Olegário Mariano – Versos na tarde – 06/04/2015
Deslumbramento Olegário Mariano¹ É amor? Não sei. Esta intranqüilidade, Este gozo na dor, esta alegria Triste que vem de manso e que me invade A alma, enchendo-a e tornando-a mais vazia; Este cansaço extremo, esta saudade De uma cousa que falta à vida… O dia Sem sol, as noites ermas, a ansiedade Que exalta e a solidão que anestesia, É amor. Egoísmo de sofrer sozinho, De as penas esconder do humano açoite, De transformar as pedras do caminho Em carícias sutis para colhê-las E andar como um sonâmbulo, na noite, Escancarando os olhos às estrelas… ¹ Olegário Mariano Carneiro da Cunha * Recife, PE. – 24 de Março de 1889 d.C. + Rio de Janeiro, RJ – 28 de Novembro de 1958 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]