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Francisco Carvalho – Versos na tarde – 12/06/2015

Retrato para ser visto de longe Francisco Carvalho¹ Sou um ser, o outro é metade que não sabe de onde veio. Sou treva, sou claridade. Solidão partida ao meio e entre os dois a eternidade. Sei quem sou, não me conheço. Parado, estou sempre indo para um país sem regresso. Sou fonte e estou me esvaindo, fluir sem fim nem começo. Coração partido ao meio, pulsando em cada metade. O lirismo do espantalho a espuma do devaneio. Entre os dois a eternidade. De Pastoral dos Dias Maduros (1977) ¹ Francisco Carvalho * Russas, CE. – 11 de Junho de 1927 d.C + Fortaleza, CE. – 5 de março de 2013 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Ao liberar biografias, STF dá lição ao Congresso

Com seu parecer simples, objetivo, corretíssimo e sem firulas linguísticas que só atrapalham, a nobre ministra Carmem Lúcia, por extensão, deu uma tacada de aleijar a imoralidade petista do tal de “controle social” da mídia. Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos enfiaram a viola no saco, tendo que se conformar com o óbvio. É incrível que essas pessoas fossem a favor da censura, mas, quando pisaram no calo deles, defenderam a censura. E tinham a coragem de cantar “É proibido proibir”! O Editor Pela enésima vez, o Supremo Tribunal Federal foi chamado a suprir um direito que o Congresso Nacional se absteve de prover. Ao considerar inconstitucional a censura a biografias não autorizadas, os ministros do STF deram uma nova lição aos congressistas. Ensinaram que não se deve brigar com o óbvio. Vale a pena ouvir um trecho do voto da relatora do processo, a ministra Carmén Lúcia: — Vida é experiência de riscos. Riscos há sempre, em tudo e para tudo. Mas a vida pede de cada um de nós coragem perante os riscos e solução para o que vier a se concretizar. O direito dita formas de se fazer com que sejam reparados os abusos. A saber, por indenização a ser fixada segundo o que se tenha demonstrado como dano. O mais é censura. E censura é forma de cala-boca. Pior: cala a Constituição, amordaça a liberdade, para se viver o faz de conta de se deixar de ver o que ocorreu. […] Cala boca já morreu. É a Constituição do Brasil que garante.”[ad name=”Retangulos – Direita”] O Congresso discute há pelo menos nove anos a inadequação dos artigos do Código Civil brasileiro que condicionam a publicação de biografias à autorização prévia dos biografados ou de seus herdeiros. Sob a omissão dos congressistas, proliferaram os casos de censura disfarçada de direito à privacidade. No caso mais noticiado, o cantor Roberto Carlos obteve na Justiça a proibição de obra sobre sua vida. Familiares do jogador Garrincha e do poeta Vinicius de Moraes também se converteram em estorvo antibiográfico. Até um filme de Glauber Rocha em homenagem a Di Cavalcanti foi barrado pela família do pintor. Foi contra esse pano de fundo que o Congresso esbarrou no óbvio, tropeçou no óbvio e passou adiante, sem se dar conta de que o óbvio é o óbvio. Foi preciso que o STF proclamasse: “Ali está o óbvio. Ele se chama censura. É inconstitucional.” Blog Josias de Souza

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Futebol, Romário, FIFA e o Brasil caminha para o nada. Eis que nada, absolutamente nada, acontecerá para mudar o rumo dos acontecimentos

A Copa do Mundo 2014 no Brasil rendeu US$ 4,8 bilhões (R$ 15 bilhões) em quatro anos – o evento gerou um lucro de mais de US$ 2 bilhões para a Fifa, para uma organização sem fins lucrativos – que, no entanto, mantém uma grande reserva de dinheiro, que contabilizada mais de US$ 1,5 bilhão em 2014 – baseada na Suíça, onde é isenta de impostos.  O lucro total da organização entre 2011 e 2014, de US$ 5,7 bilhões, não é tão grande em comparação com o de megacorporações – a Coca-Cola, por exemplo, que patrocina a Fifa, lucrou US$ 46 bilhões só em 2014. No eixo deste mega negócio surge agora personagens acusados de terem praticado crime lesivo aos seus cofres. São: Ricardo Teixeira (indiciado pela Polícia Federal), Joseph Blatter (presidente renunciado da Fifa), Jérôme Valcke (investigado pela Justiça dos Estados Unidos), José Hawilla (réu confesso) e José Maria Marin (preso na Suíça). A organização anticorrupção Transparência Internacional (TI) concorda e afirma, em um relatório de 2011 sobre a Fifa, que a corrupção não só prejudica na imagem do esporte como também pode comprometer seu papel de “espalhar os valores do espírito esportivo”. Em meio às manchetes em todo mundo, a sujeira protagonizada por dirigentes relapsos e ardilosos, contrasta com a humildade de milhares de clubes de futebol que minguam o mínimo possível, para poder gerar craques e renovar a nova geração de futebol.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] São micros agremiações que disputa campeonatos miseráveis de terceira e quarta série, onde sequer dispõem de verba para o transporte dos atletas para o deslocamento entre estádios em meio a campeonatos longos e sem público, e sem renda. Abandonado a própria sorte a base do futebol mundial, raramente tem o patrocínio de clubes maiores que mantém escolinhas de base ou utilizam esses pequenos clubes como fábrica de atletas. Não pouco, centenas de milhares de agenciadores, exploram essa mão de obra desportiva de forma melancólica e criminosa, deixando querelas para os jogadores, que são na verdade o “artista do espetáculo”. Para se ter uma ideia, avalie quanto recebe de salário um jogador que disputa uma terceira divisão estadual ou nacional? Vejam as dívidas acumuladas por esses clubes? Há pouco o C.R. do Flamengo contratou o atacante estrangeiro Paolo Guerrero pela milionária quantia de R$ 1 milhão e 100 mil/mês. Mas deve milhões (?) Uma distorção, que se vê ate mesmo no próprio time, onde atletas que estão lado a lado desse atacante, ganham dois por cento ou menos do que ele. O futebol tem razões que a própria consciência desconhece, Felipão, despejado do futebol português, voltou ao Brasil e protagonizou o pior espetáculo de uma seleção em Copa da Mundo no 7 a 1 da Alemanha. Em seguida assinou contratou milionário com o combalido Grêmio, saiu, e agora está na China, enganando os mandarins do dólar/metal. Agora Romário – o senador, posa de bom menino, na carona do “caos do futebol”, coloca o dedo na “ferida” do escândalo da FIFA, faz seu marketing para se eleger prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Mas que passado tem este craque de bola, se na vida “social”, não foi tão craque! Raimundo, Vampeta, e tantos outros protagonizaram situações pontuais deprimentes, mas posam de “bom menino” ai nas emissoras de rádio e TV, comentando futebol, como se fossem os “mestres” dos mestres. O salário, bem este nunca foi pequeno, o português sim, “pequeníssimo”, uma agressão ao Aurélio. É o futebol na desonra, e no momento para se rediscutir de verdade, sua nobre finalidade. Por Roberto Monteiro Pinho/Tribuna da Imprensa

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Editora Abril agoniza em praça pública

Em 1989, a revista Veja deu uma capa que provocou uma barulhenta polêmica. Cazuza estava morrendo de AIDS, e seu emagrecimento avassalador vinha sendo acompanhado por todos em fotos. Na etapa final, Cazuza parecia uma caveira. A capa da Veja estampava Cazuza na etapa final com a seguinte chamada: agonia em praça pública. A Veja matou em vida Cazuza. Era um tempo em que os autores não assinavam textos na Veja. Aos curiosos, quem escreveu o texto final foi Mario Sergio Conti, um dos jornalistas mais maldosos que conheci. (Hoje, MSC faz os espectadores dormir num programa de entrevistas na Globonewzzzzzzzz.) Bem, mas o que eu ia dizer é que, passados cerca de 25 anos, a Veja poderia dar uma outra capa na mesma linha agônica. Apenas, em vez de Cazuza, o personagem seria a Editora Abril, que publica a Veja. A Abril parece também estar com AIDS, não na versão controlável de hoje, mas no modelo fatal dos dias de Cazuza. O emagrecimento da editora é extraordinário. Nesta semana, no que já se tornou uma rotina, mais revistas foram fechadas (ou despachadas para a semimorte na Editora Caras, da qual os Civitas são sócios) e mais demissões foram feitas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Entre alguns ex-abrilianos, houve uma comoção. No Facebook, uma jornalista veterana que trabalhou mais de vinte anos na Abril postou a informação e disse que sentia vontade de chorar. Mas ponderaram a ela que a Abril de hoje em nada parece com a Abril de um passado já remoto. A alma da empresa se transformou, ou se revelou, ainda não tenho meu diagnóstico definitivo, mesmo tendo passado 25 anos na empresa. A Abril é maligna. A Veja faz mal ao país. Pratica um jornalismo criminoso – ou de exceção, como definiu seu diretor Eurípides Alcântara, seja lá o que isso representa. Mente, distorce, estimula o ódio e a divisão entre os brasileiros. Investe sem pudor nenhum contra a democracia, como se viu na capa lançada um dia antes do segundo turno das últimas eleições. O único objetivo era interferir, com um golpe sujo, no resultado. A Veja se infestou de discípulos de Olavo de Carvalho, o que significa uma visão de mundo ultraconservadora, homofóbica e outras coisas sinistras do repertório dos olavetes. A ex-abriliana chorosa se confortou quando lhe foi dito, por algumas pessoas, que já não era a Abril dela. Ela reconheceu que já não lia nada da Abril fazia muito tempo, por discordar inteiramente da linha da Veja e da empresa. “Sequer em consultório de dentista”, afirmou. A Abril agoniza em parte como resultado da emergência da Era Digital, e em parte como fruto da inépcia de seus donos. Como um dinossauro, a editora não conseguiu se adaptar aos novos tempos. Demorou para aceitar que a internet ia engolir a mídia impressa (e as demais, como agora ficou claro). Numa de minhas últimas conversas com Roberto Civita, pouco antes de eu sair da Abril, ele me perguntou, aflito: “Onde estão as fotos como as da Life?” Ora, elas estavam, e estão, na internet, mas Roberto não conseguia enxergá-las. Hoje, você vê a Abril fazendo bobagens extraordinárias na internet. Uma das maiores, e escrevi sobre isso, é a TVeja. Veteranos jornalistas têm conversas intermináveis sob uma câmara em geral estática, numa negação completa à cultura digital. No canal da TVeja no YouTube, você encontra os resultados desse voo cego. Visualizações miseráveis, às vezes na casa das dezenas. É claro que ninguém da Veja e da Abril se deu ao trabalho de pesquisar melhores práticas mundiais de tevê no jornalismo digital. Quanto dura a agonia? Revistas têm consistentemente cada vez menos leitores e cada vez menos anunciantes. Como carruagem ou filmes para máquinas fotográficas, revistas se transformaram num produto em extinção. E o que Abril sabe, ou sabia, fazer era revistas. É previsível que num prazo entre curto e médio sobrem do quilométrico portfólio da Abril umas três ou quatro revistas, e mesmo assim condenadas, elas também, à morte. Veja, Exame, talvez a Claudia, talvez a 4 Rodas, e vamos parando. Um próximo passo inevitável vai ser a saída do caro prédio da Marginal do Pinheiros. A Abril alugava as duas torres. Já devolveu uma, e não deve tardar a entregar a outra também. Quanto aos funcionários, os que sobreviveram aos cortes recentes sabem que podem perfeitamente estar no próximo. E isso faz da Abril uma empresa tóxica para trabalhar. Uma coisa particularmente bizarra é que mesmo agonizando e fazendo bobagens notáveis, a Abril, pela Veja, dá aulas diárias ao governo de como administrar o país. Parece o Estadão, que uma vez publicou um editorial no qual dizia: “Como vínhamos alertando a Casa Branca etc etc.” Os Mesquitas não conseguiam deixar de pé seu jornal, e mesmo assim ofereciam conselhos ao presidente americano. Não creio em outra vida, em nada disso. Sou um clássico e irremediável ateu. Mas fico aqui pensando que Cazuza bem que merecia, de algum lugar, observar a Veja sofrer a agonia em praça pública que ela impiedosamente colocou na capa sobre ele em 1989.

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Land Rover cria sistema que detecta buracos nas ruas

Após passar sobre um buraco, o carro registra o local e compartilha a informação com outros carros A Land Rover não quer que os motoristas de seus carros passem por cima de buracos. Por isso, está desenvolvendo uma série de sensores que podem detectar quando um carro passa sobre um buraco e então compartilha essa informação com as autoridades locais, que podem tampá-lo, e com outros veículos, que podem avisar motoristas sobre um buraco no caminho ou ajustar a suspensão do veículo para aliviar o impacto. A única novidade do sistema em relação às tecnologias já existentes nos carros da Land Rover é uma câmera que permite que o veículo escaneie o caminho que vem a seguir. Mas o sistema também usa informações da suspensão e do GPS do veículo. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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