STF tem que ser composto por juristas concursados. Se para ser juiz de primeiro grau é necessário concurso público não se entende os motivos que para os tribunais superiores sejam mera indicações políticas. Vejam que até filhas de ministros acordam com disposição de serem desembargadoras e são indicadas. Tudo sem concurso público. Isso é imoral. Metástase total. Órgãos apodrecendo e falindo dia a dia. José Mesquita Hoje é o aniversário de três anos denúncia da Procuradoria-Geral da República acusando o senador Renan Calheiros pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Protocolada no Supremo Tribunal Federal em 24 de janeiro de 2013 pelo então procurador-geral Roberto Gurgel, a peça completará impressionantes 1.095 dias de gaveta. Renan já frequenta o inquérito de outro escândalo, o petrolão, e o Supremo não esboçou a intenção de julgá-lo. Pior: o tribunal não se dignou nem mesmo a marcar a sessão em que decidirá se aceita a denúncia da Procuradoria, convertendo-a em ação Penal. Só depois disso Renan poderá ser chamado formalmente de réu. Juntos, os três crimes de que é acusado podem render até 23 anos de cadeia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O processo refere-se a um escândalo de 2007. O lobista de uma grande empreiteira entregava à jornalista Mônica Veloso, em dinheiro vivo, recursos para custear a pensão da filha que tivera com o senador, num relacionamento extraconjugal. Na época, Renan teve de renunciar à presidencia do Senado para salvar o mandato. Foi reconduzido ao cargo em 2013, uma semana após a formalização da denúncia. Originalmente, o relator do processo era o ministro Ricardo Lewandowski. Ele sentou em cima dos autos por um ano e sete meses. Em setembro de 2014, assumiu a presidência da Suprema Corte, deixando para trás os cerca de 1.400 processos que aguardavam deliberação em seu gabinete. Entre eles o de Renan. O caso deveria ter migrado para a mesa de Joaquim Barbosa. Mas o relator do mensalão aposentou-se. E Dilma demorou a providenciar a substituição. Só em junho de 2015 tomou posse o substituto de Barbosa: Luiz Fachin. Ele herdou o processo contra Renan. Já lá se vão sete meses. E nada. Candidato a réu, Renan continua no comando do Senado. No momento, é o principal aliado de Dilma na cruzada contra o impeachment. A denúncia da Procuradoria é contundente. Escorada em achados da Polícia Federal, a peça anota que, ao defender-se em 2007 da acusação de que um lobista da empreiteira Mendes Júnior bancara despesas da ex-amante, Renan entregou ao Senado notas frias e documentos falsos. Segundo Roberto Gurgel, ficou provado que o senador não dispunha de renda suficiente para custear a pensão à jornalista Mônica Veloso. De quebra, descobriu-se que Renan usara notas fiscais geladas também para desviar pelo menos R$ 44,8 mil em verbas do Senado. O ponto de partida da investigação foi uma notícia veiculada pela revista Veja. Informava que o lobista Cláudio Gontijo, amigo de Renan e empregado da Mendes Júnior, repassava R$ 16,5 mil por mês à mãe da filha que Renan tivera fora do casamento. Na mesma ocasião, entre 2004 e 2006, a empreiteira recebera R$ 13,2 milhões em emendas penduradas por Renan no Orçamento da União. As verbas destinavam-se a uma obra no Porto de Maceió. Chamado a se explicar no Conselho de Ética, Renan alegara que a pensão à ex-amante saíra do próprio bolso. Dinheiro proveniente de negócios com gado. A Procuradoria desmontou essa versão. Gurgel anotou na denúncia: “Apurou-se que Renan Calheiros não possuía recursos disponíveis para custear os pagamentos feitos a Mônica Veloso no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, e que inseriu e fez inserir em documentos públicos e particulares informações diversas das que deveriam ser escritas sobre seus ganhos com atividade rural, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, sua capacidade financeira”. O então procurador-geral acrescentou: “Além disso, o denunciado utilizou tais documentos ideologicamente falsos perante o Senado Federal para embasar sua defesa apresentada [ao Conselho de Ética]”. Mais adiante: “Assim agindo, Renan Calheiros praticou os delitos previstos nos artigos 299 (falsidade ideológica) e 304 (uso de documento falso), ambos do Código Penal.” O Ministério Público Federal havia quebrado o sigilo bancário do senador. Nas palavras de Gurgel, verificou-se que “os recursos indicados por Renan Calheiros como sacados em dinheiro não poderiam amparar os supostos pagamentos a Mônica Veloso no mesmo período, seja porque não foi mencionada a destinação a Mônica, seja porque os valores destinados ao denunciado não seriam suficientes para suportar os pagamentos”. Além as contas bancárias, a PF esquadrinhara as declarações de rendimentos de Renan. Descobriu coisas inusitadas. Por exemplo: o senador informara que, em 2009, utilizara 118 cheques para realizar os supostos pagamentos da pensão à jornalista. Desse total, constatou a PF, 66 foram destinados a outras pessoas e empresas. Outros 39 tiveram o próprio Renan como beneficiário. “No verso de alguns destes cheques destinados ao próprio Renan, havia manuscritos que indicam o provável destino do dinheiro, tais como ‘mão de obra reforma da casa’, ‘reforma Barra’ e ‘folha de pagamento’, o que diminui ainda mais sua capacidade de pagamento”, anota a denúncia que o STF mantém na gaveta. A Procuradoria esquartejou também as alegações bovinas de Renan. Verificou que as notas relativas aos supostos negócios feitos pelo senador em 2006 registram a venda de 765 cabeças de gado. Mas as guias de trânsito animal, exigidas nesse tipo de transação, informam que foram transportados 908 animais. A PF cotejou datas de venda e as quantidades de animais. O cruzamento revelou que os dados de venda e entrega de gado só batiam em relação a 220 cabeças de gado. animais. Descobriu-se ainda que algumas das guias de trânsito animal anexadas por Renan à sua defesa eram de outros vendedores de gado. As notas fiscais não tinham selo de autenticidade, traziam campos em branco e apresentavam rasuras. Duas das empresas que supostamente teriam comprado gado de Renan não operavam no ramo. Apontado como comprador de 45 bois do senador, José Leodácio
Muhammad Bawazir passou os últimos 14 anos de sua vida recluso na prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba. O número de detentos na prisão de Guantánamo caiu de 242 para 91 nos últimos sete anos, mas o centro continua em funcionamento Nesta semana, ele teve a chance de pegar um avião e abandonar o centro de detenção para sempre – como fizeram outros dois detentos – mas decidiu ficar. Esse iemenita de 35 anos recusou a oferta de recomeçar a vida em um país que havia aceitado acolhê-lo, pois não tinha parentes por lá. A decisão surpreendeu o advogado de Bawazir, John Chandler, que disse ter passado meses tentando convencê-lo a deixar o centro de detenção.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O caso vem a público sete anos após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter assinado uma ordem para fechar a prisão de Guantánamo. Muhammad Bawazir em foto do Departamento de Estado dos EUA divulgada pelo jornal New York Times e pela organização WikiLeaks A base é usada por autoridades americanas desde 2002 para conter suspeitos de terrorismo, e é alvo de campanhas de entidades de defesa de direitos humanos, por indícios de tortura e maus-tratos contra os presos. A ordem de Obama é de 22 de janeiro de 2009, mas a cadeia continua em funcionamento. “É cara, desnecessária e serve apenas como propaganda de recrutamento para nossos inimigos”, disse Obama no último dia 12, em seu discurso anual sobre o Estado da União. Problemas legais, oposição no Congresso e dificuldade em conseguir países para acolher os presos são fatores que impediram Obama de cumprir sua promessa. Apesar disso, o número de presos na base caiu nos últimos anos de 242 para 91 – número que hoje seria 90 se Bawazir não tivesse se recusado a subir no avião no último momento. Um preso teimoso Bawazir chegou a Guantánamo aos 21 anos, após ser preso no Afeganistão. Em 2008, ainda no governo George W. Bush (2001-2008), sua liberação foi aprovada, mas não pôde ser colocada em prática porque Washington se recusava a enviar prisioneiros ao Iêmen, temendo que alguns deles voltassem a representar ameaça aos EUA. Hoje, não é possível enviar detentos para lá porque o Iêmen está em meio a uma guerra civil. Nos 14 anos em Guantánamo, Bawazir protagonizou diversas greves de fome. Em uma delas, chegou a pesar 41 quilos, o que levou autoridades a alimentá-lo à força para evitar sua morte. “Ele está apavorado por ter que ir a um país onde não tem apoio garantido”, disse o advogado John Chandler ao explicar a decisão de seu cliente. Ele disse ter tentado por meses convencer Bawazir a aceitar a oferta, e que ele tinha concordado na noite de terça-feira – mas voltou atrás no dia seguinte. “Não sei explicar a lógica da posição dele. É simplesmente uma reação muito emocional de um homem que está preso há 14 anos.” Depressão O advogado afirmou que Bawazir estava deprimido e o comparou ao personagem do filme Um Sonho de Liberdade (1994) que não consegue acertar sua vida após passar muitos anos preso. Problemas legais, oposição no Congresso e dificuldade em fechar acordos diplomáticos impediram o fechamento da prisão. Image copyright Getty “Ele sempre foi muito sensível. Quando estava em greve de fome me disse: ‘Tudo que quero é morrer’. Ele não aguentava o lugar”, disse Chandler. As autoridades americanas não informaram o nome do país que aceitou acolher o prisioneiro, mas o advogado disse ser “um país que eu iria sem pensar duas vezes”. O desejo de Bawazir era viver em um local onde possui parentes, como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita ou Indonésia, mas aparentemente o governo dos EUA não conseguiu fechar acordo com esses países para que recebessem detentos de Guantánamo. Agora, diante da decisão, há dúvidas sobre o destino do prisioneiro. O advogado disse estar preocupado com a situação, sobretudo depois que Obama deixar a Casa Branca, no começo de 2017.
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A edição deste ano do Fórum Econômico Mundial, em curso em Davos, na Suíça, tem como tema central a chamada “Quarta Revolução Industrial”. Estudos apontam que Brasil precisa investir mais em educação e tecnologia Image copyright Thinkstock Essa realidade, que já começamos a experimentar no dia a dia, significa uma economia com forte presença de tecnologias digitais, mobilidade e conectividade de pessoas, na qual as diferenças entre homens e máquinas se dissolvem e cujo valor central é a informação. Mas, será que o Brasil está preparado para essa nova revolução? Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o país se saiu bem na redução de desigualdade social na última década, mas precisa investir mais em educação e inovação para obter ganhos em produtividade e geração de empregos nesta nova economia. “O grande desafio à frente é manter os avanços sociais e estimular o aumento da produtividade”, afirmou Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), órgão ligado à ONU.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Novos pactos sociais” são importantes para que esse momento de rompimento econômico transforme-se em oportunidades, avalia. “É necessário construir novas alianças que transpassem partidos políticos e viabilizem condições para a criação de um novo ciclo de investimento”, disse Bárcena. “Integrar mercados regionais em tecnologias-chave, por exemplo com a criação de um mercado digital comum, e o incentivo a cadeias regionais de tecnologias e produtos verdes.” O Brasil tem elevado o investimento direto em educação. No período compreendido entre a virada do milênio e 2013, o total cumulativo investido por estudante ao longo da vida acadêmica, do jardim de infância à universidade, passou de R$ 106 mil para R$ 162 mil. O aumento de mais de 50% tem base em dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), vinculado ao Ministério da Educação. “Quarta Revolução Industrial” é tema do Fórum Econômico Mundial, em curso na Suíça – Image copyright EPA Ainda assim, o Brasil permanece abaixo da média dos países ricos, conforme retrata o Pisa, ranking internacional que avalia a qualificação de estudantes do mundo todo. No levantamento de 2012 foi observado que quase metade dos alunos não apresenta competências básicas de leitura. Além disso, outra análise da mesma organização, mas de 2015, estimou que os estudantes brasileiros são muito fracos na capacidade de navegar sites e compreender leituras na internet, ficando à frente apenas da Colômbia e dos Emirados Árabes em um ranking com 31 países. Inovação digital As três revoluções industriais anteriores tiveram início nos países desenvolvidos, chegando com atraso ao Brasil. A primeira foi a iniciada no fim do século 18, quando água e vapor foram utilizados para mover máquinas na Inglaterra. A segunda veio do emprego de energia elétrica na produção em massa de bens de consumo. A terceira é a do uso da informática, iniciada em meados do século passado. A revolução atual, aliás, segue na esteira dessa anterior: é caracterizada por sua natureza hiperconectada, em tempo real, por causa da internet. Além das mudanças nos sistemas de produção e consumo e amplo uso de inteligência artificial, ela também traz o desenvolvimento de energias verdes. Com o fim da diferenciação entre homens e máquinas, uma nova quebra do modelo de cadeias produtivas e as interações comerciais em que consumidores atuam como produtores, mais de 7 milhões de empregos serão perdidos, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial. Energias verdes, como a eólica produzida por essas turbinas em PE, fazem parte da nova revolução – Image copyright Alusio Moreira I SEI Como o Brasil poderia se preparar para esse momento? “Idealmente, deveria implementar políticas de fortes incentivos que nivelem por cima, não apenas na área de formação e capacitação de trabalhadores para o uso de novas tecnologias, mas priorizando também investimentos em pesquisa e desenvolvimento para que o país não se torne um mero consumidor de tecnologias”, sugere a Vanessa Boana Fuchs, pesquisadora do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de St. Gallen, na Suíça. Uma pesquisa realizada pela consultoria Accenture estima que a participação da economia digital no PIB do Brasil saltará dos atuais 21,3% para 24,3% em 2020 e valerá US$ 446 bilhões (R$ 1,83 trilhão). O mesmo estudo aponta que o país precisa manter os níveis atuais de educação e expandir investimentos em novas tecnologias e na geração de uma cultura digital para acelerar ainda mais o progresso. Se o Brasil aplicar recursos ativamente nessas áreas, a consultoria prevê que o segmento econômico poderá movimentar outros US$ 120 bilhões (R$ 494 bilhões) além do previsto. Neste mês, a presidente Dilma Rousseff sancionou Marco Legal da Ciência e Tecnologia, novo parâmetro legislativo que promete reduzir a burocracia, facilitando investimentos em pesquisa e ciência nas iniciativas pública e privada. Além disso, o governo anunciou edital de financiamento de R$ 200 milhões para pesquisa e desenvolvimento. Professor de economia e direito da Universidade de St. Gallen, Peter Sester afirma que o Brasil deveria estar investindo mais e ter aproveitado melhor a riqueza gerada pela exportação de commodities, cujo preço agora está em baixa no mercado internacional. “O Brasil não utilizou a renda extra em tributos e royalties de minério de ferro e outras commodities durante o superciclo para investir consequentemente em infraestrutura, educação, pesquisa e desenvolvimento, ou ao menos fazendo um fundo de reserva para quando o ciclo passasse.” Brasil perdeu a chance de aplicar recursos de commodities em educação, diz especialista – Image copyright Pedro Ribas ANPr Para Sester, a “ineficiência foi subsidiada com o dinheiro dos contribuintes”, criticando subsídios estatais a determinados setores. No auge do ciclo, o PIB brasileiro chegou a registrar crescimento de 7,5% em 2010. A previsão do Fundo Monetário Internacional para este ano é de retração de 3,5% na economia. Ameaças Bárcena vê três ameaças no horizonte da quarta revolução industrial: o aumento da desigualdade, as mudanças climáticas e a tendência recessiva das economias. Desafios, afirma, que podem ser solucionados com investimento estatal e políticas públicas ativas. “Políticas fiscais expansionistas podem ajudar a evitar tendências recessivas e recuperar empregos (…). Acesso universal a educação e saúde encorajam demanda agregada
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No mesmo dia em que anunciou uma média mensal de 20 milhões de leitores em 2015, o jornal Folha de S. Paulo divulgou a ‘contratação’ de um novo colunista para o site: Kim Kataguiri, um dos organizadores das manifestações pró-impeachment. Por: Lívia de Souza Vieira: doutoranda no POSJOR/UFSC e pesquisadora do objETHOS Tal fato repercutiu durante toda a segunda-feira (18) nas redes sociais, gerando questionamentos entre muitos desses milhões de leitores. O esforço de reflexão sobre a decisão da Folha começa por separar pluralismo editorial de informação qualificada. E sobre isso a professora Sylvia Moretzsohn comentou: “Não se trata, obviamente, da minha rejeição a posições de direita. Eu sempre achei que um jornal deve buscar a pluralidade. Mas é preciso buscar também a substância. Como disse uma colega, também professora e jornalista, colunista não é o sujeito que simplesmente vai lá e dá uma opinião: é alguém que traz informação original e qualificada. Definitivamente, não é o caso desse rapaz, que não tem condições de estar em nenhum jornal que se leve a sério”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O currículo de Kim Kataguiri não diz tudo sobre ele, obviamente. Mas é preciso destacar o que disse a própria matéria da Folha: ele terminou o ensino médio em 2013, largou o curso de Economia e neste ano pretende cursar Direito numa faculdade inaugurada em dezembro por Gilmar Mendes. E ainda afirmou que vai criticar o jornal constantemente, reforçando minha hipótese para sua contratação: a Folha quer polêmica e cliques. Se for isso, conseguiu. Como o próprio Kim divulgou em seu perfil no Twitter, a matéria estava entre as mais comentadas do dia, bem como o artigo, publicado na terça (19). No entanto, a aparente força dos números esconde um aspecto qualitativo essencial: o descontentamento dos leitores, que ficou explícito nos comentários. Notem as menções ao cancelamento da assinatura do jornal, uma prova da gravidade da situação. É como se os leitores estivessem dizendo ‘não esperávamos isso de você, Folha’. Enquanto o jornal está atento aos trending topics, os leitores estão reivindicando qualidade. Com os exemplos acima, fica claro que a crítica à contratação de Kataguiri não se restringiu somente à Academia, como esbravejou o também colunista da Folha, Reinaldo Azevedo. “Contam-me que, no Facebook, alguns doutrinadores disfarçados de professores de jornalismo também secretam o seu ódio. Isso explica, em parte, por que jornalistas recém-formados, muitas vezes, acham que os fatos são pura ‘conspiração da direita’. Acreditam que podem usar a profissão para ‘fazer justiça social’”. Ledo engano. A crítica se dá por amor aos valores que fazem do jornalismo, ainda hoje, um mediador importante no debate público. É preciso ter o que dizer para dizer. Em seu artigo de estreia, só para ficar com esse exemplo, Kim diz que os integrantes do Movimento Passe Livre cometem “atos de vandalismo e terrorismo”. Mas convenhamos, Azevedo acerta quando tenta desqualificar: não só acreditamos como também lutamos para que o jornalismo, por meio da informação, contribua para uma sociedade mais justa. Rir para não chorar De forma irônica, mas muito significativa, sites de humor e crítica, como o Sensacionalista, tentaram pôr em evidência a decisão equivocada da Folha: “Estudantes que passaram em jornalismo no SISU desistem após Kim Kataguiri estrear na Folha”. E o The Piauí Herald: “Pedro Paulo é o novo colunista da Revista Cláudia”. Trecho de post do site Sensacionalista Trecho de post do site The piauí Herald. De olhos e ouvidos fechados Além da coluna no site, a TV Folha fez um programa ao vivo com Kataguiri, no dia da estreia. Não sem novas reclamações explícitas dos leitores, como vemos abaixo: Vale lembrar que Kataguiri é também blogueiro do HuffPost Brasil, o que demonstra que a falta de preocupação com o debate realmente qualificado não é exclusividade dos veículos tradicionais. Por: Lívia de Souza Vieira é doutoranda no POSJOR/UFSC e pesquisadora do objETHOS
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Certamente não é todo dia que você encontra um peru sentado junto aos passageiros de um avião, mas esta é uma cena que pode se tornar cada vez mais comum. Foto postada por biggestlittlepickle no Reddit gerou 1,7 mil comentários (Foto: biggestlittlepickle) Pelo menos nos Estados Unidos, onde a lei permite que pessoas viagem com bichos após prescrição médica. Conhecidos como animais de terapia ou animais de apoio emocional, eles ajudam as pessoas a lidar melhor com estresse ou problemas ligados a saúde mental. A companhia destes animais geralmente é prescrita por profissionais do setor de saúde (um terapeuta, por exemplo) para pessoas com problemas emocionais ou psiquiátricos, segundo o Serviço de Registros Nacional de Animais de Serviço, com base nos Estados Unidos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Entre os animais mais comuns usados para esse fim estão cães, gatos, coelhos, pássaros, porcos e ouriços – existem Estados que restringem as espécies permitidas. No entanto, nem todos gostam da ideia. Na rede social Reddit, a foto de um peru em meio às poltronas de um avião, postada por biggestlittlepickle, gerou cerca de 1,7 mil comentários, muitos deles críticos. “Isto é o que eu ganho quando rezo para não ter bebês no voo…”, afirmou um usuário. “Está ficando ridículo”, escreveu outro. “Francamente, quem tem um peru como bicho de estimação precisa de terapia”, comentou um terceiro. Páscoa O peru causador da discórdia é uma fêmea de nome Easter, ou Páscoa em português. Ela viajava com a dona, Jodie Smalley, da cidade americana de Seattle para Salt Lake City. Dona equipou perua ‘Easter’ com uma fralda para acompanhá-la em voo de uma hora e meia (Foto: Jodie Smalley) “Ter Easter comigo foi uma fonte de positividade. Eu poderia me concentrar nela se minhas emoções ficassem pesadas demais”, disse Smalley. “O voo que pegamos tinha apenas uma hora e meia de duração. Durante o voo ela ficou quieta e bem comportada. Ela estava usando uma fralda (que comprei) de um site especializado em fraldas para aves e funcionou muito bem!” Smalley enfrentou, recentemente, situações difíceis: uma separação e uma morte na família. Ela passou por dificuldades mentais e emocionais, e Easter se transformou em uma fonte de consolo. “Amigos encontraram Easter quando ela ainda era um filhote e a trouxeram para minha vida em um momento emocionalmente difícil”, disse. “(Enquanto eu) Estava em um ambiente tóxico, ela era algo que eu podia cuidar e amar. Passar um momento com ela, com sua atitude calma, dar afeição a ela é um momento de paz e meditação”, afirmou. “Com certeza tive dias mais difíceis e, não importava o que acontecia, Easter sempre me fez sorrir e rir”, acrescentou. Canguru e porco Apesar dos comentários negativos acima, a maioria dos internautas nas redes sociais viram o bicho de estimação de Jodie Smalley no avião com bons olhos. Mas, em junho de 2015, as autoridades do Estado americano de Wisconsin mudaram as regras para o uso de animais de terapia depois que uma mulher entrou em uma lanchonete de uma rede de fast food com um filhote de canguru. A mulher alegou que o canguru era um animal de apoio emocional, mas as autoridades determinaram que apenas dois animais poderiam ser “terapêuticos”: cachorros ou cavalos miniatura (ou mini cavalos). Em novembro de 2014 uma mulher foi retirada de um voo da US Airways quando seu animal de apoio emocional, um porco, defecou e fez barulhos dentro do avião pouco antes da decolagem. Jodie Smalley afirmou que Easter a ajudou em um período de separação e luto (Foto: Jodie Smalley) Já foi alegado que as pessoas estão abusando das leis nos Estados Unidos para levar seus animais de estimação em voos. Em um artigo para o jornal New York Post, a articulista Charlotte Hays encara o mérito destes animais de uma forma mais cínica. “Levar bichos de estimação onde eles legitimamente não são desejados é um exercício de egoísmo ou exibicionismo. Se você não pode ir sem o bicho, não vá.” Ajuda real? Muitos se perguntam se animais de terapia realmente podem ajudar em questões de saúde mental. Segundo Jodie Smalley, Easter a ajudou no momento mais difícil de sua vida. “Easter é uma distração agradável, uma fonte de amor e afeição. No último ano e meio eu perdi a esperança, estabilidade, uma casa, um casamento, a família dos meus sogros e meu marido.” “Fico alegre ao ver a surpresa que ela causa em outras pessoas”, afirmou. “Uma das maiores vitórias na vida é inspirar outras pessoas e, para mim, Easter é uma embaixadora da inspiração.” Andree Massiahda/BBC News
Ya no estas mas a mi lado corazón – Grupo French Latino Jean Paul e Michele (Pai e Filha) Letra e música de Adalberto Santiago [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]