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Friedrich Hölderlin – Versos na tarde – 27/05/2015

Outrora e Hoje Friedrich Hölderlin¹ Meu dia outrora principiava alegre; No entanto à noite eu chorava. Hoje, mais velho, Nascem-me em dúvida os dias, mas Findam sagrada, serenamente. * Lauffen, Alemanha – 20 de março de 1770 d.C + Tubinga, Alemanha – 7 de junho de 1843 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Xingar políticos em público faz parte do jogo democrático?

Para cientistas políticos, hostilizar figuras política em ambientes privados “mina democracia” Em meio à alta temperatura do debate político no Brasil, episódios envolvendo a hostilização de figuras públicas vêm se tornando cada vez mais constantes. No último fim de semana, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi alvo de xingamentos enquanto jantava em um restaurante em um bairro de classe média alta de São Paulo. No ano passado, Mantega já havia sofrido ataque semelhante quando acompanhava sua esposa, que se tratava de um câncer, a um hospital da capital paulista. Recentemente, outro ex-ministro do PT, Alexandre Padilha, que ficou à frente da pasta da Saúde entre 2011 e 2014, também foi hostilizado em um restaurante de São Paulo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No ano passado, durante a abertura da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff foi alvo de vaias e xingamentos. Mas os ataques não se limitam a personalidades ligadas ao governo ─ e, portanto, mais “à esquerda”. Figuras como os deputados Marco Feliciano (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) também foram alvos de escárnio e constrangimento público. Deputado Pastor Marco Feliciano foi alvo de constrangimento público durante voo A BBC Brasil ouviu leitores, cientistas políticos e sociólogos para responder à seguinte questão: “A hostilização de uma pessoa pública fora do exercício de sua função é certo ou errado?” Por meio das redes sociais, a imensa maioria dos leitores se manifestou a favor da liberdade de se manifestar contra representantes da cena política em qualquer local, mesmo que na intimidade de sua vida privada. “Exigir dessas pessoas faz parte dos direitos de cada cidadão brasileiro, se eles não gostam que por favor saiam do lugar que estão!”, disse o leitor Thiago Bacana. “Acho válido, afinal vivemos em uma democracia, temos direito à liberdade de expressão, e eles, como nossos representantes, têm o dever de nos ouvir. Se a pessoa vota em determinado político tem o direito de fiscalizar e cobrar”, acrescentou o leitor José Lopes. Já o leitor Vinicius Severo pensa diferente. “Hostilizar é falta de educação, independente do personagem que é hostilizado. É feio. Quer protestar, reclama, com respeito. Simples”, escreveu. Para cientistas políticos e sociólogos ouvidos pela reportagem da BBC Brasil, os ataques ─ sobretudo quando ocorridos na intimidade das personalidades da vida política do país ─ “minam a democracia”. Leia mais: ‘No vermelho’, grupo que promoveu panelaço venderá cornetas a R$ 199 Confira as opiniões dos especialistas: Ricardo Ismael (cientista político/PUC-Rio) Quando a manifestação passa a tentar constranger o político dentro de sua vida privada, ultrapassa-se um limite perigoso Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio “É preciso separar o público e o privado. Qualquer crítica a uma figura política tem de ser restrita à atuação dela no cargo que ela ocupou. Não existe razão que justifique constrangimento ou ofensa. Evidentemente que o cidadão brasileiro tem o direito de se manifestar politicamente contra governos ou partidos. Mas é preciso fazê-lo dentro do jogo democrático. Quando essa manifestação passa a tentar constranger o político dentro de sua vida privada, ultrapassa-se um limite perigoso”. Ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha foi alvo de xingamentos enquanto jantava com amigos em São Paulo Antonio Carlos Mazzeo (cientista político/USP) “Pode-se divergir de uma pessoa sem hostilizá-la. Tal postura reflete a ascensão de um tipo de sectarismo que se assemelha muito à dos grupos da Alemanha pré-nazista, que saíam às ruas agredindo pessoas com pensamentos políticos diferentes. A hostilização não é só inaceitável; ela tem de ser coibida. Isso não significa negar o direito à livre manifestação, que pode – e deve – continuar sendo feita, nas urnas, principalmente. No plano pessoal, é uma violência”. Paulo Baía (cientista político/UFRJ) “É um ato de intolerância que não é compatível com a sociedade democrática. Vivemos o que chamo de crise do individualismo fóbico. O nível de intolerância atingiu patamares nunca antes vistos na história desse país. Não se respeita o outro. A livre manifestação é sempre bem-vinda, mas esse tipo de agressão, especialmente no espaço privado, foge do padrão civilizatório”. Roberto Romano (professor de Filosofia e Ética da Unicamp) Ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega foi hostilizado enquanto acompanhava a esposa, que se tratava de um câncer, em hospital de São Paulo A hostilização não é democrática, não é republicana e não é civilizada Roberto Romano, professor de Filosofia e Ética da Unicamp “A hostilização não é democrática, não é republicana e não é civilizada. Tal atitude é muito própria de pessoas que não têm vivência na esfera pública. Pior: esse ‘carisma incivil’ ganhou corpo pela prática irresponsável e calhorda das redes sociais. Em nome de uma ideologia, vilipendia-se a existência e a dignidade do outro. Agora, não há dúvida de que Mantega e Padilha estão pagando a conta do que seus colegas criaram. Os partidos políticos ajudaram a criar esse tipo de niilismo e de falta de respeito aos direitos fundamentais. As pessoas precisam entender que não é dizendo uma série de desaforos que o processo de Justiça vai se instaurar. Os já condenados tampouco perdem seus direitos de cidadãos e merecem ser igualmente respeitados. Essa ideia de que política só se faz determinando inimigos mina a democracia”. Luiz Felipe Pondé (filósofo e professor da PUC e da FAAP) “É injustificável sob qualquer circunstância do ponto de vista moral. Mas pode ser justificada tecnicamente do ponto de vista político. Só que a moral deve vir antes da política. Como na democracia há uma tendência de se dissolver os vínculos morais, ainda mais se levando em conta uma sociedade como a nossa, pautada pelo anonimato e a impessoalidade, há uma tendência se tornar secundária qualquer abordagem moral e vir ao front da cena sempre as abordagens políticas. Exemplo: apesar de eu pessoalmente achar o governo da Dilma uma catástrofe em todos os sentidos, considero um absurdo ficar xingando uma pessoa desse jeito em público. É preciso manter a valorização das instituições, senão caímos na barbárie facilmente. É aquela velha história: se alguém mata o seu irmão, você tem o direito de fazer Justiça pelas próprias mãos?

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Imprensa e o discurso do ódio

O papel do jornalismo na polêmica da xenofobia ideológica As redes sociais não são a causa mas sim meras facilitadoras do discurso do ódio. Um debate sobre o ódio ideológico nas redes sociais recentemente realizado numa dependência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi interrompido por um grupo de manifestantes porque o evento, do qual participavam vários jornalistas, foi promovido pela deputada estadual Manuela D’Ávila, do PC do B. A suspensão do debate marcou o grande paradoxo da situação que estamos vivendo: o radicalismo e a xenofobia impediram a discussão sobre as causas e consequências da radicalização ideológica que tomou conta das redes sociais na internet e ameaça contaminar toda a sociedade. As redes sociais são hoje a principal arena da batalha ideológica no Brasil, mas o problema não está na internet, ao contrário do que deixam transparecer muitos órgãos da imprensa e diversos formadores de opinião. A internet é apenas a plataforma na qual se expressam as tendências políticas e a xenofobia ideológica. O problema está nas pessoas, e não na plataforma por onde circulam as mensagens.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Jornais, revistas e telejornais jogam a responsabilidade sobre a internet tentando não assumir um papel proativo na questão que envolve toda a sociedade, pois as consequências de uma radicalização política serão sentidas por todos. As páginas noticiosas online adotam a tradicional atitude de “olhar para o outro lado”, tentando não se meter numa polêmica que envolve os seus usuários. O problema é grave porque envolve questões conjunturais e estruturais. A margem de tolerância ideológica que caracterizou a politica nacional e a cobertura da imprensa entre 2002 e 2013 ( períodos Lula e primeiro governo Dilma) acabou em 2014 por conta da possibilidade de o Partido dos Trabalhadores ganhar a eleição presidencial de 2018, na mais longa dinastia partidária desde a redemocratização do país. A conjuntura política criada pelo temor de um continuísmo do PT sacudiu a estrutura ideológica do país onde as diferenças sociais e políticas continuam tão profundas quanto a desigualdade econômica. O ambiente de tolerância evaporou-se quando o segmento conservador da sociedade brasileira se deu conta que o populismo reformista de Lula poderia entranhar-se na estrutura governamental do país. A partir daí criaram-se as condições para que o discurso do ódio e da xenofobia ganhasse corpo tanto num lado como no outro do espectro político-ideológico. A imprensa acabou refém desta polarização. Ora participa dela apoiando um lado, ora lamenta, mas não examina as causas e consequências. Os poucos jornais e jornalistas que decidem tocar no problema acabam pagando o preço da radicalização. Começamos a reviver parcialmente o clima prévio e posterior ao golpe de 1964. O ódio nas redes sociais é protagonizado por segmentos sociais que integram a mesma audiência de veículos como a televisão e o público leitor da imprensa escrita. A xenofobia aparece nas redes sociais porque o ambiente virtual facilita a manifestação do discurso do ódio ideológico. Mas a causa do fenômeno não está na internet, que é apenas um facilitador. Levado ao pé da letra, o problema poderia reviver a metáfora da eliminação do mensageiro para acabar com as más notícias. As consequências também não serão restritas ao terreno cibernético. Todos nós acabaremos pagando a conta da radicalização, por meio de um eventual novo retrocesso na busca de uma justiça social no país. A imprensa e os jornalistas precisam tomar consciência de que o avanço da radicalização leva ao agravamento do impasse ideológico que, por sua vez, tende a gerar situações extremas, em que o jornalismo quase sempre é uma das primeiras vitimas. Não importa qual q plataforma em que ele é exercido, online ou offline. Já foi assim em 1964, no Brasil. Acabou se repetindo na versão oposta, na Venezuela. A sobrevivência do que chamamos de jornalismo depende de que os profissionais assumam hoje o seu papel de patrulheiro (watchdog) da preservação de tolerância como condição essencial para a sobrevivência da profissão. O episódio do debate em Porto Alegre mostrou que uma eventual tomada de posição de jornais e de jornalistas pode acabar sendo associada a um dos lados envolvidos na polarização ideológica. Este é o risco histórico de uma profissão que, aqui e no resto do mundo, sempre teve que enfrentar opções pouco confortáveis. Por Carlos Castilho/Observatório da Imprensa

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Adolescente alagoano fatura R$ 100 mil por mês com app que ele mesmo criou

Com apenas 14 anos David Braga tem um faturamento mensal de aproximadamente R$ 100 mil, graças a um aplicativo que ele desenvolveu sozinho em casa. O dinheiro dele é controlado pelos seus pais com bastante rigor, e seus rendimentos servirão para reinvestir e expandir o negócio no futuro. O app, chamado “List It”, organiza as listas de material escolar de diversos colégios nos estados de Alagoas e Pernambuco. O usuário precisa apenas selecionar o estado, a cidade, o nome da instituição de ensino e a série do aluno, para já encontrar a lista com todos os materiais selecionados, a opção de escolher a quantidade de cada um e um indicativo do valor total somado. Basta então que se desmarquem aqueles itens que o estudante já possuir – o rapaz descreve esse processo como uma forma de e-commerce invertido – e finalizar a compra online, em uma operação que leva em média cinco minutos e evita horas de procura dentro de livrarias.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O serviço também possui um site, que funciona exatamente da mesma forma que o app, e já conta com mais de três mil clientes únicos cadastrados em seu banco de dados. David garante que, apesar de fazer absolutamente tudo o que alguém da idade dele normalmente faz, como brincar, estudar e namorar, sobra tempo suficiente para ainda empreender. “Você vai falhar várias vezes, mas não desista. Você consegue”, finaliza o adolescente e empresário precoce.

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