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Lya Luft – Versos na tarde – 09/08/2015

Poema Lya Luft¹ Se te pareço ausente, não creias: hora a hora minha dor agarra-se aos teus braços, hora a hora meu desejo revolve teus escombros, e escorrem dos meus olhos mais promessas. Não acredites nesse breve sono; não dês valor maior ao meu silêncio; e se leres recados numa folha branca, Não creias também: é preciso encostar teus lábios nos meus lábios para ouvir. Nem acredites se pensas que te falo: palavras são meu jeito mais secreto de calar. Lya Luft * Santa Cruz do Sul, RS – 15 de Setembro de 1938 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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BBC testa caixa de ‘tortura’ usada pela CIA na ‘Guerra ao Terror’

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos colocaram em prática o que chamaram de “técnicas aprimoradas de interrogatório”. Durante muito tempo, a CIA, a agência de inteligência americana, alegou, no entanto, que tais métodos, usados durante o governo de George W. Bush, não incluíam tortura, porque eram legalmente aprovadas pela Casa Branca. Mas a realidade era bem diferente. Em uma entrevista ao programa Panorama, da BBC, que foi ao ar nesta semana, Buzzy Krongard, ex-diretor-executivo da CIA, admitiu a prática de tortura. “Os métodos tinham como objetivo deixar os suspeitos ‘desconfortáveis’. Sem me ater à semântica, sim, era tortura (o que a CIA fazia). Havíamos sido informados por autoridades legais que podíamos torturar as pessoas e você diz que isso é errado”, afirmou ele à repórter da BBC Hillary Anderson.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Hillary decidiu se submeter a uma das técnicas mais usadas contra prisioneiros da guerra contra o terror: a caixa-preta. Com a ajuda de Malcomn Nance, um ex-instrutor da Marinha americana, essa polêmica técnica de interrogatório foi recriada pela primeira vez para uma emissora de TV. Nance era responsável por treinar militares sobre como resistir à tortura. Foi no seu programa de treinamento militar que a CIA se inspirou para extrair confissões à força de suspeitos de terrorismo. A caixa foi construída segundo especificações originais. Um dos prisioneiros chegou a ficar 29 horas dentro do objeto ao longo de três semanas. Presa dentro da caixa, a repórter confessa que permanecer dentro dela será um teste físico e mental. Os torturadores chegam a colocar, inclusive, uma gravação de bebês chorando compulsivamente para tentar desestabilizá-la. Ao fim de 12 minutos, Hillary chega ao limite e pede para sair. Leia mais: Chefe da CIA defende estratégia adotada após 11 de Setembro ‘Waterboarding’ Waterboarding – ou afogamento simulado – era uma das técnicas usadas pela CIA para extrair informações confidenciais de prisioneiros Depois da caixa preta, é a vez de recriar a técnica conhecida comowaterboarding (ou afogamento simulado). Chris Sampson, integrante da equipe de Nance, aceitou participar da simulação, sob condições estritamente controladas e com acompanhamento médico. Ele nunca havia sido submetido a tal técnica. Completamente imobilizado em cima de uma prancha de madeira, a sessão de afogamento simulado começa. Sampson mal consegue respirar e controlar seus movimentos. A sessão é interrompida 17 segundos depois, quando os torturadores tentam extrair informações privilegiadas dele. Se fosse real, o processo continuaria por horas a fio. Leia mais: Se tortura não funciona, qual é o melhor método de interrogatório? ‘Estado Islâmico’ Ao longo do tempo, no entanto, os métodos de tortura da CIA ganharam força em todos os níveis das Forças Armadas americanas e a autoridade moral do Ocidente começou a declinar. Nos campos de detenção do Iraque, o grupo autodenominado “Estado Islâmico” nasceu. Agora, o grupo recorre a táticas muito semelhantes às empregadas pelas forças americanas. Para especialistas de segurança, o programa de tortura dos Estados Unidos talvez tenha permitido vencer batalhas de inteligência, mas também alimentou o ódio em algumas partes do mundo. “Esse é um capítulo negro com o qual nós devemos aprender. E acho que o mundo também deve aprender. Esses não são os Estados Unidos que tanto defendemos. Nossos valores foram violados, nosso sistema de Justiça também, e não devemos deixar que isso aconteça de novo”, afirmou à BBC a senadora Dianne Feinstein.

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Fundos de pensão têm histórico de investigações e CPI pode abrir ‘caixa-preta’

A instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os fundos de pensão é vista por economistas como oportunidade de trazer à tona informações a respeito de um setor considerado “obscuro” do campo dos investimentos. Além dos prejuízos bilionários em fundos como o Postalis, dos funcionários dos Correios, e do Petros e Funcef, de servidores da Petrobras e Caixa Econômica Federal, escândalos e investimentos suspeitos ou pouco rentáveis são parte da justificativa para iniciar apurações mais profundas nas entidades de previdência complementar. Na última quinta-feira (6) o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criou a CPI que vai investigar indícios de aplicação incorreta de recursos na gestão de previdências complementares de funcionários de estatais e servidores públicos ocorridas entre os anos de 2003 e 2015. Economistas consultados pelo Jornal do Brasil veem positivamente a criação da CPI, mas também destacam o caráter político da investigação, em meio à crise por qual passa o governo Dilma.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A frase de Adilson de Oliveira, professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de que “toda CPI é boa” sintetiza o pensamento de outros dois entrevistados, dentre eles Roberto Piscitelli, professor de finanças públicas da Universidade de Brasília (UnB): “Existem muitas obscuridades nesse assunto, é sempre desejável conhecermos melhor a situação de certas ‘caixas-pretas’. Fundos [de pensão] são muito complicados, pouca gente entende do assunto e há muitas dúvidas sobre o funcionamento dos negócios”, diz. A CPI será composta por 26 membros titulares e 26 suplentes, que deverão ser indicados pelos líderes partidários nos próximos dias, conforme a proporcionalidade partidária na Câmara. Para Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), no entanto, o assunto tem potencial para desencadear processos de investigação ainda mais amplos do que os alcançados pelo Congresso. “Um assunto como esse já merecia investigação por parte da CVM [Comissão de Valores Imobiliários], que é o organismo governamental mais apropriado para verificar esse tipo de irregularidade”, diz o professor. A CVM já tem um histórico de processos de investigação abertos sobre fundos de pensão. Em 2014, por exemplo, apurou uma série de operações suspeitas no mercado financeiro que atingiram o Postalis, dentre elas um aporte de R$ 40 milhões, feito em 2012, no Banco CNY Mellon, por meio da gestora DTW Investimento LTDA. Antes disso, em 2010, o Postails já havia constado em processo de investigação junto com outros fundos como o Ceres (Embrapa e Emater), Portus (Infraestrutura portuária) e Valia (Vale). À época, a CVM apurou e concluiu que havia indícios de fraude, práticas não-equitativas e criação de condições artificiais de demanda, e entendeu que devia haver indenização por prejuízos a essas fundações de R$ 651 mil. Entre os dois processos, em 2013, houve também uma investigação sobre interferências do Previ (do Banco do Brasil), Funcef e Petros (da Petrobras) em relação a irregularidades na eleição de administradores e conselheiros da Petrobras nos anos de 2011 e 2012. Com um histórico de processos, o caminho para instaurar a CPI já estava aberto havia tempo, mas a criação da comissão neste momento, em um contexto de crise política, também faz parte da estratégia dos opositores da presidente Dilma Rousseff, como destacam os especialistas. Piscitelli diz que há a intenção de transformar a CPI em “mais um mecanismo” político, e que o tema pode gerar muita repercussão. Ele defende que além das investigações, deveriam ser estabelecidas medidas propositivas para evitar novos desvios. Paulo Feldmann lembra ainda que problemas em fundos de pensão são comuns em vários países, não só no Brasil. Ele diz que esses investimentos são “muito poderosos”, porque “manipulam uma grande quantidade de dinheiro”. Por conta disso, a disputa por cargos administrativos nessas empresas é muito mais acirrada. Jornal do Brasil

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Textos multimodais: a nova tendência na comunicação

Com a disseminação das novas tecnologias, o texto vem adquirindo cada vez mais novas configurações, que transcendem as palavras, as frases e, acima de tudo, a modalidade escrita da linguagem. Dizendo de outro modo, a proliferação tecnológica tem instigado a promoção de novas composições textuais, sendo estas constituídas por elementos advindos das múltiplas formas da linguagem (escrita, oral e visual). ¹ De acordo com Nascimento et al. (2011), nas práticas corriqueiras do dia-a-dia da sociedade contemporânea, o espaço concedido à imagem ampliou-se consideravelmente. Os documentos textuais presentes nas práticas cotidianas trazem consigo não apenas a linguagem verbal escrita, mas também um amplo contingente de recursos visuais. Partindo desse pressuposto, há um infinito contingente de elementos imagéticos e visuais, que podem ser empregados na composição textual com fins a acarretar determinados efeitos de sentido, como é o caso, da seleção das cores empregadas em um dado texto, da seleção do tipo de letra, do formato e da cor etc. A materialização de todo esse contingente de elementos revela as particularidades dos propósitos comunicativos do autor, como postula Silva (2014). De acordo com Moraes (2007), hoje, a composição textual está cada vez mais calcada na mescla da escrita e a imagem, estando tais elementos fazendo parte de uma relação quase que indissociável. Essa junção advém da propalação tecnológica, que tem deflagrado, nos últimos anos, uma intensa adesão ao plano visual. Esse contexto marcado pela difusão tecnológica tem carreado a efervescência de novos formatos textuais. O texto assume, hoje, a condição de multimodal. O que tem facultado a promoção de novas formas e maneiras de ler. Linguagem verbal escrita e visual No dizer de Costa Val (2004), os postulados da Análise do Discurso, da Linguística de Texto e da Semiótica trazem consigo modificações na conceituação de texto, erradicando, assim, a perspectiva escrita e frasal que até então ancorava este conceito. Na fala da autora, “pode-se definir texto, hoje, como qualquer produção linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situação de comunicação humana, isto é, numa situação de interlocução. Por exemplo: uma enciclopédia é um texto, uma aula é um texto, um e-mail é um texto, uma conversa por telefone é um texto, é também texto a fala de uma criança que, dirigindo-se à mãe, aponta um brinquedo e diz ‘té’” (p. 1). Dentro dessa perspectiva, o texto é uma prática linguística, que pode ter sua construção efetivada não só por meio da escrita, como também da fala. Ora, escrita e fala são registros da linguagem aptos a fazer parte da composição textual. Luna (2002) também adere a essa perspectiva, mostrando como o texto pode ser algo construído pelos variados registros da linguagem. Para a autora, a construção textual advém da conexão/ união das múltiplas formas da linguagem – verbal [escrita e oral] e não-verbal [visual]. Isso transcende a perspectiva de texto calcada na supremacia da modalidade escrita da linguagem. O texto é, hoje, algo multimodal. Dionísio (2007) define o texto multimodal como um processo de construção textual ancorado na mobilização de distintos modos de representação. Isso remete não apenas aos textos escritos, mas também aos orais. Diante dessa acepção, a multimodalidade discursiva abarca não só a linguagem verbal escrita, como também outros registros, tais como: a linguagem oral e gestual. Na fala da referida autora, “palavras e gestos, palavras e entonações, palavras e imagens, palavras e tipografia, palavras e sorrisos, palavras e animações etc.” (p. 178). Nessa conjectura, o texto multimodal consiste em uma construção textual calcada na conexão/ união de elementos provenientes de diferenciados registros da linguagem. Os textos multimodais mais conhecidos são os que estão pautados na junção de elementos alfabéticos e imagéticos (leia-se linguagem verbal escrita e visual, respectivamente). Sobre tal conceituação, podemos mencionar a título de exemplificação: os anúncios, os cartuns, as charges, as histórias em quadrinhos, as propagandas, as tirinhas etc.. Tais gêneros trazem consigo a materialização de signos alfabéticos (letras, palavras e frases) e signos semióticos (imagéticos e visuais). Ou seja, esses gêneros têm sua construção materializada mediante múltiplas e diversificadas semioses. Leitura e a escrita adquirem novo formato Os arcabouços teóricos de Nascimento et al. (2011) defendem que nenhum texto é monomodal e/ ou monosemiótico. Pelo contrário, todo texto é multimodal e multisemiótico. Há textos que são materializados unicamente através da escrita. Ainda assim, esses textos trazem consigo marcas e traços multimodais, tais como: cores e fontes diferenciadas em um mesmo texto, o tamanho da fonte, o itálico, o negrito, o sublinhado etc. Para os autores, a predominância da linguagem escrita em um dado texto não significa dizer que este é monomodal. Ainda que um dado texto seja marcado pela supremacia da linguagem escrita e, conseguintemente, pelos elementos alfabéticos, ele pode materializar traços multimodais. Isso acontece quando efetuamos alteramos a cor, a fonte ou o tamanho das letras. Um exemplo que pode ilustrar bem tal situação. Na escrita de um texto, o autor quer destacar uma frase ou um parágrafo, pois acredita que aquele ponto merece a atenção do leitor. Nessa parte do texto, o autor pode diferenciar a cor, a fonte ou o tamanho, assim como pode inserir nessa parte do texto o negrito, o sublinhado ou o itálico. Todos esses recursos ensejam determinados efeitos de sentidos em uma construção textual. É nessa junção que reside a multimodalidade textual. Isso está em consonância com Dionísio (2007) e Silva (2013). Nesse sentido, o uso de elementos e recursos multimodais na construção textual enseja a extensão das potencialidades de produção e, em especial, de compreensão de texto. A compreensão textual não é algo resultante apenas do texto verbal, mas abarca um grande leque de elementos semióticos. Ora, o leitor dá sentido ao texto tendo o respaldo não apenas de signos alfabéticos, mas de elementos imagéticos e visuais. Ou seja, os leitores envolvem-se em uma nova forma de ler marcada por documentos textuais materializados por elementos tanto verbais como visuais. A leitura e a escrita vão, então, adquirir um novo formato e uma nova moldagem. A escrita, nesses documentos, está imersa entre

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Nasa lança site que permite navegar robô Curiosity em mapa 3D de Marte

Pouso do robô em Marte completa três anos nesta quinta-feira (6).  Mapa interativo de Planeta Vermelho também é lançado. O Experience Curiosity permite navegar o robô Curiosity em Marte (Foto: Reprodução/ Experience Curiosity) O pouso do robô Curiosity em Marte completa três anos nesta quinta-feira (6) e, para comemorar, a Nasa lança duas ferramentas online que permitem a qualquer um explorar o Planeta Vermelho. Uma delas, a Experience Curiosity, tem uma interface 3D com “cara” de game que permite ao usuário guiar o robô por um modelo realista do planeta.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O programa simula o terreno de Marte com base nos dados atuais do Curitosity e do satélite Mars Reconnaissance Orbiter (MRO). Nele é possível explorar ferramentas do Curiosity e ver Marte através de suas câmeras. O robô Curiosity pousou em Marte no dia 6 de agosto de 2012, após uma viagem de 567 milhões de quilômetros e quase nove meses. A exploração do robô em Marte constatou, entre outras coisas, emissões de metano, nitrogênio fixado em sedimentos e evidências de água líquida. Os cientistas buscam saber se o planeta reunião condições favoráveis para a possibilidade de vida no planeta no passado. Mapa interativo Outra ferramenta lançada nesta quinta é o Mars Trek, um mapa interativo de alta definição que oferece detalhes do Planeta Vermelho usando dados de 50 anos de exploração da agência espacial americana. Mapa interativo Mars Trek mostra detalhes da superfície de Marte (Foto: Reprodução/ Mars Trek) O aplicativo tem ferramentas para medir as características da superfície do planeta e permite imprimir o mapa em impressoras 3D para um modelo físico do planeta. Astrônomos, amantes da ciência e estudantes podem tirar proveito da ferramenta, sugere a Nasa. De fato, uma equipe de cientistas da agência já está usando o aplicativo para ajudar na seleção de possíveis locais de pouso para o próximo robô da Nasa, que deve ser lançado em 2020. O site também será usado como parte do processo seletivo de candidatos à primeira missão de exploração humana, prevista para 2030. G1

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‘Gangsterização da política’ marca o fim da Nova República, diz Safatle

A Nova República acabou. Qualquer análise honesta da situação brasileira atual deveria partir dessa constatação. O modelo de redemocratização brasileiro, que perdurou 30 anos, baseava-se em um certo equilíbrio produzido pelo imobilismo. Desde o momento em que FHC se sentou com ACM e o PFL para estabelecer a “governabilidade”, a sorte da Nova República estava selada. Frentes heteróclitas de partidos deveriam ser montadas acomodando antigos trânsfugas da ditadura e políticos vindos da oposição em um grande pacto movido por barganhas fisiológicas, loteamento de cargos e violência social brutal. O resultado foi um sistema de freios que transformou os dois maiores grupos oposicionistas à ditadura (o PT e o núcleo mais consistente do PMDB, a saber, o que deu no PSDB) em gestores da inércia. Com uma “governabilidade” como essa, as promessas de mudanças só poderiam gerar resultados bem menores do que as expectativas produzidas. Mas a Nova República tinha também um certo princípio de contenção por visibilidade. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]No auge da era FHC, José Arthur Giannotti cunhou a expressão “zona cinzenta de amoralidade” para falar do que ele entendia ser um espaço necessário de indeterminação das regras no interior da dita democracia com sua “gestão de recursos escassos”. Essa zona de amoralidade, mesmo tacitamente aceita, deveria saber respeitar uma certa “linha de tolerância”, pressuposta na opinião pública. Havia coisas que não poderiam aparecer, sob pena de insuflar a indignação nacional. (…) O primeiro sintoma do fim da Nova República é a pura e simples gangsterização da política e a brutalização das relações sociais. Não há mais “linha de tolerância” a respeitar, pois não é mais necessário um “pacto pelo imobilismo”. Pacto pressupõe negociação entre atores que têm força e querem coisas distintas. Mas todos os principais atores políticos da Nova República já estão neutralizados em seu risco de mudança. Os que não querem a mesma coisa não têm mais como transformar seu desejo em ação. Assim, como não há mais linha de tolerância a respeitar, o outrora impensável pode ser mostrado, desde que sirva para desestabilizar o governo de plantão. Por exemplo, foi como um sindicato de gângsteres que o Congresso Nacional e seu presidente agiram na semana passada ao convocar, para uma CPI de fantasia, a advogada de defesa de denunciantes da Operação Lava Jato, a fim de intimidá-la. De toda forma, só uma política gangsterizada pode aceitar que o presidente da Câmara seja um indiciado a usar seu cargo para, pura e simplesmente, intimidar a Justiça, como se estivesse na Chicago dos anos 1930.

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