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Eugênio de Andrade – Versos na tarde – 02/03/2015

Lettera amorosa Eugênio de Andrade ¹ Respiro o teu corpo: sabe a lua-de-água ao amanhecer, sabe a cal molhada, sabe a luz mordida, sabe a brisa nua, ao sangue dos rios, sabe a rosa louca, ao cair da noite sabe a pedra amarga, sabe à minha boca. ¹ José Frotinhas Rato * Fundão, Portugal – 19 de Janeiro de 1923 d.C + Porto, Portugal – 13 de Junho de 2005 d.C ganhou o Prêmio Camões da Língua Portuguesa em 2001 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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No Brasil se lê menos que na Venezuela, Turquia e Egito

Teria isso a ver com o panorama sombrio do Congresso presidido pelo conservador Cunha, denunciado pelo escritor Luiz Ruffato? Talvez muitos brasileiros ignorem o pouco que se lê nesse país em relação ao resto do mundo. Talvez não saibam que em um ranking dos 30 países onde mais se lê, segundo a agência Nop World, o Brasil aparece na rabeira, à frente apenas de Taiwan e Coreia. E talvez isso tenha a ver com a denúncia que o escritor Luiz Ruffato acaba de fazer em seu artigo O nosso Fundamentalismo, nesta seção do jornal. Ganham do Brasil em número de livros lidos e de horas de leitura por pessoa, por exemplo, Venezuela, México ou Argentina dentro do continente. Fora dele, turcos, egípcios, árabes sauditas, húngaros, poloneses, indonésios, filipinos e russos –entre muitos outros– leem mais que os brasileiros. E talvez a grande massa de brasileiros estranhasse saber que os dois países onde se leem mais livros por pessoa e se dedicam mais horas à leitura no mundo são a Índia e a China. É possível que um analfabeto ou alguém que não tenha lido um livro na vida possa revelar uma sabedoria natural, um senso comum agudo e até uma grande carga de poesia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Conheci algumas pessoas assim na minha vida. Entretanto, o mais natural é que um país que não lê ou que aparece, como o Brasil, entre os piores leitores do mundo, esteja comprometendo seu desenvolvimento futuro –não apenas cultural, mas também econômico. Mais ainda, dificilmente entrará no rio da modernidade e do progresso um país não-leitor ao mesmo tempo que será refém dos poderes dominantes. Neste jornal, Ruffato, que poderíamos apelidar de “engendrado pela leitura”, que os livros, como acontece com tantos outros gênios das letras e da ciência, o levaram pela mão ao reino da liberdade de pensamento, acaba de pôr a nu em sua coluna o perigo de que este país tenha hoje à frente do Congresso um deputado conservador como Eduardo Cunha, que aspira a conquistar o Palácio do Planalto, e que está tirando o pó –visando sua aprovação– de projetos de lei medievais em matéria de costumes ou caricaturais como a criação do dia do “Orgulho heterossexual”. Ruffato teve um dia a coragem de verdadeiro intelectual de traçar um tenebroso panorama da situação cultural do Brasil em um discurso feito na Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha. Sua argumentação deixou mudas as autoridades alemãs e envergonhadas as brasileiras que o haviam convidado. Em sua coluna, ressalta que o pior não é só a figura retrógrada de Cunha, mas o fato de ter a seu favor dois terços do Congresso, que o seguem com entusiasmo. Entretanto, querido Ruffato, pior ainda que esse Congresso encantado com a figura ambígua e conservadora de Cunha seja o fato de que a maioria dos brasileiros pensa igual ou pior que os deputados e senadores. Basta lembrar alguns números de uma pesquisa realizada pelo Ibope/Estado/TV que coincide com outras feitas por institutos como CNT/Sensus e Vox Populi. Segundo elas, 79% dos brasileiros são contra o casamento de homossexuais e 63% rechaçam que possam adotar crianças, 73% se declaram contra a legalização do aborto; 79% são contrários à legalização das drogas, inclusive a maconha. E contra a pena de morte? A grande maioria é a favor de restabelecê-la no país. E é preciso lembrar aqui o resultado negativo do referendum que propunha o desarmamento civil. E só agora o rechaço à corrupção política começa a aparecer entre as preferências dos brasileiros. Existem outros temas tabu sobre os quais as pesquisas não se atrevem a perguntar, como por exemplo, quantos, neste momento de crise política, com um país oprimido pela corrupção e pelo descalabro econômico e com a baixa estima da classe política em geral, não prefeririam que os militares voltassem a meter a colher no país. Não sei se está sempre certo o ditado segundo o qual “cada país tem os políticos que merece”. Talvez haja exceções, mas é verdade que um país ainda fortemente conservador, com medo da modernidade, sem força para ocupar a rua pacificamente (fora os blocos carnavalescos ou as marchas evangélicas a favor de Jesus) para exigir maiores margens de liberdade, mais coerência a seus governantes e mais respeito pelo dinheiro público, dificilmente será capaz de levar ao Congresso deputados empenhados em colocar o país nos trilhos da modernidade. Comecei esta coluna recordando que o Brasil figura entre os países onde menos se lê no mundo. E o fiz para me perguntar no final: teria isso a ver com esse triste panorama do Congresso denunciado por Luiz Ruffato? Juan Árias, no El País

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Agripino foi sócio de empreiteira da Lava Jato

Denunciado pelo Ministério Público por receber R$ 1 milhão em propina, senador José Agripino Maia (DEM-RN) foi sócio cotista da EIT até agosto de 2008; segundo a revista Istoé, nas eleições de 2010, o parlamentar também recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira Na declaração de bens apresentada à Justiça federal em 2002, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) era sócio da Empresa Industrial Técnica (EIT). A empreiteira é investigada na Operação Lava Jato. A Petrobras até incluiu a empresa entre as “impedidas de contratar” enquanto procede as investigações. Agripino só foi candidato nos últimos tempos em 2002 e 2010, já que o mandato de senador dura oito anos e ele não disputou nenhuma eleição no meio do mandato. Da declaração de 2002 constava um vasto patrimônio em imóveis, veículos, aplicações financeiras e participações em empresas, incluindo a referida empreiteira e uma concessionária de pedágios. Em 2010, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou não possuir nenhum bem. Nem veículo próprio, nem apartamento de morada, e nem mesmo saldo bancário.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Poderia ter transferido os bens para o filho, mas a declaração de seu filho, deputado federal Felipe Maia (DEM-RN) ao TSE em 2010, também não mostra nenhum bem, com patrimônio zero. Felipe disputou as eleições de 2014 e seu patrimônio que havia sumido voltou a aparecer, totalizando mais de R$ 15 milhões, saindo da condição de deputado mais pobre em 2010, se considerarmos os bens declarados, para o deputado mais rico do Rio Grande do Norte nas eleições de 2014. Em 20 de dezembro de 2013, a Polícia Federal iniciou investigação para comprovar se Agripino favoreceu a EIT em obras públicas no Rio Grande do Norte. A revista Istoé publicou em 2013 uma matéria sobre investigação da Polícia Federal baseado em denúncia de que o senador José Agripino, presidente nacional do DEM, teria utilizado sua influência para fazer o Executivo estadual favorecer a EIT com contratos milionários, e citou as obras do Contorno de Mossoró como uma das fontes de renda pública para a empresa. Porém, essa não é a única obra de mobilidade nas mãos da empresa, que teve Agripino como sócio (segundo a revista). A EIT também é responsável pela construção do acesso do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Rio Grande do Norte, a vencedora do certame licitatório para a construção dos acessos foi a Queiroz Galvão. No entanto, ela desistiu da obra, fazendo com que a segunda colocada na licitação, EIT, assumisse a responsabilidade da entrega, mesmo com o fato de o contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal ter sido assinado no dia 1º de abril, quando já não havia mais os 24 meses necessários para a execução da obra. Restavam apenas 11 meses. Segundo o DER, nessa situação, a segunda colocada de pronto aceitou a proposta. A ordem de serviço foi assinada em 6 de abril, mas a obra só começou de fato em agosto. Até novembro, haviam sido executados o desmatamento e a terraplanagem da área. Ainda deve ter início a construção da base e do asfalto dos acessos. O “tráfico de influência”, praticado pelo presidente nacional do partido, é mais um item para uma série de suspeitas de irregularidades eleitorais que teriam a governadora Rosalba Ciarlini como personagem. Além desta, a própria IstoÉ mostra o “desengavetamento” de uma investigação sobre caixa 2 na campanha eleitoral de 2006. Isso, sem contar com a recente condenação de Rosalba por usar a máquina pública estadual para favorecer a candidatura da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina. Ainda de acordo com a revista Istoé, José Agripino foi sócio cotista da EIT até agosto de 2008. E mais: nas eleições de 2010, o senador recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira. “Empresa privada, a EIT é o terceiro maior destino de recursos do estado nas mãos de Rosalba. Perde apenas para a folha de pagamento e para crédito consignado. Só este ano foram R$ 153,7 milhões em empenhos do governo, das secretarias de Infraestrutura, Estradas e Rodagem e Meio Ambiente”, aponta a revista. Nem na crise financeira, que fez o governo do Rio Grande do Norte atrasar pagamento a fornecedores e, até mesmo, aos servidores estaduais (que passaram a receber de forma escalonada) e os gastos com a Saúde, a EIT deixou de receber. O governo afirma que não tinha dinheiro essas despesas básicas, mas gastava milhões nas obras do Contorno de Mossoró, empreendimento tocado pela EIT. Quando era recém-formado em engenharia, antes entrar diretamente na política, José Agripino trabalhou na empreiteira EIT, da qual se tornou sócio mais tarde. O currículo do senador e presidente do DEM indica: – Engenheiro-chefe de Obras EIT – Empresa Industrial Técnicas S/A (1969/ 72). – Gerente regional da EIT – Empresa Industrial Técnica S/A, para os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba (1972/ 75). Gerente regional, cuidando de obras no Nordeste, deve ter-lhe dado experiência no trato com licitações e contratos públicos. Nessa época em que atuava do lado da empreiteira, o pai, Tarcísio Maia, era ligado ao General Golbery do Couto e Silva, e foi indicado (sem eleições diretas) governador do Rio Grande do Norte (início do governo em 1975). Seu tio, Lavoisier Maia, também era outro político influente da dinastia Maia, e sucedeu o pai de Agripino no governo potiguar. Ao tomar posse como governador nomeou Agripino prefeito de Natal. Porém, mesmo político, Agripino, ocupando cargos de prefeito, governador e senador, virou acionista da empreiteira. por Helena Sthephanowitz/Rede Brasil Atual

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Veja perde de 7 a 0 no TSE e irá reparar dano ao PT

247 – Foi pior do que Brasil e Alemanha na Copa do Mundo. Por sete votos a zero, a revista Veja foi condenada, nesta noite, a reparar o dano causado ao Partido dos Trabalhadores por uma reportagem publicada há duas semanas. Revista foi condenada a publicar direito de resposta em decisão tomada na noite da quinta-feira 25, no Tribunal Superior Eleitoral; reportagem dizia respeito a suposta chantagem, paga em dólar, para que dirigentes do partido, incluindo o ex-presidente Lula, não fossem arrastados para a Operação Lava-Jato; derrota da revista da Marginal Pinheiros foi acachapante; contou com parecer favorável do procurador-geral Rodrigo Janot, os votos de três ministros do Supremo Tribunal Federal (Dias Toffoli, Teori Zavascki e Rosa Weber), além dos outros quatro integrantes do tribunal; “Não está em jogo a liberdade de expressão, mas sim o direito de resposta”, ressaltou Toffoli; Veja tem histórico de derrotas na Justiça No texto “O PT sob chantagem”, Veja acusava lideranças do PT, incluindo o ex-presidente Lula e o ministro Gilberto Carvalho, de terem sido submetidos a uma chantagem para que não fossem arrastados para o escândalo da Petrobras. Segundo a revista da Marginal Pinheiros, o PT teria pago US$ 6 milhões, em dólar, ao financista Enivaldo Quadrado para que os nomes de seus dirigentes não fossem envolvidos no caso.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Como a reportagem não apresentava qualquer prova ou indício da denúncia que fazia, o PT representou contra a publicação no Tribunal Superior Eleitoral. Além de contar com parecer favorável do procurador-geral Rodrigo Janot, a posição do relator Admar Gonzaga foi acompanhada pelos outros seis ministros do TSE – entre eles, três representantes do Superior Tribunal Federal: Dias Toffoli, Teori Zavascki e Rosa Weber. O direito de resposta, de uma página, deverá ser publicado nesta ou na próxima edição de Veja – a depender da intimação dos dirigentes da editora, hoje conduzida por Giancarlo Civita e Fabio Barbosa. “Não se discute aqui qualquer restrição à liberdade de imprensa, mas apenas o direito de resposta”, enfatizou Dias Toffoli. Com a decisão desta quinta-feira, crimes de imprensa – que se tornam mais comuns em períodos eleitorais – começam a ser punidos.

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