 50%, segundo a CEPAL. Só em 2015, os produtos energéticos caíram 24%. Estes anos de bonança e Governos de esquerda mudaram muitas coisas no continente. Durante a década de ouro, entre 2002 e 2012, os níveis de pobreza caíram de 44% para 29%, enquanto que os de pobreza extrema diminuíram de 19,5% para 11,5%, com um aumento considerável das classes médias. Também houve um aumento notável do gasto público. E isso implicou em inclusão social. Uma amostra: entre 1999 e 2011, segundo a Unesco, o nível de escolarização inicial passou de 55% a 75%. No entanto, os cidadãos não se conformam. Querem mais e melhor. E tudo indica que quase nenhum Governo ficará em pé diante desta onda. El País

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Tecnologia: Cientistas contra robôs armados

A inteligência artificial está atingindo um desenvolvimento tão intenso que inquieta até seus pesquisadores pelo uso indevido que se pode fazer dela. Mais de 1.000 cientistas e especialistas em inteligência artificial e outras tecnologias assinaram uma carta aberta contra o desenvolvimento de robôs militares autônomos, que prescindam da intervenção humana para seu funcionamento. O físico Stephen Hawking, o cofundador da Apple Steve Wozniak, e o do PayPal, Elon Musk, estão entre os signatários do texto, que foi apresentado na terça-feira em Buenos Aires, na Conferência Internacional de Inteligência Artificial, um congresso onde estão sendo apresentados mais de 500 trabalhos dessa especialidade e ao qual comparecem vários signatários do manifesto. O documento não se refere aos drones nem aos mísseis comandados por humanos, mas a armas autônomas que dentro de poucos anos a tecnologia de inteligência artificial poderá desenvolver e isso significaria uma “terceira revolução nas guerras, depois da pólvora e das armas nucleares”. Especialistas reconhecem que existem argumentos a favor dos robôs militares, como o fato de que reduziriam as perdas humanas em conflitos bélicos. Ao contrário das armas nucleares, as autônomas não apresentam custos elevados e nem requerem matérias-primas difíceis de obter para sua construção, de acordo com os signatários. Por isso eles advertem que é “apenas uma questão de tempo” para que essa tecnologia apareça no “mercado negro e nas mãos de terroristas, ditadores e senhores da guerra”. MAIS INFORMAÇÕES O futuro está chegando do céu… em drones Drones põem em xeque a segurança das usinas nucleares francesas “Ninguém está no comando do planeta” “Elas são ideais para assassinatos, desestabilização de nações, subjugação de populações e crimes seletivos de determinadas etnias”, alertam os cientistas, que propõem que a inteligência artificial seja usada para proteger seres humanos, especialmente civis, nos campos de batalha. “Começar uma carreira militar nas armas de inteligência artificial é uma má ideia”, advertem. Os cientistas comparam essa tecnologia com as bombas químicas ou biológicas. “Não se trata de limitar a inteligência artificial, mas de introduzir limites éticos nos robôs, torná-los capazes de viver em sociedade e, sim, rejeitar claramente as armas autônomas sem controle humano”, explica Francesca Rossi, presidenta da conferência internacional e uma das signatárias do texto. “Com a carta queremos tranquilizar as pessoas que a partir de fora deste mundo olham a inteligência artificial com uma preocupação às vezes exagerada. Nós também estamos interessados em limites éticos. Queremos reunir não apenas especialistas no assunto, mas filósofos e psicólogos para conseguir impor limites éticos aos robôs semelhantes aos dos seres humanos”, enfatiza. O perigo de reprogramar O argentino Guillermo Simari, da Universidade Nacional del Sur, organizador do congresso, compartilha da filosofia da carta. “As máquinas podem tomar decisões com as quais o ser humano não está de acordo. Os homens têm filtros éticos. É possível programar um filtro ético para a máquina, mas é muito fácil removê-lo”. Simari acredita que o grande problema é a facilidade com que se pode reprogramar uma máquina. “Para fazer uma bomba atômica é preciso urânio enriquecido, que é muito difícil de conseguir. Para reprogramar uma máquina militar basta alguém com um computador digitando programas”. No congresso também estão presentes aqueles que são contra a filosofia da carta. “Estão aqui os que acreditam que devemos continuar desenvolvendo a inteligência artificial e que ela pode ser controlada”, diz Ricardo Rodríguez, professor da Universidade de Buenos Aires e organizador do encontro. O debate entre os cientistas está vivo e agora passará para toda a sociedade. Carlos E. Cuê/A.Rebossio

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