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Dora Brisa – Versos na tarde – 30/06/2015

Pré-munição Dora Brisa¹ Talvez seja cedo Falarmos do amor que arde, Do ciúme queimando em segredo. Talvez seja tarde… Talvez seja cedo Ficarmos juntos antes que tudo desabe, Protegermos nosso escuro medo. Talvez seja tarde… Talvez seja cedo Passearmos no lindo parque, Sentirmos a brisa no arvoredo. Talvez seja tarde… Talvez seja cedo Caminharmos de mãos dadas pela cidade, Fazermos juras de amor no rochedo. Talvez seja tarde… Talvez seja cedo Lermos juntos Quintana, Sartre, Escrevermos poesias de brinquedo. Talvez seja tarde… Talvez seja cedo Termos nossa vida à parte, Recusarmos o fruto azedo. Talvez seja tarde… Talvez seja cedo Construirmos nossa obra de arte, Casa ao fundo, no lado esquerdo. Talvez seja tarde… Talvez seja cedo Planejarmos nossa velhice sem alarde, Sempre unidos, longe do cortejo. Talvez seja tarde… Talvez seja cedo Falarmos de despedida, saudade. A vida é imprevisto enredo. Talvez seja cedo – ou tarde… ¹ Nara França *Passo Fundo, RS – 28 de fevereiro d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Duvivier: nos países em que você lava a própria privada, ninguém mata por uma bicicleta

Cara elite, sei que não é fácil ser você. Nasci de você, cresci com você, estudei com você, trabalho com você. Resumindo: sou você. (Vou fazer uma camisa: “Je suis elite”). Sei que você (a gente) quer o bem do país. Sei que era por bem que você não queria abolir a escravidão. “Se a gente tiver que pagar pelo serviço que os negros faziam de graça, o país vai quebrar.” Você não queria que o Brasil quebrasse. Você não precisava ficar nervoso: o Brasil não quebrou. Sei que era por bem que você pediu um golpe em 64. Você tinha medo do Jango, tinha medo da reforma agrária, tinha medo da União Soviética. Sei que depois você se arrependeu, quando os generais começaram a matar seus filhos. Mas já era tarde. Sei que você achou que o Collor era honesto. Sei que você achou (acha?) que o Lula é um braço das Farc, que é um braço do Foro de São Paulo, que é um braço do Fidel, que é um braço da Coreia do Norte. Sei que você ainda tem medo de um golpe comunista -mesmo com Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Sei que você tem medo. E o seu medo faz sentido.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Não é fácil ser assaltado todo dia. Dá um ódio muito profundo (digo por experiência própria). A gente comprou um iPhone 6 com o suor do nosso rosto -e pagou muitos impostos. Sei que nessas horas dá uma vontade enorme de morar fora. Você sabe que lá fora você pode abrir seu laptop na praça, pode deixar a porta aberta, a bicicleta sem cadeado. Mas lá fora, não esqueça, é você quem limpa a sua privada. Você já relacionou as duas coisas? Nos países em que você lava a própria privada, ninguém mata por uma bicicleta. Nos países em que uma parte da população vive para lavar a privada de outra parte da população, a parte que tem sua privada lavada por outrem não pode abrir o laptop no metrô (quem disse isso foi o Daniel Duclos). Não adianta intervenção militar, não adianta blindar todos os carros, não adianta reduzir a maioridade penal (SPOILER: isso nunca adiantou em lugar nenhum do mundo). Sabe por que os milionários americanos doam tanto dinheiro? Não é por empatia pelos mais pobres. Tampouco tem a ver só com isenção fiscal. Doam porque sabem que, quanto mais gente rica no mundo, mais gente consumindo e menos gente esfaqueando por bens de consumo. Um pobre menos pobre rende mais dinheiro para você e mais tranquilidade nos passeios de bicicleta. A gente quer o seu (o nosso) bem. É melhor ser a elite de um país rico do que a de um país pobre.

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PT X PT: Pimentel pede a Cardozo que investigue atuação da Polícia Federal

No livro as viagens de Gulliver o autor J. Swift faz uma crítica interessante sobre a condição humana. No livro, o gigante Gulliver é amarrado por gente miúda. Assim está o Brasil. Um gigante dominado por gente miúda e mesquinha. José Mesquita   O governador petista de Minas Gerais, Fernando Pimentel, formalizará nesta segunda-feira junto ao ministro José Eduardo Cardozo, seu companheiro de PT, um pedido de abertura de investigação contra a Polícia Federal. Acusa o órgão de “politizar” uma investigação. Pede a identificação do responsável pelo vazamento de relatório em que a PF o apresenta como suspeito de chefiar uma “organização criminosa”. O documento estava protegido pelo “segredo de Justiça”. Ao lado de sua mulher, Carolina Oliveira, Pimentel é protagonista de uma operação que a PF batizou de Acrônimo. Contratou para defendê-lo o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Além de se dirigir a Cardozo, o defensor do governador mineiro protocolará uma petição no gabinete do ministro Herman Benjamin, relator do processo aberto contra Pimentel no STJ. Na peça, ele reforçará o pedido para que sejam apurados o vazamento do texto sigiloso e o que chama de “instrumentalização” do inquérito policial. Pimentel não é o único petista irritado com a Polícia Federal. Reunida há cinco dias em São Paulo, a Executiva Nacional do PT decidiu convidar José Eduardo Cardozo para dar explicações sobre a desenvoltura com que a PF atua nas operações Lava Jato e Acrônimo. O partido atribui à tibieza do ministro da Justiça a permanência do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto na cadeia, em Curitiba, e a batida policial feita num escritório político de Pimentel, em Belo Horizonte.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O compartamento do petismo é irracional e paradoxal. É irracional porque Cardozo, mesmo que desejasse, não tem poderes para dirigir inquéritos feitos sob supervisão do Ministério Público, com anuência da Justiça. É paradoxal porque Dilma Rousseff e Lula costumam atribuir a proliferação dos inquéritos anticorrupção à autonomia que seus governos deram à PF. Quando essa autonomia exibe os calcanhares de vidro de companheiros, o PT faz pose de vítima de violações e abusos. Kakay, o advogado de Pimentel, diferencia sua atuação da iniciativa do PT. “Lutamos muito para que a Polícia Federal tivesse autonomia”, afirma. “Não somos contra a investigação. Temos resposta para todas as questões. Nossa contrariedade é com a forma como tudo se deu. A ação da Polícia Federal tem vícios muito nítidos. E causou prejuízos irreparáveis ao governador Pimentel.” Nas petições que encaminhará à pasta da Justiça e ao STJ, Kakay fará um inventário dos alegados “prejuízos”. Segundo ele, “a Polícia Federal produziu um relatório político, não técnico.” Pediu para fazer busca e apreensão em 34 endereços. A Procuradoria foi a favor de 25. E o ministro do STJ autorizou 17. Excluiu, por exemplo, o BNDES e a sede do governo de Minas.” No trecho que deixou Pimentel e seu advogado mais abespinhados, o documento anota: “Fernando Pimentel seria o chefe da organização criminosa operada financeiramente por Benedito [Oliveira Neto], grupo criminoso este especializado em lavagem de capitais oriundos de desvio de recursos públicos e aplicação de parte dos valores branqueados em campanhas eleitorais…” Para Kakay, o texto da PF “foi politizado de propósito, para produzir escândalo na imprensa.” Ele tachou de “inaceitável” o vazamento do relatório. A revista Época reproduziu trechos. “Numa reprodução, está escrito acima do texto, no cabeçalho da folha: ‘segredo de Justiça’. Parece um escárnio”, disse o advogado. “Isso é muito grave. Alguém vazou. Não posso fazer acusações. Seria leviano. Mas temos alguns indícios. E vamos pedir que tudo seja apurado.” Pimentel foi à alça de mira da PF em outubro do ano passado. Numa batida realizada no aeroporto de Brasília, agentes federais apreenderam R$ 113 mil em dinheiro vivo dentro de um avião particular. A bordo, entre outros passageiros, o proprietário da aeronave, Benedito Oliveira. Homem de muitos negócios, Bené, como é conhecido, é dono de uma gráfica que prestava serviços à campanha de Pimentel ao governo de Minas. Puxando o fio dessa meada, a PF deflagrou a Operação Acrônimo. Mirou primeiro em Carolina, a mulher do governador mineiro (foto ao lado). Depois, mediante autorização do STJ, concentrou-se também em Pimentel. Sustenta que o casal está envolvido num esquema operado por Bené. Tenta provar que a dupla praticou os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. De acordo com a PF, uma empresa de Carolina, a Oli Comunicação, e uma consultoria que atuou em parceira com ela receberam, entre 2011 e 2014, R$ 3,6 milhões de empresas que são clientes do BNDES. Nessa época, Pimentel era ministro do Desenvolvimento, pasta que carrega o BNDES no seu organograma. Para a PF, parte desses recursos “poderiam ter, em última análise, como destinatário o então ministro de Estado”, ou seja, Pimentel. Ainda de acordo com a PF, os grupos Marfrig e Casino (controlador do Pão de Açúcar) teriam repassado à Oli R$ 595 mil e R$ 362,8 mil, respectivamente. Embora defenda apenas Pimentel, não a mulher dele, Kakay afirma que a empresa de Carolina não emitiu nenhuma nota em nome do Margrig nem do Casino. Essas empresas contrataram, na verdade, a MR Consultoria, do jornalista e gestor de crises Mário Rosa. Porém, a firma da mulher de Pimentel, uma jornalista sem nenhuma projeção, recebeu R$ 2,4 milhões da MR Consultoria entre 2012 e 2014. “Quando Mário Rosa contratou a Carolina, em março de 2012, ela já tinha saído do Ministério do Desenvolvimento. Saiu em dezembro de 2011. Abriu a empresa”, disse Kakay. Por que o consultor contratou a firma de Carolina? “Isso a Polícia Federal vai ter que perguntar para ele”, disse o advogado do governador. A PF investiga também a suspeita de caixa dois na campanha de Pimentel ao governo de Minas. Benedito Oliveira, o Bené, teria subfaturado serviços gráficos. “A prestação de contas do comitê do governador foi aprovada pela Justiça Eleitoral”, afirma Kakay. “Se o Benedito praticou alguma irregularidade é ele quem precisa responder.” Numa evidência dos vínculos

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‘Escuta’ em pão sírio é nova arma de hackers para roubar dados

O dispositivo precisa estar pelo menos 50cm perto do laptop para roubar os dados. Senhas e outras informações confidenciais podem ser roubadas de laptops por hackers usando um dispositivo que, além de ser barato, pode ser escondido em um pão sírio. Especialistas em segurança da Universidade de Tel Aviv, em Israel, mostraram como o dispositivo captura emissões de rádio de laptops que podem vazar dados como chaves criptográficas. Anteriormente, o equipamento usado para essa operação era caro e difícil de ser disfarçado, mas o time comandado por Daniel Genkin conseguiu criar um equipamento de “escuta” usando componentes baratos e pequenos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] ‘Pita’ A equipe de especialistas descobriu que diferentes atividade comuns em um laptop, como jogar games eletrônicos ou decodificar ou codificar documentos, geram sinais de rádio específicos. Isso ocorre por causa das diferentes demandas por energia junto à unidade central de processamento (CPU). Usando um e-mail como “isca”, os especialistas conseguiram “escutar” o computador usando seu sistema de encriptação de dados. Usando uma dose de bom humor, a equipe de Genkin batizou o aparelho de Instrumento Portátil de Aquisição de Sinais (formando, em inglês, a sigla ‘Pita’). A sigla é também o nome pelo qual o pão sírio é conhecido em inglês. Na demonstração do Pita, os pesquisadores mostraram que o sistema funciona a uma distância de até meio metro do computador “vítima”. E conseguiram decifrar diversos mecanismos de encriptação usados em programas e algoritmos para proteger informações. Mas empresas de segurança tecnológica reagiram com certa indiferença ao estudo israelense. Steve Armstrong, da companhia britânica Logically Secure, afirmou ao site The Register que o tipo de ataque feito pela equipe de Genkin não é uma grande novidade. “Teria ficado assustado se eles (os pesquisadores) conseguissem fazê-lo a 10 m de distância (do computador), em um outro quarto. Se o dispositivo precisa estar a 20 cm, não fico impressionado”, disse Armstrong. BBC

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