Henry Jenkins é professor de Ciências Humanas e coordenador do Programa de Estudos de Mídia Comparada do prestigiado MIT – Massachusetts Institute of Technology. Em seu livro Cultura da Convergência, ao contrário de Bill Gates e Rudolph Murdoch, não imagina o mundo sem televisão em seus estudos e pesquisas. Acredita mesmo que todas as mídias permanecerão, apesar da Internet. E profetiza a tal da convergência onde as velhas e novas mídias sobreviverão complementando-se e a interatividade será o combustível de todas. É difícil discordar do mestre. Mas a busca por um modelo de comunicação, com interatividade, é frenética e alucinante na TV. O problema é o modelo, ou os modelos. Nos EUA, as experiências vão do Survivor ao Aprendiz. Todo dia surge uma ideia, porém insuficiente. Todas moduladas na velha fórmula das TVs, um falando para todos. Pelo tipo de veículo é difícil estabelecer um modelo de interação que satisfaça ao telespectador, até mesmo por questões tecnológicas. Mas o tempo dirá. Aqui entre nós no Brasil as experiências são primárias, insuficientes ainda. Causa espanto aos que desejam atribuir ao programa Big Brother a marca de interação. Sucesso de venda e faturamento, ele nada tem de interação. É o último suspiro de sucesso da velha fórmula. No Brasil a experiência mais realista foi o Fala Que Eu Te Escuto, um programa evangélico, na Rede Record. No começo era muito interessante. E a interação era via telefone. Aliás, a área evangélica, na TV, é a que mais se permite experiência de interatividade. Já vimos de tudo, mas nada que supere o Fala Que Eu Te Escuto no seu início. Ali, os fiéis colocavam suas dúvidas, sugestões e críticas, sem edição.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A experiência deu tão certo que rendeu até um senador para a igreja universal, no Rio de Janeiro. Daqui para frente veremos cada vez mais a TV buscando a participação do telespectador. No jornal, bem, o jornal parece era mais dificuldades para sobreviver. Assim sinaliza o mercado. Mais a frente veremos o porquê.