Arquivo

Afonso Guimaraens – Versos na tarde – 03/08/2015

Encontrei-te. Era o mês… Afonso Guimaraens ¹ Encontrei-te. Era o mês… Que importa o mês? Agosto, Setembro, outubro, maio, abril, janeiro ou março, Brilhasse o luar que importa? ou fosse o sol já posto, No teu olhar todo o meu sonho andava esparso. Que saudades de amor na aurora do teu rosto! Que horizonte de fé, no olhar tranquilo e garço! Nunca mais me lembrei se era no mês de agosto, Setembro, outubro, abril, maio, janeiro, ou março. Encontrei-te. Depois… depois tudo se some Desfaz-se o teu olhar em nuvens de ouro e poeira. Era o dia… Que importa o dia, um simples nome? Ou sábado sem luz, domingo sem conforto, Segunda, terça ou quarta, ou quinta ou sexta-feira, Brilhasse o sol que importa? ou fosse o luar já morto? ¹Afonso Henriques da Costa Guimaraens * Ouro Preto, MG. – 24 de Julho de 1870 d.C + Mariana, MG. – 15 de julho de 1921 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Mais de 50% do semiárido brasileiro está em processo acentuado de desertificação, diz engenheiro florestal

Segundo Iêdo Bezerra de Sá, pesquisador da Embrapa, cerca de 10 a 15% do semiárido enfrenta ‘desertificação severa’; desmatamento da caatinga, que tem pouca visibilidade nacional e internacional, é principal fator neste processo. Irregularidade das chuvas contribui para que a degradação seja ainda mais acentuada em algumas regiões, diz o pesquisador. Mais de 50% das áreas do semiárido brasileiro já “estão com processo de desertificação acentuado”, e cerca de 10 a 15% do território enfrenta uma situação de desertificação severa. A soma das extensões de terras degradadas no Ceará, na Bahia e em Pernambuco equivale a “63 mil km²” de desertificação, informa Iêdo Bezerra de Sá, engenheiro florestal e pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Ele explica que a desertificação é um fenômeno de degradação ambiental que acontece particularmente em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, a exemplo do Nordeste e de parte do Sudeste brasileiro. De acordo com o engenheiro florestal, no Brasil a desertificação no semiárido tem se agravado por causa do desmatamento na caatinga. “Ao desmatar a caatinga, os solos ficam completamente expostos a todas as intempéries”, frisa. Além do desmatamento, Bezerra de Sá enfatiza que a irregularidade das chuvas contribui para que a degradação seja ainda mais acentuada em algumas regiões.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Há locais, por exemplo, aqui onde estou agora, em Petrolina — que é no extremo oeste de Pernambuco —, em que chove 450 a 500 milímetros por ano. O grande problema é essa irregularidade das chuvas: elas caem de forma muito concentrada, chove muito em pouco tempo, ou seja, os 500 milímetros se concentram em apenas dois, três meses e, às vezes, 20%, 30% da chuva do ano cai em apenas um dia”. Caçadores ilegais, milícias e petroleira ameaçam Virunga, mais antigo parque nacional africano Mais da metade das espécies de grandes mamíferos herbívoros correm risco de extinção, diz estudo Ele informa ainda que o maior polo de produção de gesso do país, localizado em Araripe, no Ceará, responsável pela produção de 95% de todo o gesso produzido no país, utiliza energia de biomassa, mas aproximadamente “50% dessa energia é oriunda de desmatamentos ilegais e clandestinos. O governo sabe disso, as autoridades sabem disso e estamos com um trabalho muito importante de conscientização dessas empresas que utilizam biomassa na sua matriz energética”. Entre as soluções para tentar reduzir a desertificação, o pesquisador chama atenção para a necessidade de investir em planos de manejo florestal sustentável para a caatinga, de modo a utilizar o bioma de “forma contínua e sustentável” e recuperar as áreas degradadas, que levam de 30 a 40 anos para serem regeneradas. Confira a seguir trechos da entrevista. O senhor tem chamado atenção para o fato de que a desertificação é avançada em mais de 20 núcleos do Semiárido. Em que consiste esse fenômeno? Iêdo Bezerra de Sá: Desertificação é um termo utilizado pela UNCCD, que é a sigla em Inglês de Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas, que trata da degradação ambiental em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas. Então, podemos utilizar o termo desertificação somente em regiões que têm essa climatologia. No Brasil essa situação se encontra no Nordeste e em parte do Sudeste, ou seja, no Norte de Minas Gerais. Isso significa dizer que só podemos utilizar o termo “desertificação” para nos referirmos a essas regiões. Por exemplo, não se pode utilizar o termo para tratar de um problema sério que há no Rio Grande do Sul, ou para indicar a situação de uma área muito grande em Roraima ou em Rondônia, porque elas não estão nessa situação climática de aridez ou de semiaridez. No caso do Brasil, no semiárido encontra-se uma área de aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados, o equivalente a duas vezes o tamanho de Espanha e Portugal juntos. Quando falamos isso na Europa, as pessoas reagem de forma apreensiva por se tratar de uma área muito grande. Agora, desertificação não é um termo binário, branco ou preto, porque existe uma gradação. Na Embrapa fazemos um mapeamento que demonstra uma gradação que vai de uma desertificação muito baixa até uma degradação moderada, acentuada ou severa, porque há lugares que são muito preocupantes, que têm uma severidade do processo muito forte, enquanto em outros lugares a degradação é mais branda. O que temos de fazer é tentar frear os vetores de crescimento dessas áreas, e para isso desenvolvemos algumas tecnologias que são transferidas para as regiões que percorremos. No Brasil, este processo começou justamente por conta da retirada da cobertura vegetal florestal; em outras palavras, por causa do desmatamento. O desmatamento da caatinga gerou todo esse processo, porque ao desmatar a caatinga os solos ficam expostos a todas as intempéries: há uma insolação muito forte, de mais de duas mil horas/ano de sol, e um regime de chuvas muito complicado, porque não é a questão de quantidade de chuvas, mas sim a sua irregularidade na distribuição. Há locais, por exemplo, aqui onde estou agora, em Petrolina — que é no extremo oeste de Pernambuco —, em que chove 450 a 500 milímetros por ano. Essa quantidade foi verificada em uma série histórica de mais de 30 anos de acompanhamento dos regimes de chuvas. O grande problema é essa irregularidade das chuvas: elas caem de forma muito concentrada, chove muito em pouco tempo, ou seja, os 500 milímetros se concentram em apenas dois, três meses e, às vezes, 20%, 30% da chuva do ano cai em apenas um dia. Isso gera um fator de degradação muito forte. Aliado a isso, não só no semiárido do Brasil, mas no semiárido do mundo inteiro, os solos de fertilidade natural são baixos. Não é que não existam solos bons no semiárido, ao contrário, mas o que predomina aqui na região são solos de baixa fertilidade natural, são solos rasos, são aqueles com pouca profundidade. Ou seja, quando se começa a cavar, logo se chega à rocha que formou esse solo, e esse também é um

Leia mais »

A nova marcha dos insensatos

Esperam-se, para o próximo dia 16 de agosto – mês do suicídio de Vargas e de tantas desgraças que já se abateram sobre o Brasil – novas manifestações pelo impeachment da Presidente da República, por parte de pessoas que  acusam o governo de  ser corrupto e comunista e de estar quebrando o país. Por Mauro Santayna Se esses brasileiros, antes de ficar repetindo sempre os mesmos comentários dos portais e redes sociais, procurassem fontes internacionais em que o mercado financeiro normalmente confia para tomar suas decisões, como o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, veriam que a história é bem diferente, e que se o PIB e a renda per capita caíram, e a dívida pública líquida praticamente dobrou, foi no governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo o Banco Mundial, (worldbank1) o PIB do Brasil, que era de 534 bilhões de dólares, em 1994, caiu para 504 bilhões de dólares, quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, oito anos depois. Para subir, extraordinariamente, destes 504 bilhões de dólares, em 2002, para 2 trilhões, 346 bilhões de dólares, em 2014, último dado oficial levantado pelo Banco Mundial, crescendo mais de 400% em dólares, em apenas 11 anos, depois que o PT chegou ao poder. E isso, apesar de o senhor Fernando Henrique Cardoso ter vendido mais de 100 bilhões de dólares em empresas brasileiras, muitas delas estratégicas, como a Telebras, a Vale do Rio Doce e parte da Petrobras, com financiamento do BNDES e uso de “moedas podres”, com o pretexto de sanear as finanças e aumentar o crescimento do país. Com a renda per capita ocorreu a mesma coisa. No lugar de crescer em oito anos, a renda per capita da população brasileira, também segundo o Banco Mundial – (worldbank2) – caiu de 3.426 dólares, em 1994, no início do governo, para 2.810 dólares, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002. E aumentou, também, em mais de 400%, de 2.810 dólares, para 11.208 dólares, também segundo o World Bank, depois que o PT chegou ao poder. O salário mínimo, que em 1994, no final do governo Itamar Franco, valia 108 dólares, caiu 23%, para 81 dólares, no final do governo FHC e aumentou em três vezes, para mais de 250 dólares, agora. As reservas monetárias internacionais – o dinheiro que o país possui em moeda forte – que eram de 31,746 bilhões de dólares, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas centenas de milhões de dólares por ano, para 37.832 bilhões de dólares – (worldbank3) nos oito anos do governo FHC. Nessa época, elas eram de fato,  negativas, já que o Brasil, para chegar a esse montante, teve que fazer uma dívida de 40 bilhões de dólares com o FMI. Depois, elas se multiplicaram para 358,816 bilhões de dólares em 2013, e para 370,803 bilhões de dólares, em dados de ontem (Bacen), transformando o Brasil de devedor em credor do FMI,  depois do pagamento total da dívida com essa instituição em 2005, e de emprestarmos dinheiro para o Fundo Monetário Internacional, quando do pacote de ajuda à Grécia em 2008. E, também, no terceiro maior credor individual externo dos EUA, segundo consta, para quem quiser conferir, do próprio site oficial do tesouro norte-americano -(usa treasury). O IED – Investimento Estrangeiro Direto, que foi de 16,590 bilhões de dólares, em 2002, no último ano do Governo Fernando Henrique Cardoso, também subiu mais de quase 400%, para 80,842 bilhões de dólares, em 2013, depois que o PT chegou ao poder, ainda segundo dados do Banco Mundial: (worldbank4), passando de aproximadamente 175 bilhões de dólares nos anos FHC (mais ou menos 100 bilhões em venda de empresas nacionais) para 440 bilhões de dólares entre 2002 e 2014. A dívida pública líquida (o que o país deve, fora o que tem guardado no banco), que, apesar das privatizações, dobrou no Governo Fernando Henrique, para quase 60%, caiu para 35%, agora, 11 anos depois do PT chegar ao poder. Quanto à questão fiscal, não custa nada lembrar que a média de déficit público, sem desvalorização cambial, dos anos FHC, foi de 5,53%, e com desvalorização cambial, de 6,59%, bem maior que os 3,13% da média dos anos que se seguiram à sua saída do poder; e que o superavit primário entre 1995 e 2002 foi de 1,5%, muito menor que os 2,98% da média de 2003 e 2013 – segundo Ipeadata e o Banco Central. E, ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil ocupa, hoje, apenas o quinquagésimo lugar do mundo, em dívida pública, em situação muito melhor do que os EUA, o Japão, a Zona do Euro, ou países como a Alemanha, a França, a Grã Bretanha – cujos jornais adoram ficar nos ditando regras e “conselhos” – ou o Canadá (economichelp). Também ao contrário do que muita gente pensa, a carga tributária no Brasil caiu ligeiramente, segundo Banco Mundial, de 2002, no final do governo FHC, para o último dado disponível, de dez anos depois (worldbank5), e não está entre a primeiras do mundo, assim como a dívida externa, que caiu mais de 10 pontos percentuais nos últimos dez anos, e é a segunda mais baixa, depois da China, entre os países do G20 (quandl). Não dá, para, em perfeito juízo, acreditar que os advogados, economistas, empresários, jornalistas, empreendedores, funcionários públicos, majoritariamente formados na universidade, que bateram panelas contra Dilma em suas varandas, no início do ano, acreditem mais nos boatos das redes sociais, do que no FMI e no Banco Mundial, organizações que podem ser taxadas de tudo, menos de terem sido “aparelhadas” pelo governo brasileiro e seus seguidores. Considerando-se estas informações, que estão, há muito tempo, publicamente disponíveis na internet, o grande mistério da economia brasileira, nos últimos 12 anos, é saber em que dados tantos jornalistas, economistas, e “analistas”, ouvidos a todo momento, por jornais, emissoras de rádio e televisão, se basearam, antes e agora, para tirar, como se extrai um coelho da cartola – ou da “cachola” –

Leia mais »