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Antônio Rosa – Versos na tarde – 18/03/2015

A Palavra Antônio Rosa¹ Eleva-se entre a espuma, verde e cristalina e a alegria aviva-se em redonda ressonância. O seu olhar é um sonho porque é um sopro indivisível que reconhece e inventa a pluralidade delicada. Ao longe e ao perto o horizonte treme entre os seus cílios. Ela encanta-se. Adere, coincide com o ser mesmo da coisa nomeada. O rosto da terra se renova. Ela aflui em círculos desagregando, construindo. Um ouvido desperta no ouvido, uma língua na língua. Sobre si enrola o anel nupcial do universo. O gérmen amadurece no seu corpo nascente. Nas palavras que diz pulsa o desejo do mundo. Move-se aqui e agora entre contornos vivos. Ignora, esquece, sabe, vive ao nível do universo. Na sua simplicidade terrestre há um ardor soberano. ¹António Víctor Ramos Rosa * Faro, Portugal – 17 de outubro de 1924 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Militantes do Estado Islâmico ‘sequestram’ rede social criada polonesa

O polonês Mariusz Zurawek criou uma rede social em sua terra natal em um único fim de semana. Seu objetivo era tornar a postagem de fotos e vídeos mais fácil. Militantes do Estado Islâmico vêm usando redes sociais pequenas para espalhar propaganda O site, justpasteit.com, não exige registro ou conta. Foi um sucesso retumbante ─ mas pouco tempo depois Zurawek notou a ascensão de um grupo demográfico predominante. “Cerca de 60% dos visitantes são de países de língua árabe e isso é atípico para sites na Europa”, disse ele à BBC. Mas desde o início de 2014, alguns dos usuários começaram a apresentar um comportamento estranho. Vídeos e imagens ─ alguns deles muito gráficos ─ passaram a vir da Síria. Aos poucos ficou claro que o site estava sendo usado por militantes do grupo autodenominado “Estado Islâmico” (EI). O uso das redes sociais para espalhar propaganda do EI e de seus militantes se tornou uma grande preocupação para a comunidade internacional. A atividade do grupo extremista na internet tem recebido atenção especial tanto dos governos quanto de hackers ativistas como o coletivo Anonymous, que promoveu, no mês passado, ataques contra supostas contas controladas pelo Estado Islâmico. As autoridades britânicas dizem que enquanto tem concentrado seus esforços em grandes sites de redes sociais, os militantes estão focando em redes sociais menores e menos expressivas. “Estamos vendo novas plataformas sendo criadas e os acompanhamos semanalmente”, afirmou à BBC um detetive do Comando Antiterrorismo da Polícia Metropolitana de Londres, a Scotland Yard. “Nós temos tido bons resultados porque verificamos que alguns grupos que caçamos pulam de plataforma a plataforma, e sabemos que nosso trabalho vem surtindo efeito porque eles deixam uma mensagem na rede social em que atuam dizendo que precisam ir para outro local”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Toda vez que chegamos perto, eles acabam se escondendo de novo”, explica o detetive. Esconder-se de novo significa usar sites como o justpasteit.com. Zurawek diz que, inicialmente, ficou orgulhoso de que mais pessoas da Síria estivessem escolhendo seu site para compartilhar imagens. Mas quando o Estado Islâmico começou a usá-lo, e o conteúdo passou a ficar cada vez mais horripilante ─ incluindo assassinatos e decapitações, ele mudou de ideia. “Fiquei muito triste quando vi todas essas imagens ─ algumas delas muito gráficas, como decapitações. Pensei que era horrível o que estava acontecendo”, diz ele. “Fiquei pensando se deveria tirar alguns dos conteúdos mais ofensivos do ar”, explicou. “Enquanto eu pensava nisso, no dia seguinte a Polícia Metropolitana (de Londres) me ligou pedindo para retirar o conteúdo do ar porque afirmou estar ligado ao Estado Islâmico”. Embora a Polícia Metropolitana não tenha jurisdição sobre a Polônia, Zurawek disse que aceitava as determinações. “Temos permanecido em contato constante e eles enviam solicitações de remoção de conteúdo regularmente”, diz o polonês, que estima ter removido cerca de 2 mil posts relacionados ao terrorismo a pedido da polícia. Leia mais: O homem que explodiu estátuas históricas para o Talebã Sem governo “A rede social é uma forma de o Estado Islâmico e de a Al-Qaeda estarem em um espaço sem governo e é tão útil para eles quanto as partes que controlam na Síria, na Somália ou no Iêmen”, diz Alberto Fernandéz, que até recentemente coordenava o gabinete de Comunicações de Contraterrorismo Estratégico do Departamento de Estado americano ─ uma unidade que busca localizar militantes islamitas nas redes sociais. “Tentamos basicamente acompanhar nosso inimigo nesse espaço onde quer que ele esteja”, afirmou ele. No início da semana passada, um site em particular chamou a atenção de toda a imprensa. 5elafabook (pronuncia-se “khelafa-book”) ─ uma rede social nos moldes do Facebook cujo nome é uma referência em árabe à palavra “khilafa”, ou “califado” – entrou no ar, mas só durou um único dia antes de ser derrubado e ter suas contas de Twitter e Facebook suspensas. Mas de acordo com o BBC Monitoring, ainda não se sabe se o site foi criado pelo próprio Estado Islâmico – já que o grupo não o promoveu, sugerindo que a rede social pode ter sido criado por militantes de baixo escalão da rede extremista. Mas há também a possibilidade de que o site tenha sido criado como uma espécie de armadilha para identificar militantes do grupo. Zurawek, o fundador do justpasteit.com, diz que os problemas que enfrenta demonstram a dificuldade para eliminar conteúdo virtual considerado potencialmente ofensivo. “Qualquer um pode ser anônimo na internet”, diz ele. “Até grandes empresas como Twitter, YouTube e Facebook têm problemas com o Estado Islâmico e não conseguem bloquear todo o seu conteúdo ─ este é o problema com a arquitetura da internet”.

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Shakespeare e o Direito Divino no STF

Já falei aqui de Ângelo, de Medida por Medida, personagem de Shakespeare – biografia de Shakespeare – que ao ocupar o cargo de juiz supremo se corrompe apaixonado por uma bela mulher. Suponhamos que um juiz do STF se corrompa. O que se deve fazer? Seus pares o expulsarão? A sociedade o enxotará? Ou a Corte deve permanecer infectada, com membro gangrenado – pois que é um corpo? A pergunta não é descabida, já que dois juízes do STJ foram expulsos por seus pares acusados de pesadíssima corrupção. Seria bom que alguém respondesse essa pergunta. Ou ela não tem resposta? A Corte é realmente uma figura só, como o Leviatã de Hobbes, que é feito de muitos homenzinhos. Só que a nossa corte suprema é feita de apenas 11 criaturinhas. Ou seja, existe apenas o STF – o corpo -, não existe mais o indivíduo. É assim no mundo todo, sabemos. Agora, é possível que um ou dois membros destoem bastante do resto do corpo, e não cumpram a função para a qual foram criados! E aí, o que faremos? Shakespeare provou que o homem é um ser falível, imperfeito; a religião, a ciência, e o Direito mostram que é essa a condição humana. Assim é plenamente possível que um ou outro membro dessa Corte possa se afastar dos caminhos da honra.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Faço essas observações, porque vejo no momento a parte dos operadores do direito revoltados com os juízes, que têm se comportado como se fosse um Juiz Ungido pelo Senhor, o Justiceiro Supremo. Pois, avocou para si a teoria do Direito Divino dos Reis, de Jean Bodin e do Bispo Bossuet. A nova teoria se chama Teoria do Direito Divino dos Juízes do STF. Lá o instituto do Impeachment não é sequer um espectro, funciona pro Executivo, mas não pro Supremo Tribunal Federal. Precisamos de uma nova teoria. De uma nova visão. Um novo Montesquieu, já que as três pilastras de sustentação do Sistema Democrático de Direito não estão funcionando no Brasil. As últimas decisões do STF contrariam completamente a opinião dos mais respeitados juristas do país. Nosso Legislativo padece da mais absoluta degradação, o STF, órgão máximo do poder Judiciário, funciona com se a sociedade civil não existisse. Lembro que nos EUA há mais de um século ocorreu o impeachment de um juiz da Suprema Corte, aqui é sacrilégio falar no assunto. É como se dissessem: o céu não permite que se destitua um juiz (do STF) ungido, ele está acima de todos os homens. Parece a Idade das Trevas! Ora, a Inglaterra cortou a cabeça de Charles I em 1649 porque ele se achava acima de tudo e de todos. Essa história tem quase quatro séculos, e Charles I era um Rei! No entanto, aqui no Brasil, em pleno século XXI, temos um Excelência I no Judiciário. Claro, a Corte Suprema é para julgar todos os homens! E seus juízes também são homens! Mas, quem os julgará? E cada um deles, quando ocupando a presidência, um cargo rotatório, se comporta como o dono das leis, a quem apelaremos? Apelo para Shakespeare: “Quando um juiz não faz justiça, é legal impedir que seja injusto”! Por: Theófilo Silva é Presidente da Sociedade Shakespeare de Brasília.

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A seletividade no combate a corrupção.

O lado oculto da nova ordem mundial. Revendo as diversas cenas da passeata de domingo, principalmente em SP – ia desde o fora Dilma, o fim da corrupção (sonhar é preciso?) e até ao Caiado (argh!) com camiseta ofendendo aos quem têm deficiências físicas – mas, tem sempre um mas, né? Eu sou um chato né? – pois bem, mas, não vi um só cartaz, faixa ou palavra de ordem contra a corrupção do tremsalão de São Paulo nem ao mensalão mineiro, esse já foi pra baixo do tapete há tempos. Cada vez mais admiro os esgrimistas da indignação seletiva. “A imprensa pode causar mais danos que a bomba atômica” Noam Chomsky [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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