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Fernando Sabino – Versos na tarde – 02/08/2015

Poema Fernando Sabino¹ De tudo ficaram três coisas… A certeza de que estamos começando… A certeza de que é preciso continuar… A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar… Façamos da interrupção um caminho novo… Da queda, um passo de dança… Do medo, uma escada… Do sonho, uma ponte… Da procura, um encontro! ¹ Fernando Tavares Sabino * Belo Horizonte, MG. – 12 de outubro de 1923 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 11 de outubro de 2004 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Por que o sangue do leão Cecil mancha a todos nós

Talvez a indignação generalizada contra o caçador reflita uma conscientização: ou nos salvamos e respeitamos juntos, ou juntos nos perderemos. Criança protesta contra morte do leão Cecil em Minnesota, EUA, em frente à clínica do dentista Walter Palmer. / ERIC MILLER (REUTERS) O leão africano Cecil, morto a flechadas por um dentista e caçador norte-americano no parque Hwange, do Zimbábue, transformou-se no emblema da crueldade humana com os animais. Seu sangue mancha a todos nós. O mundo, sobretudo as crianças, está chorando a morte do leão Cecil e, para consolar os pequenos, os pais os fazem dormir abraçados a um leão de brinquedo. É possível que essa história que tomou as redes sociais tenha doído em cada um de nós por motivos diferentes. Sem dúvida, nela se misturam vários elementos que tornam mais repugnante e simbólica essa tragédia animal, como o truque para tirar a fera do parque, sua morte cruel ao deixá-lo dois dias agonizando, sua posterior decapitação e os 50.000 dólares (165.000 reais) que teriam sido pagos para corromper guias do parque.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Sim, já sei. Alguém já escreveu: por que tanto barulho pelo sacrifício, ainda que doloroso, de um leão, quando a cada dia são assassinados milhares de humanos inocentes? O que a morte cruel de um animal acrescenta à barbárie que nos brinda a cada dia nossa suposta humanidade? Por que as pessoas não choram, protestam e se revoltam mais com as injustiças sociais que espalham vítimas por nosso planeta? E, no entanto, a crueldade perpetrada contra o leão está aí. O mundo se levantou contra o caçador norte-americano. Talvez por vê-lo como um espelho que nos mostra o mais baixo de nossos instintos de violência e desprezo pela vida. E quando falamos de vida, os soberbos humanos não podemos nem devemos esquecer que a vida animal está estreitamente ligada à nossa. Formamos, pessoas e animais, uma única família indissolúvel. Talvez essa indignação generalizada contra o caçador do leão reflita uma conscientização coletiva e positiva de que, neste nosso mundo, ou nos salvamos e respeitamos juntos ou juntos nos perderemos. Os soberbos humanos não devemos esquecer que a vida animal está estreitamente ligada à nossa. Formamos, pessoas e animais, uma única família indissolúvel. Se o sacrifício inútil e bárbaro de Cecil doeu em cada pessoa por um motivo diferente, há algo que ficou silenciado ou inadvertido. Palmer, o dentista caçador, se diz arrependido. Não de sua crueldade com o animal, mas sim porque, com diz, “não fazia ideia de que o leão fosse tão famoso e conhecido”. Isso não lembra o que pensamos do tratamento que recebem em nossa sociedade humana os famosos e importantes, ao contrário dos anônimos e sem glória? Não costumam ser tratados de forma diferenciada, inclusive nos tribunais de justiça, os famosos e importantes, os que ostentam poder e riqueza, e os párias dos três p: pobres, putas e “pretos”? A surpresa do caçador que matou o leão porque não sabia de sua fama não nos lembra o que se faz com as pessoas de nossas comunidades carentes? Ali as vítimas da violência institucional são sacrificadas sem excessiva preocupação, já que não são famosas, nem têm nome e poder. A África, terra do leão Cecil, é outro emblema dessa injustiça e indignidade internacional perpetrada contra os que não são famosos. É um continente abandonado a sua sorte. A morte de seus filhos não nos tira o sono. Causaria o mesmo clamor mundial, o mesmo eco nos meios de comunicação, o naufrágio de um navio com milhares de emigrantes africanos anônimos que se os náufragos fossem grandes industriais, políticos ou artistas de fama dos Estados Unidos? A surpresa do caçador pelo clamor de protesto contra quem matou o animal deveria nos fazer refletir. E os 50.000 dólares pagos para martirizar o leão são um escárnio para todos aqueles que, no mundo, passam fome ou morrem por falta de dinheiro para o tratamento médico. Quando o Rei da Espanha, Juan Carlos I, pagou 75.000 euros (quase 280.000 reais) para matar por esporte um elefante também na África, uma mulher que não conheço, Esther Marin, escreveu em meu blog algo de que nunca me esqueço: “Com o que o rei pagou para se dar o gosto de matar um elefante inocente eu teria salvado minha filha de cinco anos. Perdi-a porque não tinha recursos para conseguir remédios muito caros que só podiam ser comprados nos Estados Unidos”. Aquela menina e aquela mãe faziam parte desses milhões de humanos que podem morrer, sem que nos escandalizemos, porque afinal de contas não eram famosos. Obrigado, leão Cecil, por estar despertando com seu sacrifício inútil e cruel nossa consciência burguesa e adormecida! Caçador do leão Cecil já matou um urso de maneira irregular Fonte: El Pais

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Investigação contra Lula pode ser ‘exemplo para mundo’

A abertura de uma investigação no Ministério Público Federal do Distrito Federal para apurar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticou tráfico de influência após ter deixado o governo quase não encontra paralelo em outros países, o que demonstra como o relacionamento entre ex-líderes e grandes empresas se situa numa zona legal cinzenta, dizem especialistas em corrupção ouvidos pela BBC Brasil. Investigação apura se ex-presidente praticou tráfico de influência em favor da Odebrecht A investigação refere-se à suposta atuação de Lula em favor da construtora Odebrecht em contratos internacionais financiados pelo BNDES. O Instituto Lula, do ex-presidente, nega haver irregularidades em suas atividades. Alejandro Salas, diretor de Américas da Transparência Internacional, disse que o fato de o Brasil ser uma das maiores economias mundiais, ter destaque na comunidade internacional e de Lula ser personalidade importante podem fazer com que a investigação sirva de modelo. “Seria um enorme exemplo para o mundo. Pode realmente ser o começo de novas regulações e controles”, disse ele à BBC Brasil. “Há sempre um problema no fato de um ex-presidente usar seus contatos, seu poder, para ajudar determinados interesses, isso em si já traz implicações éticas.” Segundo o cientista político Michael Johnston, professor da Colgate University, em Nova York, a investigação é “incomum”, mas pode servir de modelo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “O Brasil é observado muito atentamente, e estamos falando de um personagem muito poderoso e de uma investigação que ocorre em um momento crucial no desenvolvimento do país”, diz. “Não quero julgar as alegações contra Lula, mas (a investigação) pode servir como uma lição para outros investigadores ao redor do mundo.” “É muito incomum o fato de haver uma investigação… Na maioria dos casos, ex-líderes são investigados por atos cometidos enquanto estavam no poder, mas não por ações após deixarem o cargo.” Além desta investigação, a Odebrecht – a maior construtora do Brasil – é alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras. O presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, está preso e foi denunciado à Justiça por crimes que teriam sido cometidos contra a estatal. A defesa nega que ele tenha participado das irregularidades. “Mas a diferença no caso de Lula, caso a investigação prove que é culpado, é que não está apenas fazendo isso, mas está fazendo isso para apoiar empresas corruptas a fazerem negócios corruptos”, disse Salas, da Transparência Internacional. ‘Comportamento comum’ O fato de não provocarem investigações formais não significa que as relações entre ex-líderes e grandes empresas sejam incomuns ou isentas de polêmica. “É um comportamento muito comum entre ex-chefes de Estado”, disse David Rothkopf, editor da revista Foreign Policy e autor de livros sobre as relações entre empresas e governos. Bill Clinton deu palestras para empresas e acompanhou líderes de empresas a outras partes do mundo Ele cita o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder, cuja atuação na empresa de energia russa Gazprom após deixar o governo foi alvo de controvérsia. Outro exemplo é o ex-presidente americano Bill Clinton e sua Clinton Global Initiative. A polêmica em torno das ações de Clinton é agravada pelo fato de sua mulher, Hillary, ter atuado como secretária de Estado e atualmente ser a favorita democrata na corrida presidencial americana. “Ele deu palestras para empresas e acompanhou líderes de empresas a outras partes do mundo onde sua influência pode ter ajudado essas empresas a fecharem negócios”, observa Rothkopf. O ex­-primeiro-ministro britânico Tony Blair também gerou controvérsia por suas ligações com empresas e negócios com governos do Oriente Médio enquanto era enviado especial do Quarteto – grupo formado por ONU, União Europeia, Estados Unidos e Rússia para mediar o conflito entre Israel e Palestina. “A questão é se estão fazendo algo ilegal ou antiético. E isso deve ser determinado caso a caso, com base nas leis de cada país”, diz Rothkopf.   Para Johnston, há uma certa noção de que ter ocupado um cargo público deve servir como um bilhete para enriquecer. “Parece haver um tipo de elite internacional que acha que tem o direito de enriquecer depois de deixar seus cargos no governo”, critica Johnston. “É ético? Muito do que ocorre não passaria no teste de percepção. Essas pessoas devem cair na obscuridade após deixar o poder? Não, elas têm experiência e conhecimentos valiosos. Devem monetizar esses ativos que lhes foram conferidos pelo povo? Acho que não.” “Quando deixam o poder, entram nesse tipo de terreno parte público, parte privado de transações internacionais, onde não há regras claras. Qual a diferença entre suborno, taxa de consulta ou contribuição? Pode ser difícil definir.” Alessandra Corrêa/BBC

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A Justiça terá coragem de mandar prender Eduardo Cunha?

Com frequência, pessoas são presas sob o entendimento da Justiça de que poderiam destruir ou adulterar provas que as incriminem. Se existirem provas ou indícios veementes de que Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, pediu ou recebeu propinas, o mais aconselhável seria prendê-lo. Para evitar o risco de que provas ou indícios contra eles sejam destruídos. E testemunhas intimidadas. A advogada Beatriz Catta Preta, que negociou a delação premiada de nove de 25 presos da Operação Lava Jato, anunciou que desistiu da profissão diante de ameaças que recebeu. O foco das ameaças: a CPI da Petrobras, controlada por Eduardo. Por mais que negue ele controla, sim a CPI. Ou pelo menos a maioria dos seus membros. O empresário Júlio Camargo, ex-cliente da advogada, acusou o presidente da Câmara de ter recebido US$ 5 milhões de propina no escândalo da Petrobras. Por que Camargo mentiria? Por que um delator mentiria? Para perder o direito de pegar uma pena mínima? Não faz sentido. Antes, Eduardo fora acusado pelo doleiro Alberto Youssef de usar uma deputada sua aliada para constranger empresas que se recusaram a dar dinheiro para o PMDB. A aliada, de fato, tentou constranger. Youssef disse também que estava sendo ameaçado por um deputado “pau-mandado” de Eduardo e membro da CPI da Petrobras. O deputado Celso Pansera, do PMDB do Rio, pediu à CPI a quebra de sigilos da mulher e das filhas de Youssef. O Supremo Tribunal Federal (STF) negou. A defesa do empresário Camargo afirma que Eduardo está “agindo com a lógica da gangue”. Terá o STF coragem para mandar prender Eduardo se for o caso? A conferir. Ps. A Constituição só permite a prisão de parlamentar depois de condenado em definitivo. Ou se flagrado cometendo crime inafiançável. Uma pena! Blog do Noblat

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Como mandar mensagens de celular quando não há cobertura nem internet

Você chegou com amigos a um show mas, de repente, se vê sozinho no meio da multidão. Tenta o Whatsapp, mas não consegue enviar a mensagem. Tenta ligar, mas não há sinal. As redes estão sobrecarregadas. Aplicativos e acessórios ajudam a mandar mensagens quando não há sinal O que fazer, então, para se comunicar com seus amigos? A BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC) mostra três alternativas para enviar mensagens quando você não tem internet nem sinal. Leia mais: Bug descoberto em sistema Android pode afetar até 1 bilhão de telefones Firechat Este aplicativo já havia sido utilizado durante protestos no Irã e em Taiwan, mas ficou mais conhecida nas manifestações pró-democracia no ano passado em Hong Kong. Em setembro, em apenas 24 horas 100 mil pessoas baixaram o app, da empresa americana Open Garden, na região administrativa especial da China. Em apenas 24 horas, 100 mil pessoas baixaram o app em Hong Kong Elas encontraram com a ferramenta uma maneira de se comunicar quando o Instagram havia sido bloqueado na China e muito mais mensagens que o habitual eram censuradas no “Twitter chinês” Sina Weibo. Leia mais: Por que o celular esquenta demais – e como evitar que isso ocorra O Firechat permitiu que eles se comunicassem inclusive sem ter acesso à cobertura telefônica ou à internet. O app funciona graças a outros celulares que estão conectados à rede sem fio e que atuam como ponto de acesso para os terminais que não estão conectados. Depois de instalar o aplicativo, esses últimos se conectam através da antena wifi, que permite que as mensagens se espalhem em cadeia, saltando de um usuário para outro próximo. MeshMe Esse aplicativo utiliza a mesma tecnologia do Firechat, e daí vem seu nome: mesh networking (comunicação em rede). É igual ao Firechat e serve para se comunicar em meio a manifestações ou quando existe censura nas redes sociais. Apps são úteis em protestos e também em shows e festivais em que a rede fica sobrecarregada Ele também é útil em festivais ou eventos onde as redes habituais estão sobrecarregadas, assim como nas montanhas ou em outros locais ou a cobertura seja baixa ou nula. Leia mais: Seis truques pouco conhecidos do Facebook MeshMe permite que você se comunique com outros usuários mesmo quando seu smartphone está em modo “avião”, sempre que a conexão wifi ou Bluetooth esteja ativa. Cada celular que tenha instalado o aplicativo passa a funcionar como um roteador e passa a informações para outro aparelho usando o caminho mais eficiente no momento. Mas os proprietários dos telefones que estiverem sendo usados como “nós” não podem ler o texto da mensagem. Segundo a companhia, um iPhone 6 com MeshMe deveria ser capaz de transferir dados a uma distância entre 20 e 30 metros usando o sinal wifi e entre 10 a 15 metros usando o Bluetooth. goTenna Essa não é um aplicativo que possa ser baixado no telefone, mas um acessório para celulares que faz às vezes de antena. É um produto de uma start-up de Nova York com o mesmo nome. A “antena” é uma barra de bolso com uma corrente para ser presa à mochila ou ao cinto. Como os apps anteriores, o goTenna permite uma comunicação ponto a ponto, mas os usuários dos aparelhos precisam ter o acessório. O que ela faz é criar uma rede de rádio de baixa frequência para iOS ou Android. Não se deve esperar uma comunicação de banda larga, mas a CEO da empresa, Daniela Perdomo, diz que em horizontes abertos ela pode enviar mensagem a até 80 metros de distância. Todas as comunicações são cifradas e contam com um sistema de reenvio constante, até se assegurar de que a mensagem chegou a seu destinatário.

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