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Manuel Alegre – Versos na Tarde – 19/08/2015

As Palavras Manuel Alegre ¹ Palavras tantas vezes perseguidas palavras tantas vezes violadas que não sabem cantar ajoelhadas que não se rendem mesmo se feridas. Palavras tantas vezes proibidas e no entanto as únicas espadas que ferem sempre mesmo se quebradas vencedoras ainda que vencidas. Palavras por quem eu já fui cativo na língua de Camões vos querem escravas palavras com que canto e onde estou vivo. Mas se tudo nos levam isto nos resta: estamos de pé dentro de vós palavras. Nem outra glória há maior do que esta. in O canto e as armas, 1967 ¹ Manuel Alegre * Águeda, Portugal – 12 de maio de 1936 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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EUA prorrogam papel de vigilância da internet

O governo dos Estados Unidos prorrogou a vigilância sobre a entidade que controla parte da estrutura da internet, informou o Departamento do Comércio, ao adiar a possível transferência de responsabilidades a uma entidade privada. O secretário adjunto de Comunicações, Lawrence Strickling, publicou na segunda-feira uma atualização dos planos para entregar a vigilância do sistema de domínio de nomes a uma entidade privada. Um plano que está sendo considerado prevê a criação de um corpo legal por parte da Corporação da Internet para a Atribuição de Nomes e Números (ICANN, na sigla em inglês) para administrar as funções técnicas chaves e o sistema de endereços online. Este sistema ajudaria a aplacar questionamentos sobre o que leva o governo dos Estados Unidos a exercer um papel único no funcionamento da internet global. Mas Strickling destacou que são necessários mais trabalhos antes de uma possível transferência. “Ficou muito claro nos últimos meses que a comunidade precisa de tempo para completar seu trabalho, que o plano deve ser revisado pelo governo dos Estados Unidos e depois implementado se for aprovado”, escreveu. O adiamento permite aos Estados Unidos continuar com seu atual modelo com a ICANN até 2016, e prorrogá-lo por três anos se necessário.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A ICANN atribui nomes de domínios para a internet, como os conhecidos “.com” ou “.co”, como parte de seus endereços. O governo americano anunciou em março de 2014 um plano para afastar-se do papel de vigilância e repassar totalmente às funções para a ICANN. AFP

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No exterior, Lula já não é ‘o cara’, mas ainda é respeitado por legado social

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva tornou-se um ícone do Brasil em ascensão no final da década passada, quando o país ganhou os holofotes internacionais. “Esse é o cara”, chegou a dizer, em 2009, o presidente dos EUA, Barack Obama. “É o politico mais popular do planeta.” No ano seguinte, Lula entrou na lista da revista Time das 100 personalidades mais influentes do mundo. “O que Lula quer para o Brasil é o que costumávamos chamar de sonho americano”, escreveu o documentarista Michael Moore em um texto explicando a inclusão. No Brasil, a popularidade do ex-presidente também era grande e chegou a alcançar índices recordes – ao terminar o mandato tinha impressionantes 80% de aprovação, segundo uma pesquisa Ibope, e era considerado o melhor presidente da história por 71% dos brasileiros, de acordo com o instituto Datafolha. Hoje, a deterioração de sua imagem interna é indiscutível. Neste domingo, por exemplo, Lula foi um dos principais alvos dos protestos anti-governo que ocorreram em 27 capitais do país. Em Brasília, um boneco gigante do ex-presidente vestido de presidiário foi levado à Esplanada dos Ministérios. Na Avenida Paulista, em São Paulo, não era difícil encontrar mensagens ofensivas ao ex-presidente ou grupos aos gritos de ‘Fora Lula’.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Nos últimos meses, também foram criadas no Facebook pelo menos três páginas que pedem a morte do ex-presidente – a maior delas reúne mais de 6 mil pessoas. Mas será que essa deterioração interna chegou lá fora? Como os escândalos de corrupção e a crise em que o PT parece ter mergulhado afetaram a imagem do presidente brasileiro mais popular no exterior? A questão divide a opinião de cientistas políticos estrangeiros ouvidos pela BBC Brasil, mas parece haver um consenso de que, por um lado, o ex-presidente definitivamente não é mais ‘o cara’ – como definiu Matthew M. Taylor, professor da American University e pesquisador do Brazil Institute do Woodrow Wilson Center. Por outro, seu legado social ainda inspira algum respeito. “Qualquer um que esteja seguindo os acontecimentos do Brasil de perto vai acabar com uma opinião mais crítica sobre ele (Lula), porque esses problemas de corrupção (revelados pela Lava Jato), afinal, não surgiram no atual governo”, diz Wendy Hunter, professora da Universidade do Texas, que escreveu o livro The Transformation of the Workers’ Party in Brazil, 1989–2009 (A Transformação do Partido dos Trabalhadores no Brasil, em tradução livre). “Mas não devemos superestimar a cobertura sobre a realidade brasileira em outros países. Muita gente não está informada sobre o que está acontecendo ou não entende muito bem o escândalo”, diz ela. Michael Shifter, presidente do centro de estudos americano Inter-American Dialogue concorda que a imagem de Lula “perdeu o brilho”, mas diz que em parte isso reflete também a falta de entusiasmo com o Brasil e a economia brasileira. “Ele era um símbolo do Brasil que ganhava influência global e parecia destinado a tornar-se uma potência econômica”, diz. “Acho que, de uma forma geral, ouve um momento, na década passada em que os líderes e movimentos de esquerda latino-americanos começaram a se tornar uma referência para movimentos de esquerda de diversos países”, opina o líder estudantil britânico Matt Myers, que deu a seu cachorro o nome Lula em homenagem ao presidente brasileiro. Simpatizantes de Lula fazem manifestação em frente ao instituto fundado pelo ex-presidente “Hoje, esse não parece ser mais o caso: estamos olhando muito mais para movimentos anti-austeridade em países como Grécia e Espanha.” Entusiasmo No fim dos anos 2000, o entusiasmo com o então presidente brasileiro em parte parecia ser explicado por sua história pessoal de superação e sucesso, que de alguma forma refletia a trajetória do Brasil no cenário global naquele momento. Também por ele se sentir confortável em meio à elite econômica e política do planeta e encorajar uma política externa ambiciosa e engajada. “Lula parecia apreciar o fato de estar nesse palco global, enquanto Dilma (Rousseff) tem um estilo mais contido”, diz Timothy Power, especialista em Brasil da Universidade de Oxford. Para Matthew Taylor, “Lula já não empolga, mas ainda é respeitado por observadores estrangeiros, principalmente por seu legado social e por sua política externa mais altiva”. Outro fator que ajudaria a proteger a reputação do ex-presidente lá fora, segundo o pesquisador do Woodrow Wilson Center, seria o fato de ele não ter sido diretamente implicado na Lava Jato e os americanos não conseguirem entender algumas acusações contra o ex-presidente. “Como exemplo acho que dá para mencionar essa história de que ele fez lobby para as construtoras brasileiras. Fazer lobby não é ilegal nos EUA e não ficou claro o que exatamente é ilícito nisso”, diz Taylor, referindo-se ao fato de do Ministério Público Federal ter aberto uma apuração preliminar sobre o papel de Lula nos negócios fechados no exterior pela empreiteira Odebrecht. Power, de Oxford, explica que “é natural que os políticos tenham imagens diferentes dentro e fora de seu país.” “Acho que hoje podemos dizer que Lula é uma espécie de (Mikhail) Gorbachev (líder russo que levou adiante as reformas econômicas e políticas que levariam ao fim da URSS): apesar de sua imagem estar deteriorando internamente, ele ainda é reconhecido no exterior pelos ganhos sociais e avanços na redistribuição de renda ocorridos durante seu governo”, diz. “O próprio Fernando Henrique Cardoso viveu em seu segundo mandato uma situação parecida, em que era mais popular fora que dentro do Brasil.” Power opina que a “imagem do PT sofreu mais que a de Lula” , lembrando que dois tesoureiros do partido de fato estão presos. Viagens Segundo o Instituto Lula, depois que deixou a presidência Lula viajou para muitos países. Nos Estados Unidos, recebeu um prêmio da World Food Prize pelos seus esforços de combate à fome e outro da International Crisis Group. Também foi à Espanha, onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Salamanca. Imagem satirizando Lula em protesto na Paulista No México, ressalta o instituto, proferiu palestras para empresas, recebeu o prêmio Amalia Solórzano, em 2011, e participou do

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Lideranças lançam manifesto contra imobilização de setores do país

Lideranças lançam manifesto contra imobilização de setores do país. Associações defendem Operação Lava Jato, mas pedem defesa do patrimônio nacional. “Momento nacional exige, no mínimo, uma tentativa de aglutinação das associações de engenharia de todo o país”, ressaltou Bogossian Mais de 100 entidades e associações de engenharia, arquitetura, indústria, agricultura e profissionais lançaram o manifesto “Pela Engenharia, a favor do Brasil”, destacando a importância da Operação Lava Jato, mas chamando a atenção aos efeitos negativos do processo. Liderado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o movimento pede proteção aos empregos, à Petrobras e ao desenvolvimento brasileiro. Durante o ato, realizado no Clube de Engenharia nesta segunda-feira (17), porta-vozes das instituições criticaram o ataque a estatais e à soberania nacional. “A Operação Lava Jato, a qual aplaudimos e não ousamos criticar, trouxe prejuízos a milhares de engenheiros e demais empregados do setor, que estão sendo demitidos. É a estancada do desenvolvimento e do progresso do país, e de sua maior empresa, a Petrobras“, destacou o presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Porta-vozes de Creas, Febrae, CBIC, Sinicon, Sinaenco, AEERJ, ABEE, Abemi, AEPET, Abifer, Abimaq, Sindistal, CDEN, Fenainfo, Fisenge, FNE, entre outras instituições, estiveram presentes no ato. Para eles, é importante resgatar a confiança e a credibilidade do setor de construção pesada e recuperar o prestígio da Petrobras. Entre maio de 2015 e o mesmo período deste ano, por exemplo, 340 mil postos de trabalho foram fechados apenas no setor de construção, número equivalente a cinco Maracanãs lotados. “Não foi por outra razão que o Clube de Engenharia se conscientizou de que o momento nacional exige, no mínimo, uma tentativa de aglutinação das associações de engenharia de todo o país, no sentido de promover, irmanadas, instrumentos de persuasão junto ao Poder Público, a fim de evitar que as empresas geradoras do progresso nacional venham a ser dizimadas, por conta de uma política de desenvolvimento que coloca em risco a competência técnica e gerencial acumuladas há décadas pelo complexo construtor brasileiro”, disse Bogossian. Bogossian completou que a necessária punição aos corruptos e corruptores deve ser acompanhada do resguardo às empresas e trabalhadores. Defendeu ainda o restabelecimento das obras de construção pesada, das obras da indústria de óleo e gás, dos complexos de refino e da indústria naval. Argumento reforçado pelo presidente do Confea, José Tadeu da Silva, que destacou que punições não podem servir de motivo para paralisar o país. Raymundo de Oliveira, ex-deputado e ex-presidente do Clube de Engenharia, criticou a forma como a grande mídia tem lidado com a situação e a intenção de alguns de destruir a estatal. “Hoje, a Petrobras produziu 2,750 milhões barris de petróleo, 750 mil do pré-sal, vocês viram isso em alguma rede de comunicação?”, questionou. “A Petrobras sempre foi alvo. Eles estão aproveitando este momento para fazer o que nunca tinham conseguido, que é tentar destruir a soberania.” Agostinho Guerreiro, ex-presidente do CREA-RJ, também criticou os efeitos das investigações. “Que essa punição exemplar das pessoas, sejam elas quem forem, não pare a engenharia brasileira, que tanto fez por este país e tem feito pelo mundo.” O ato contou, entre outros presentes, com a participação do prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo (PMDB), que convocou os presentes ao ato em defesa da Petrobras que será realizado no dia 24 de agosto; Clésio Andrade, presidente da Confederação Nacional do Transporte; Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe; Paulo Augusto Vivácqua, presidente da Academia Nacional de Engenharia; Felipe Campos Coutinho, presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras (AEPET); e Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros. Confira o manifesto, na íntegra: Pela engenharia, a favor do Brasil As entidades nacionais abaixo relacionadas, representativas de todos os setores da engenharia brasileira, irmanadas às da indústria, da agricultura, do comércio e do transporte, vêm externar seu irrestrito apoio ao movimento de combate à corrupção em curso, mal que vem corroendo os alicerces da República. Entretanto, alerta a nação e manifesta sua grande preocupação com o gravíssimo efeito colateral que já se observa, tal seja a crescente paralisação de obras de infraestrutura estratégicas para o país, o desemprego de profissionais capacitados, a desorganização da construção pesada, a fragilização de importantes empresas como a Petrobras e a Eletronuclear. Esse enredo tem reflexos perversos em toda a cadeia produtiva das indústrias de equipamentos e bens de capital e também em milhares de pequenos e médios fornecedores. Sobretudo, afeta a normal implementação de programas estratégicos para a Defesa Nacional e acarreta enorme retrocesso na geração de empregos para profissionais e trabalhadores de todos os níveis e profissões. O Brasil é um país por construir. Não podemos prescindir da capacidade gerencial e do acervo tecnológico acumulado nos últimos 60 anos pelas empresas nacionais de construção pesada, de montagens, e de engenharia consultiva, sob pena de colocar a perder o patrimônio que diferencia a engenharia brasileira e a destaca em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo. A apuração de responsabilidades dos investigados pela Operação Lava Jato, respeitado o devido processo legal, é saudável e necessária. Dela resultará o fortalecimento das nossas instituições democráticas e a melhoria das condições de governança das empresas e dos órgãos públicos. Há, entretanto, de se preservar as empresas, os projetos estratégicos, os empregos e o conhecimento técnico-científico, elementos indispensáveis à construção do Brasil. Paralelamente, nada justifica a interrupção dos principais investimentos da Petrobras em diversos estados do país. Seus efeitos já se fazem sentir: fechamento de empresas e de vagas qualificadas de engenheiros, técnicos e demais trabalhadores e perda da capacidade de gerar conhecimento, repercutindo até nas universidades, além da desvalorização dos investimentos realizados e do desgaste e elevação subsequente do custo de obras paralisadas, algumas em estágio final de construção. É urgente resgatar a confiança e a credibilidade da engenharia, assim como o respeito à Petrobras e aos seus profissionais, pois delas depende o desenvolvimento do país. Não podemos colocar em risco conquistas sedimentadas ao longo de décadas. Diante deste quadro, esperamos, e cobramos, das autoridades constituídas as providências

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