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John Donne – Versos na tarde – 08/06/2015

Por quem os sinos dobram John Donne ¹ ELEGIA: INDO PARA O LEITO Vem, Dama, vem, que eu desafio a paz; Até que eu lute, em luta o corpo jaz. Como o inimigo diante do inimigo, Canso-me de esperar se nunca brigo. Solta esse cinto sideral que vela, Céu cintilante, uma área ainda mais bela. Desata esse corpete constelado, Feito para deter o olhar ousado. Entrega-te ao torpor que se derrama De ti a mim, dizendo: hora da cama. Tira o espartilho, quero descoberto O que ele guarda, quieto, tão de perto. O corpo que de tuas saias sai É um campo em flor quando a sombra se esvai. Arranca essa grinalda armada e deixa Que cresça o diadema da madeixa. Tira os sapatos e entra sem receio Nesse templo de amor que é o nosso leito. Os anjos mostram-se num branco véu Aos homens. Tu, meu anjo, és como o céu De Maomé. E se no branco têm contigo Semelhança os espíritos, distingo: O que o meu anjo branco põe não é O cabelo mas sim a carne em pé. Deixa que a minha mão errante adentre Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre. Minha América! Minha terra à vista, Reino de paz, se um homem só a conquista, Minha mina preciosa, meu Império, Feliz de quem penetre o teu mistério! Liberto-me ficando teu escravo; Onde cai minha mão, meu selo gravo. Nudez total! Todo o prazer provém De um corpo (como a alma sem corpo) sem Vestes. As jóias que a mulher ostenta São como as bolas de ouro de Atalanta: O olho do tolo que uma gema inflama Ilude-se com ela e perde a dama. Como encadernação vistosa, feita Para iletrados, a mulher se enfeita; Mas ela é um livro místico e somente A alguns (a que tal graça se consente) É dado lê-la. Eu sou um que sabe; Como se diante da parteira, abre- Te: atira, sim, o linho branco fora, Nem penitência nem decência agora. Para ensinar-te eu me desnudo antes: A coberta de um homem te é bastante. Tradução: Augusto de Campos ¹ John Donne * Londres, Inglaterra – 1572 d.C + Londres, Inglaterra – 1631 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Delfim Netto defende ajuste fiscal adotado pelo governo

Ex-ministro diz que é preciso propor programas que devolvam confiança a sociedade O economista Delfim Netto, de 87 anos, concedeu uma entrevista ao portal Brasil247 onde falou sobre o governo Dilma. O ex-ministro da Fazenda defendeu o ajuste fiscal, mas também recomendou maior diálogo da presidente Dilma com a sociedade para recuperar a confiança. “O governo precisa dizer: eu existo. Propor programas factíveis que devolvam confiança a sociedade. Economia é só expectativa. Desenvolvimento é um estado de espírito. Nós vamos voltar a crescer. É preciso dar à sociedade um pouco mais de tranquilidade. Essa era a vantagem do Lula. O Lula é um promoter“, aponta Delfim, que já foi também ministro do Planejamento e da Agricultura durante o governo Figueiredo. O economista defendeu a necessidade de aplicar o ajuste fiscal, apesar do ‘problema moral’ do governo Dilma. “O ajuste fiscal é necessário. No ano passado, ocorreu uma deterioração fiscal muito profunda.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Até dezembro de 2013, a situação era desagradável, mas não tinha gravidade. O desequilíbrio de 2014 foi deliberadamente produzido para a reeleição e atingiu seu objetivo”. O ex-ministro comentou a diferença do discurso de Dilma durante a campanha presidencial de 2014 para a política que está sendo colocada em prática agora. “Dilma fez uma mudança na política econômica equivalente à de são Paulo na estrada de Damasco. Essa é uma questão moral que abalou a credibilidade do governo, mas o importante é o conserto.” Delfim afirmou que o setor industrial é fundamental para que o Brasil volte a crescer: “A indústria sofreu o efeito dramático da política cambial. Todos os estímulos foram incapazes de compensar o prejuízo de valorizar o câmbio para controlar a inflação. Nunca faltou demanda para produtos industriais. O que faltou foi demanda para produtos industriais feitos no Brasil. As importações aumentaram, substituindo produtos brasileiros, e as exportações caíram. Agora isso começa a ser revertido com o novo patamar do câmbio. Sem resolver o problema da indústria, não vamos voltar a crescer.” Fonte Jornal do Brasil

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Empresa revela cartão microSD com 512 GB de armazenamento

O nome Microdia não é tão famoso quanto o das concorrentes SanDisk ou Kingston, mas na Computex, que acontece em Taiwan, a empresa quer tornar sua marca reconhecida. Isso porque a sua promessa é lançar, até julho, o cartão microSD de maior capacidade do mundo. O nome Microdia não é tão famoso quanto o das concorrentes SanDisk ou Kingston, mas na Computex, que acontece em Taiwan, a empresa quer tornar sua marca reconhecida. Isso porque a sua promessa é lançar, até julho, o cartão microSD de maior capacidade do mundo. O recorde hoje pertence à SanDisk, que apresentou um cartão de memória de 200 GB em março. Agora a Microdia quer lançar um cartão de 512 GB, duas vezes o máximo alcançado pela concorrência. O cartão usará o formato SDXC (o XC significa “capacidade extra”), que suporta até 2 TB de arquivos, mas 512 GB é o máximo alcançado pela tecnologia moderna. O cartão Xtra Elite, segundo a Microdia, estará bem longe de ser barato. A empresa estima que ele chegará às lojas em por um valor de cerca de US$ 1 mil, embora o preço não esteja definido. A Microdia diz que ele usa a versão 4.0 do padrão Secure Digital, e conta com a tecnologia UHS (Ultra High Speed), que permite a transferência de dados com até 300 Mbps. A empresa espera que o produto seja voltado principalmente para fotógrafos profissionais, que poderão aproveitar uma transferência mais rápida das fotos, além de poder armazenar mais imagens sem precisar trocar o cartão de memória frequentemente. Via CNET [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Juca Kfouri: negócios da TV no futebol podem ser piores que os de empreiteiras

Juca Kfouri, que se restabelece de um problema sério de saúde justamente em meio ao caldeirão que se tornou o futebol – mundial e brasileiro – nestes dias, publica hoje um texto de “memórias”  sobre os personagens brasileiros deste “Fifalão”. Lembranças que terminam com uma frase demolidora: ” o mundo das transmissões esportivas pode ser mais sujo e pesado que o das empreiteiras” É impossível separar os muitos milhões que elas custam dos muito mais milhões que geram e dos vários milhões que, para consegui-las, se distribuem das gavetas para gavetas. Por mais que seja cultivada entre nós – sobretudo os que amam o jornalismo esportivo, onde comecei, como estagiário, minha vida profissional –  a esperança de que tudo se modifique, sabemos que o dinheiro é um Moloch e pode estar em curso – qualquer semelhança é mera coincidência, apenas uma mudança donos mundiais  do futebol. Preciosas, mesmo, são as gavetas da memória de Juca, das quais saem histórias do passado que ajudam a entender o presente. E a temer, sem que isso faça senão encorajar a luta destemida, pelo futuro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Jogar o jogo Juca Kfouri, na Folha Já contei as três histórias aqui, separadamente. José Maria Marin, então presidente da FPF, em 1985, depois de ter sido governador biônico de São Paulo, me garantiu, num voo para Assunção, que era impossível sair pobre do Palácio dos Bandeirantes. Íamos ambos a um jogo da seleção brasileira contra a paraguaia pelas eliminatórias da Copa de 1986. Dizia ele que independentemente da vontade do político, tudo que se fazia no Estado separava 10% ao governador e não seria ele a mudar tal estado de coisas. Nunca antes eu estivera com Marin. Dez anos depois, recebi a visita de J.Hawilla em meu escritório, pois eu acabara de iniciar minha carreira solo depois de 25 anos de Editora Abril. Roberto Civita me pedira para parar de criticar Ricardo Teixeira, porque eu inviabilizava que a TVA fizesse contratos com a CBF. Hawilla dizia não aguentar mais ter de acordar antes dos filhos para pegar aFolha, e esconder deles, caso tivesse alguma coluna minha contando seus malfeitos. Jurou que não era sócio de Ricardo Teixeira e garantiu que adoraria viver num mundo em que não fosse necessário comprar cartolas, mas que ele jogava o jogo. Tínhamos até pouco tempo antes deste encontro uma boa relação. E ele me propôs ser sócio da Traffic. Finalmente, em 1992, eu havia sido convidado para almoçar com o engenheiro Norberto Odebrecht. Então, além da “Placar”, eu dirigia a “Playboy”, que fizera reveladora reportagem sobre as empreiteiras brasileiras, de autoria do repórter Fernando Valeika de Barros. Era demolidora. Como ilustração, um muro de ouro, lama e sangue. O fundador de uma das maiores construtoras do país foi direto ao ponto, após elogiar a exatidão do que havia lido: “Você acha que eu gosto de ter de pagar para bandido liberar o que os governos me devem?” Antes de responder, me lembrei da conversa com Marin. Ao responder, com a arrogância que caracteriza a nós, jornalistas, primeiramente agradeci o elogio feito à reportagem. E em vez de responder, fiz nova pergunta: “Mas por que alguém tão poderoso como o senhor não denuncia os bandidos?”. “Porque eles acabam comigo e com milhares de empregos que mantenho no Brasil e no exterior.” Não me restou outra saída que não a de dizer que por essas e por outras é que sou jornalista, não empreendedor. Diga-se, a bem da verdade, que em nenhum momento da realização da matéria houve qualquer pressão por parte da Odebrecht, diferentemente do que fez a CBF para negociar direitos de TV com a Abril. Tudo isso para contar que o mundo das transmissões esportivas pode ser mais sujo e pesado que o das empreiteiras. Além de ter um charme, um glamour, ainda maior, uma gente esperta que, de repente, vai a Suíça e fica. Presa. E também para insistir que ou se criam novos métodos de governança ou tudo seguirá na mesma porque o Homem, como se sabe, é um projeto que não deu certo. Só nisso, Juca, faço-te um “meio reparo”. Ainda não deu certo, mas há de dar. Fonte: Tijolaço

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Pasadena: mais um factoide para se estudar na faculdade

Professores de jornalismo de todo o Brasil! Eis mais um caso para apresentar a seus alunos, sobre factoides políticos do jornalismo brasileiro.   O Estadão publicou matéria dizendo o seguinte: É manipulação em vários níveis. Reparem no verbo “indica”. Não há informação nenhuma dizendo que a reunião entre Paulo Roberto Costa, então um diretor importante da Petrobrás (funcionário há décadas na estatal, diga-se de passagem, e que recebeu várias promoções na era FHC), e o presidente Lula tratou da refinaria de Pasadena. Por isso, o verbo usado é “indicar”. “Indicar”, no dicionário do jornalismo verdadeiro, significa exatamente o contrário: “não indica”. Porque no jornalismo verdadeiro não existe mulher “meio grávida”. Ou existem fatos ou não. Lula negou que a reunião tivesse sido sobre Pasadena. Essa é a única informação concreta. Olha só este parágrafo do Estadão, que modelo maravilhoso de manipulação babaca: “Conforme o documento obtido pelo Estado, o encontro entre Lula e Costa se deu em 31 de janeiro daquele ano, no Palácio do Planalto, exatos 31 dias antes de o Conselho de Administração da Petrobrás, na época chefiado pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, dar aval à aquisição de 50% da refinaria.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Exatos 31 dias… O que significa “exatos 31 dias”? E se fossem 32 dias, ou 27 dias, ou 54 dias? O que o fato de serem “exatos 31 dias” prova? Nada. Mas a expressão “exatos 31 dias” dá a impressão, e esse é o objetivo, de que a reunião entre Costa e Lula só podia ser sobre Pasadena, como se a Petrobrás não tivesse centenas de outros assuntos mais importantes a serem tratados. Estamos ainda no primeiro nível da manipulação. A Folha repercute a matéria, perdendo os escrúpulos. O verbo indicar é esquecido e lá vamos nós. Agora a coisa virou certeza. Parece brincadeira de telefone sem fio. A “auditoria” apenas tinha mencionado reunião entre Costa e o presidente, não havia falado sobre o que discutiram.  A Petrobrás, naqueles anos, estava fazendo as mudanças que resultariam na descoberta do pré-sal. Havia vários assuntos a serem discutidos com Paulo Roberto Costa e Gabrielli. Pasadena era a menor das preocupações da Petrobrás naquele ano. Essa é a manipulação em segundo nível. O terceiro nível da manipulação, que para mim é a pior de todas, vem do próprio relatório do TCU, um órgão profundamente politizado, que apontou um “prejuízo” de mais de 700 milhões de dólares na refinaria de Pasadena. Esse prejuízo foi meio que forçado pela pressão da mídia, que tratou, desde o início, a refinaria de Pasadena como uma “sucata velha” e a sua compra como uma coisa completamente inútil. Onde já se viu, a Petrobrás adquirir uma refinaria nos EUA? Na era FHC, a Petrobrás vendia suas refinarias para os EUA! Isso é o certo a fazer, na mentalidade colonizada de nossa mídia! Comprar refinarias? Aumentar o patrimônio da Petrobrás? Expandir seus negócios? Isso é crime! Esse prejuízo é uma manipulação, porque a refinaria está aí, dando lucro. A própria Folha, na época do escândalo, enviou uma repórter à Pasadena e descobriu isso. A matéria foi publicada no site, mas não no jornal impresso e nunca teve repercussão em outras mídias. Trecho da matéria publicada na Folha: “(…) a Pasadena Refining System Inc. (PRSI) teve, nos dois últimos anos, seu melhor desempenho desde 2005, operando com uma boa margem. Em 2013, o grupo de refinarias do qual ela faz parte teve uma média de 95% de aproveitamento. Consultada, a Petrobras diz que a refinaria “opera em plena capacidade –de 100 mil barris/dia– com resultado positivo”. O momento favorável é explicado pelo boom de produção do óleo não convencional leve, conhecido como tight oil, no golfo do México. Incrustada num “cinturão” de refinarias localizado às margens do Houston Ship Channel, canal por onde circula grande parte da produção do golfo, a Pasadena Refining System se beneficiou da grande oferta de óleo leve, de boa qualidade e –por enquanto– barato nos EUA.” *** Pois é, o petróleo continua barato nos EUA… Como é possível apontar o “prejuízo” pela compra de uma refinaria alguns anos depois da operação, sem antes aguardar que ela dê resultados, e sem avaliar a sua importância estratégica? Pasadena é um caso emblemático de manipulação, e que engolfou até mesmo a Dilma, que entrou no jogo da mídia, ao dar aquela declaração desastrada, de que “desconhecia os aspectos prejudiciais do negócio”. Não tinha  “aspecto prejudicial” nenhum. As cláusulas eram comuns e explicáveis pelo fato de que o interessado na compra era a Petrobrás, não a Astra. Com o fim do embargo econômico de Cuba, o porto de Mariel (construído pelo Brasil em Cuba), o novo canal do Panamá na China, as descobertas de petróleo no Golfo do México, a produção de petróleo de xisto no Texas, a refinaria de Pasadena passa a ser um ativo estratégico da Petrobrás, porque está situada no coração de tudo. Todas as pipelines que abastecem os Estados Unidos de gasolina e diesel se encontram em Pasadena. A mídia omite as informações. Parece que a Petrobrás comprou uma fábrica velha de reciclagem de papel na Sibéria. Não, Pasadena é uma refinaria situada no lugar mais nobre do mundo do petróleo, às margens do canal de Houston, Texas. por:Miguel do Rosário

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Eduardo Cunha e a viagem da inutilidade

Eduardo Cunha viaja com um magote de puxas e respectivas madames para Israel. Mas vai fazer o que lá? Nada. Viajam de primeira classe com o seu, o meu, o nosso sofrido caraminguá. O Brasil, às vezes, quase sempre, até parece um porre eterno de sem-vergonhice praticado por espertalhões de todos os matizes, credos e sortes, cuja ressaca é invariavelmente suportada pelo povo. Aliás, p. ex., até hoje ainda tem muita gente pagando e recebendo pelos resíduos do tal plano Collor. Fruta que caiu!!! Ps. Meus sais!!! A Câmara dos Deputados aprovou trocar a mobília dos apartamentos funcionais dos deputados, com a desculpa de que a mobília está velha. Com o dinheiro do contribuinte, é fácil brincar. Coisa de comunista. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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