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Sophia Andressen – Versos na tarde – 20/07/2015

Ó noite Sophia Andressen¹ Ó noite, flor acesa, quem te colhe? Sou eu que em ti me deixo anoitecer, Ou o gesto preciso que te escolhe Na flor dum outro ser? ¹Sophia de Mello Breyner Andresen * Porto, Portugal – 6 de Novembro de 1919 d.C + Lisboa, Portugal – 2 de Julho de 2004 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Eduardo Cunha a mais pura imagem da perfídia, Impeachment e a Veja

Acunhando o Cunha! O surreal “Depufede” engavetou os pedidos de impeachment. Foi só ser citado em delação no lava-jato e rompeu com o governo. E ao declarar-se rompido com o governo, o elemento desengaveta os pedidos de impeachment, abrindo a tampa da esgoto. Resumindo; é um elemento que está de acordo com seus próprios interesses e não a serviço do Brasil. Colunista Roberto Pompeu de Toledo – o mais influente da revista Veja – assina matéria contra o impeachment da D.Dilma. Entre outros argumentos expõe que se a presidente sofrer impeachment, sairá como vítima, e abriria caminho para a volta de Lula como herói vingador. O colunista a meu sentir não escreveria uma matéria com esse escopo sem a autorização dos Civitas. Assim, fica a impressão que a revista deserta da tropa do impeachment. Acordaram né? Desde o começo da Lava-Jato que escrevo sobre isso. Nada de ideológico ou partidário, mas simples lógica dedutiva. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Provas contra Eduardo Cunha envolvem contas na Suíça

Juiz Sergio Moro rastreou pagamentos que teriam como destinatário o atual presidente da Câmara. A Operação Lava Jato, conduzida pelo juiz Sergio Moro, rastreou pagamentos que teriam sido feitos na Suíça para, supostamente, beneficiar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A informação foi publicada no blog do jornalista Fausto Macedo, em reportagem dos jornalistas Ricardo Brandt, Valmar Hupsel, e Julia Affonso, além do próprio Fausto, no jornal Estado de S. Paulo. Moro rastreou pagamentos que teriam sido feitos pelo delator Júlio Camargo, da Toyo Setal, ao lobista Fernando Baiano, no âmbito da diretoria internacional da Petrobras, então ocupada por Nestor Cerveró. De acordo com o mais recente depoimento de Camargo, tais pagamentos, da ordem de US$ 5 milhões, teriam como destinatário o atual presidente da Câmara. Moro já recebeu as informações da Suíça e deve compartilhá-las com o Supremo Tribunal Federal, uma vez que Cunha tem foro privilegiado –rompido com o governo federal, Cunha se move para tentar agilizar processos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Nos próximos dias, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir que Cunha seja investigado por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele pode, ainda, solicitar seu afastamento da presidência da Câmara.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Segundo a reportagem do blog de Fausto Macedo, “anteontem, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato na primeira instância, em Curitiba, anexou extratos bancários com movimentações das contas aos autos da ação penal em que Cunha foi citado por Camargo”. Todos os documentos foram enviados por autoridades da Suíça “A documentação relativa às contas secretas na Suíça, da Three Lions Energy Inc, no Banco Clariden Leu Ltd., supostamente controlada pelo acusado Fernando Antônio Falcão Soares, da Russel Advisors SA, no Banco UBP (Union Bancaire Privée), de Genebra, supostamente controlada pelo acusado Nestor Cuñat Cerveró, da Forbal Investment Inc, no Banco Heritage, de Genebra, supostamente controlada pelo acusado Nestor Cuñat Cerveró, encontra-se em arquivo eletrônico, na Secretaria deste Juízo”, informa despacho de Moro, anexado nesta sexta aos autos da Lava Jato. Para o Ministério Público Federal no Paraná, as movimentações já detectadas entre as contas das offshores Piamont, atribuída a Camargo, para a Three Lions, atribuída a Fernando Baiano, e posteriormente para a Russel Advisors Inc, que seria mantida por Cerveró, comprovariam os pagamentos de propina no caso dos navios-sonda. Por meio de sua assessoria, Cunha afirmou que “não faz parte disso” e denunciou uma suposta articulação da Procuradoria-Geral da República para enfraquecer o Poder Legislativo. Fonte:Jornal do Brasil

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A caminho de uma Terra sem água?

Crise hídrica brasileira é parte de fenômeno global. Consumo abusivo de recurso renovável, porém limitado, pode gerar, em trinta anos, inferno de desabastecimento e guerras Cena do game “Dystopia”, ambientado num futuro em que a falta de água estendeu-se por todo o planeta, tornando-se profunda e permanente Em 2030, a população mundial deverá ser de uns 8,5 bilhões de pessoas e, se a humanidade continuar a viver do mesmo modo, o déficit de água doce do planeta chegará a 40%, diz informe das Nações Unidas sobre os recursos hídricos divulgado em março em Nova Deli. Todo o nosso sistema vital e econômico gira em torno de um recurso natural limitado. Maximizá-lo e geri-lo de forma eficaz constitui o grande desafio do século XXI. Cada vez que abrimos a torneira, acontece um pequeno milagre. Por trás deste gesto tão cotidiano há muito mais que um jorro de H2O (elemento composto de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio) em estado líquido. A água é o sistema sanguíneo deste planeta; um ciclo natural sobre o qual a atividade humana exerce enorme pressão.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “A quantidade de água doce na Terra hoje é praticamente a mesma que na época em que César conduzia o império romano. Mas nos últimos 2000 anos, a população pulou de 200 milhões para cerca de 7,2 bilhões, e a economia mundial cresceu ainda mais rapidamente (desde 1960, o PIB aumentou a média de 3,5% anual). A conjunção da demanda de alimentos, energia, bens de consumo e água para este grande empreendimento humano requereu um grande controle sobre a água”, resume Sandra Postel, diretora da organização norte-americana Global Water Policy Project. “Há muito pouca água no planeta azul”, constata Elias Fereres, catedrático da Universidade de Córdoba que exerceu numerosos cargos relacionados com a agricultura e a ecologia. Fereres refere-se a que, embora 70% da superfície da Terra esteja coberta de água, somente cerca de 1% é água doce, além daquela presa como gelo nas calotas polares e geleiras. Sobre esse 1% não apenas repousa nossa principal fonte de vida, mas também o motor do mundo desenvolvido. “A água tem tanto valor que não tem preço, e a chave do seu uso está em obter o máximo aproveitamento sem aumentar as desigualdades econômicas, sociais e ambientais”, sustenta o catedrático. Onde residem essas desigualdades? “O avanço da população global e do crescimento econômico ocorrido nos anos cinquenta deve-se em grande parte à engenharia de água: barragens para reservatórios, canais para movê-la, bombas para extraí-la do subsolo. Desde 1950, o número de barragens passou de 5 mil a 50 mil. Construíram-se uma média de duas por dia durante meio século. Na maior parte do mundo, a água já não circula seguindo fisicamente o processo natural, mas de acordo com a vontade do homem”, sublinha Postel. Seu autor, Richard Connor, lamenta a “escassa importância” que os governos outorgam à água, espalhando a ideia de que se trata de um bem comum inesgotável. “É um serviço essencial para o crescimento, mas as pessoas não têm essa percepção. Ao invés disso, veem a energia como fator econômico de primeira ordem e inclusive geopolítico, para a segurança de um país, razão pela qual recebe muito mais apoio. Relegar a água na ação política é um erro que, no final, se paga caro e compromete o desenvolvimento”, argumenta.No século passado, essas infraestruturas permitiram cobrir as necessidades da agricultura – que consome 70% da água doce –, a indústria – representa 20% – e o uso doméstico – os 10% restantes – em grande parte do globo. Mas o aumento da demanda, devido em grande medida ao desenvolvimento dos países emergentes, está rompendo um equilíbrio que já é muito precário. “Prevê-se que em 2030 o mundo terá de confrontar-se com um déficit de 40% de água em uma situação climática em que tudo continua igual”, alerta o último informe da ONU sobre recursos hídricos. Os acontecimentos deram razão a aqueles cientistas que, como Postel, prenunciaram que “a água será para o século XXI o que o petróleo foi para o XX”. Se o chamado ouro negro é cobiçado – a ponto de provocar conflitos bélicos – isso se deve a que suas reservas são finitas e não estão nas mãos de todos. O mesmo sucede com a água doce, uma vez alcançado um volume de demanda superior a sua capacidade de regeneração, o que se define como estresse hídrico. Alexandra Taithe, responsável pela Fundação para a Investigação Estratégica e especialista na interação entre água e energia, traça um panorama inquietante. “Nos países do Sul e do Leste do Mediterrâneo”, adverte, “os poderes públicos optaram por soluções consistentes para aumentar a água disponível. Esta política, que recorreu tanto à dessalinização da água do mar como à exploração dos aqüíferos ou transferências massivas, tem um custo energético muito elevado.” Segundo seus cálculos, em 2025 a demanda de eletricidade para abastecimento de água destes países representará cerca de 20% do total do que precisam os estados. Hoje, supostamente são 10%. A dessalinização, às vezes apresentada como uma panacéia para combater a escassez, é o sistema que mais energia devora. Nem todo o mundo pode permirtir-se. A Arábia Saudita, o pais com maior capacidade de produção, gera 5,5 milhões de metros cúbicos por dia. Pois bem, para obter essa quantidade, consome o equivalente a 350 mil barris de petróleo diário. Por sua vez, a fabricação de eletricidade e a extração de combustíveis fósseis precisam de grandes quantidades de água. Por exemplo, segundo Taithe, na França 60% do caudal dos rios destina-se ao processo de esfriamento das centrais térmicas e nucleares. É preciso dizer que a França é o segundo país em produção de energia atômica do mundo e que esta água – em princípio não contaminada – é devolvida às bacias e aos lagos… com alguns graus a mais, o que favorece a proliferação de algas e reduz a população de peixes. No ciclo de água, tudo está interrelacionado. Qualquer manipulação da ordem natural tem efeitos colaterais. A extração de

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Um prato apetitoso para a boataria e os imbecis

Os delírios dos personagens de Umberto Eco em “Número zero” só comprovam o valor da imprensa profissional – em tempos de Mãos Limpas ou de Lava Jato O juiz Sergio Moro não esconde sua admiração pela Operação Mãos Limpas, dos anos 1990. Em 2004, ele publicou um artigo vangloriando a “cruzada judiciária contra a corrupção política e administrativa” vivida na Itália. Tudo começou em fevereiro de 1992, com um caso banal: a prisão de Mario Chiesa, diretor de um asilo filantrópico de Milão, o Pio Alberto Trivulzio, flagrado com propina recebida de uma companhia de limpeza que, com a aproximação da polícia, tentou sem sucesso despachar pelo vaso sanitário – daí o nome Mãos Limpas. Puxando o fio dessa meada, a ação de juízes, procuradores e policiais levou à investigação de mais de 6 mil pessoas, entre elas 872 empresários e 438 parlamentares, ao redesenho dos partidos na Itália e à queda do então primeiro-ministro, Bettino Craxi, depois exilado na Tunísia. A Mãos Limpas inspirou Moro em toda a arquitetura da Operação Lava Jato – o início banal num posto de gasolina, as confissões de delatores (caso do próprio Chiesa), a prisão de empresários e políticos famosos e o uso do noticiário para exercer a pressão política necessária para desbaratar o esquema. Na época, a sensação de lama sem fim na Itália era muito parecida à que vivemos hoje no Brasil, com a enésima fase da Lava Jato, a Politeia. Lá também ninguém sabia como aquilo acabaria.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Já se sabe que havia muita podridão nos partidos, e que todos embolsavam propinas, é preciso dar a entender que, se nós quiséssemos, poderíamos desencadear uma campanha contra os partidos. Seria preciso pensar num partido de honestos, um partido de cidadãos capazes de falar de uma política diferente.” É com essas palavras, descrição digna da Politeia de Platão, que o diretor abre uma reunião na redação de um novo jornal, o Amanhã, em Número zero, último romance do italiano Umberto Eco. Na Milão de 1992, enquanto eclode a Mãos Limpas, Simei, o diretor, é contratado pelo Comendador Vimercate, um rico empresário, para montar, em vez de um jornal, uma máquina de achaque e chantagem cujo objetivo não é chegar às bancas – mas lhe permitir exercer influência e poder perante a elite italiana a que quer pertencer. Simei chama para ser seu redator-chefe um tradutor e intelectual fracassado, Colonna, o narrador do romance. A missão secreta de Colonna é escrever um relato fantasioso que possa ser publicado ao final da empreitada, para salvar a reputação de Simei – retratado como um jornalista heroico e destemido, não um manipulador pusilânime. A partir daí, Eco, um mestre da ironia, apresenta ao leitor algo como “as 247 lições do pseudojornalismo” praticado por Simei. Invenção de notícias. Distorção de desmentidos. Anúncios fúnebres fraudados. Classificados pessoais fantasiosos. Desprezo por novidades, como os celulares. Fofocas sobre temas irrelevantes, como celebridades ou ordens medievais. Corte de reportagens que ofendem os interesses do comendador. E, naturalmente, a fabricação de dossiês que possam ser usados para chantagear seus inimigos. A redação fica às voltas com o número zero do título, uma edição fictícia para um único leitor – o comendador. Nela, Simei coloca apenas notícias cujos desdobramentos já conhece de antemão. Seu Amanhã, na verdade, foi ontem. O jornal é sacudido por outro ingrediente comum nas obras de Eco: as teorias da conspiração. Um dos jornalistas, com o sugestivo nome Braggadocio (fanfarronice), diz a Colonna estar prestes a obter provas de que Mussolini não fora morto no final da Segunda Guerra Mundial. Braggadocio passa então a narrar uma história rocambolesca que conecta milícias terroristas de extrema-direita, um golpe de Estado fracassado no final dos anos 1960, a loja maçônica P2, a CIA, a morte e o atentado contra dois papas e outros eventos históricos – até os escândalos de 1992. É uma viagem em que “tudo se liga”, como nos bons filmes de espionagem. As consequências do delírio de Braggadocio são terríveis para ele próprio e para o Amanhã. Na época retratada por Eco, não havia internet nem redes sociais. Hoje, o mundo é um prato apetitoso para os êmulos de Simei. Nas palavras do próprio Eco, há esse “reino dos imbecis”, onde qualquer um pode publicar o que quiser, sem necessidade de provar nada nem medir consequências, terreno fértil para boatos e teorias da conspiração. A maior de suas ironias é usar um pseudojornal onde tudo funciona como não deve, para mostrar aonde isso leva. “Nada mais pode nos perturbar neste país”, diz uma personagem a certa altura. “Sempre fomos um povo de punhais e veneno. Estamos vacinados, seja qual for a história nova que nos contem, vamos dizer que já ouvimos coisa pior, e que talvez essa e as outras sejam falsas.” Mas é justamente lá onde brota o “talvez” que a verdade se faz necessária. Os delírios de Braggadocio ou a canalhice de Simei só comprovam o valor da imprensa profissional – em tempos de Mãos Limpas ou de Lava Jato. HELIO GUROVITZ/G1

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