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Hannah Arendt – Versos na tarde – 21/02/2015

W. B. Hannah Arendt¹ O crepúsculo voltará algum dia. A noite descerá das estrelas. Repousaremos nossos braços estendidos Nas proximidades, nas distâncias. Da escuridão soam suavemente pequenas melodias arcaicas. Ouvindo, vamos desapegar-nos, vamos finalmente romper as fileiras. Vozes distantes, tristezas próximas. Essas são as vozes e esses os mortos a quem enviamos como mensageiros na frente, para levar-nos à sonolência. (W. B. significa Walter Benjamin. Ao saber que o amigo havia se matado, ao fugir da perseguição nazista, Arendt transformou seu lamento num poema.) ¹Johanna Arendt * Hanôver, Alemanha, 14 de outubro de 1906 d.C + Nova Iorque, Estados Unidos, 4 de dezembro de 1975 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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STJ nega liberdade a executivo da Galvão Engenharia investigado pela Lava Jato

Erton Medeiros Fonseca, diretor de negócios da Galvão Engenharia, preso preventivamente na operação Lava Jato desde 10 de novembro do ano passado, vai continuar na prisão. O desembargador convocado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) Newton Trisotto negou liminar em que a defesa pedia que fosse colocado em liberdade. Segundo o decreto de prisão expedido pelo juiz federal Sérgio Moro, depoimentos de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa apontam a participação da empresa Galvão Engenharia no cartel de empreiteiras que fraudaram e superfaturaram licitações da Petrobras, tendo Fonseca como seu representante direto. Trisotto justificou a necessidade de manutenção da prisão preventiva pela garantia da ordem pública, para manter a ordem na sociedade abalada pela prática de um delito. “Nos últimos 20 anos, nenhum fato relacionado à corrupção e à improbidade administrativa, nem mesmo o famigerado ‘mensalão’, causou tanta indignação, tanta repercussão danosa e prejudicial ao meio social quanto esses sob investigação na operação Lava Jato, que a cada dia revela novos escândalos”, afirmou. O desembargador convocado observou ainda que os atos imputados a Fonseca foram individualizados no decreto de prisão, devidamente fundamentado segundo os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal. O mérito do habeas corpus será julgado pela Quinta Turma do STJ, em data que ainda será definida.[ad name=”Retangulos – Direita”]

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Informante do caso HSBC diz que ainda há ‘um milhão’ de dados por vir

Oito anos depois, ele disse, em entrevista à BBC, que se sente “vingado” e “aliviado”, já que os dados revelados por ele finalmente vieram à tona e o escândalo vem sendo investigado em várias partes do mundo. Segundo Falciani, estamos longe do fim da história, já que ainda há muitas informações sobre o esquema do HSBC. Aliás, para ser bem preciso, há um milhão de bits em dados, afirma o ex-funcionário. Ele diz que o trabalho de análise desses dados deve começar em breve e que uma grande empresa de petróleo pode ser a próxima a sentir os efeitos de um vazamento em massa de informações. Estrelas do showbiz e traficantes O esquema revelado por Falciani permitiu que, entre 2005 e 2007, centenas de bilhões de euros transitassem, em Genebra, por contas secretas de 106 mil clientes, entre eles, empresários, políticos, estrelas do showbizz e esportistas, mas também traficantes de drogas e armas e suspeitos de ligações com atividades terroristas. Os documentos vazados por ele também incluem dados sobre 5,5 mil contas secretas de brasileiros, entre pessoas físicas e jurídicas, com um saldo total de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 19,5 bilhões). A BBC teve acesso a um e-mail, obtido pelo jornal francês Le Monde, que foi enviado por Falciani em 2008 ao órgão britânico que equivale à Receita Federal no Brasil (Her Majesty’s Revenue and Customs ou HMRC), no qual ele dava detalhes do esquema. “Mas como não obtive resposta, eu também liguei para denunciar o caso para um telefone de denúncia de evasão fiscal. Também sem sucesso.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ainda não está claro por que o HMRC não respondeu aos contatos do ex-funcionário do HSBC e por que levou tanto tempo para que a informações se tornasse pública. O HSBC afirma que o banco passou por reformas e que agora há menos clientes e um controle mais rígido. Mas para Falciani, o banco tem de ser punido de qualquer jeito. “A punição tem que ocorrer, não importa o quão grande eles são”, diz ele, acrescentando que talvez haja centenas de outros bancos envolvidos em esquemas para ajudar os ricos e fugir do pagamento de impostos. Segundo ele, é crucial que agências europeias, americanas e asiáticas trabalhem em conjunto para combater a corrupção em bancos. Proteção aos informantes As pessoas que se dispõem a denunciar esses esquemas também deveriam, segundo Falciani, receber maior proteção para que possam revelar o que sabem. Mas seus críticos – e há muitos – dizem que é preciso ter cuidado com o informante e o acusam de ter tentado vender as informações. Ele nega a acusação. “Isso é mentira. É exatamente isso que eles tentam fazer, minar sua reputação, assim como a máfia faz”, disse. “Mas já está sendo provado que eu estava certo. Eu nunca pedi dinheiro em troca das informações e agora estou podendo provar isso.” Falciani diz que enfrentou diversos problemas nos últimos sete anos, por ter vazado as informações. Ele afirma que não tem uma casa e que viaja com o apoio de uma rede de pessoas que também estão envolvidas na luta contra o sigilo bancário. “Foi imenso o impacto negativo que esse caso teve na minha vida, seja na pessoal ou na profissional, e também na minha reputação.” Para ele, denunciantes tem de estar dispostos a enfrentar uma longa luta. “Isso prova o quanto é difícil e complicado fazer denúncias como essa. Certamente, tudo isso levou muito anos mais do que eu esperava que levaria. É uma grande jornada.” Kamal Ahmed/BBC News

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Ativistas alertam Obama: as abelhas estão ficando sem tempo

Em uma carta destinada ao presidente Obama na quinta-feira, onze dos principais grupos de defesa ambiental e de saúde pública, representando milhares de americanos, estão demandando que a administração tome medidas mais fortes e rápidas para terminar com a situação perigosa dos polinizadores mais prolíficos da nação, conhecidamente as abelhas, causada pelo uso disseminado de neonicotinóides, uma classe perigosa de pesticida.  A carta alerta Obama a instruir a EPA (Agência de Proteção Ambiental) a suspender imediatamente o uso do neonicotinóide e tomar medidas retroativas e proativas para reduzir seus impactos adversos. “Abelhas e outros polinizadores são essenciais para o fornecimento de comida da nossa nação, para o sistema agrícola, economia, e meio-ambiente,” declara a carta, “mas estão em grande perigo e populações estão diminuindo mundialmente. Um órgão em crescimento de evidências científicas aponta o uso disseminado e indiscriminado da classe neurotóxica de pesticidas chamada neonicotinóide (neonics) como um fator chave na morte das abelhas.” Especificamente, os grupos dizem que mesmo Obama tendo apontado um painel especial inter-agências, chamado a Força Tarefa de Saúde Polinizadora, para estudar a saúde dos polinizadores ano passado, esses esforços estão simplesmente indo muito devagar e o tempo está acabando. Mandados para assessorar a crise da mortandade das abelhas e oferecer recomendações depois de 180 dias, a Força Tarefa perdeu seu prazo e indicou agora que seu relatório pode não sair até 2016.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Se as taxas atuais de mortandade das abelhas continuarem,” diz a carta, “é improvável que a indústria de apicultura sobreviva ao prazo estendido da EPA, colocando nossa industria agrícola e nosso fornecimento de comida em sério risco.” Neonicotinóides, os quais são frequentemente aplicados nas sementes antes da plantação, são especificamente danosos para as abelhas porque envenenam a planta inteira, incluindo o néctar e o pólen que as abelhas comem. Em doses elevadas, neonics podem matar as abelhas diretamente, mas os cientistas descobriram que em níveis mais baixos e comuns de exposição, o pesticida afeta negativamente a habilidade das abelhas de procriar, de forragem, de lutar contra doenças e sobreviver em meses de inverno. O que é mais perturbador, de acordo com os oponentes do neonics, é como uma analise recente da EPA descobriu que o tratamento com neonicotinóide em sementes de soja, uma das monoculturas mais importantes do mundo, oferece pouco ou nenhum benefício econômico aos produtores de soja. Em uma carta à Força Tarefa enviada em novembro do ano passado, mais de 100 cientistas alertaram para a necessidade de uma ação imediata contra os pesticidas que prejudicam as abelhas. “A Força Tarefa do presidente deveria ouvir o órgão de cientistas que conecta os pesticidas com os danos às abelhas e ao seu declínio,” declarou Jim Frazier, Doutor, professor emérito de entomologia na Universidade Estadual da Pensilvânia e conselheiro apicultor comercial especializado em ecologia química, que assinou a carta conjunta dos cientistas. Em adição às ações do neonics, a carta de quinta-feira também aconselha a administração Obama a fechar uma lacuna legal a qual permite a venda de outros inseticidas antes de estarem adequadamente seguros. De acordo com os grupos – que inclui Amidos da Terra, NRDC, Greenpeace EUA, Verde para Todos, Justiça terrestre, Físicos pela Responsabilidade Social, e cinco outros – a ciência está de acordo e as apostas não poderiam ser maiores: Diversos grupos estão tomando medidas para restringir o uso de neonicotinóides, porque a ciência está ciente de que os pesticidas são um fator que lidera o declínio das abelhas e estão prejudicando muitos outros organismos importantes e benéficos, incluindo pássaros, morcegos, borboletas, libélulas, crisopas, joaninhas, minhocas, mamíferos pequenos, anfíbios, insetos aquáticos e micróbios do solo – colocando a produção de comida e o meio ambiente em risco. Ainda esse ano, um órgão global de 29 cientistas independentes – a Força Tarefa em Pesticidas sistêmicos – revisou mais de 800 estudos publicados nos últimos 5 anos, incluindo estudos patrocinados por industrias, e apelou para uma ação reguladora imediata para restringir os neonicotinóides. A carta chega três semanas depois de 100 comerciantes, muitos dos quais são membros do Conselho de Comércio Americano Sustentável e da Rede de Negócios América Verde, enviarem um apelo similar ao presidente pedindo ação contra o uso do pesticida e proteções polinizadoras. Representando companhias de uma variedade de setores e indústrias, os líderes de negócios disseram que “estavam gravemente preocupados se o uso de neonicotinóides continuar a ser permitido no nosso meio ambiente em níveis atuais, essa prática terá impactos devastadores na nossa comida, ecossistemas e bem-estar econômico.” Jon Queally/Common Dreams

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Se o Youssef é doleiro, o que é o HSBC?

Todo este caso da “Lava Jato” começou, todos sabem, com a investigação de operações de lavagem de dinheiro que envolviam o doleiro Alberto Youssef, já antes condenado (e perdoado por delação premiada) em episódios da mesma natureza. Foi daí que se descobriram que parte das remessas era de dinheiro obtido através de empreiteiras que prestavam serviços a Petrobras. O escândalo do HSBC partiu das revelações de um ex-funcionário do banco, Hervé Falciani, que não é ladrão e muito menos um criminoso condenado (e perdoado) como Youssef. Ele diz que o dinheiro depositado na sede suíça do banco era proveniente da Máfia, de traficantes de drogas, de atividades criminosas e de sonegação de impostos. Dinheiro, entre outros, de oito mil  brasileiros que eram  titulares de contas ali. É evidente que estes brasileiros, assim como dezenas milhares de outros cidadãos que mantinham contas secretas ali,não resolveram depositar o seu – limpo ou sujo – dinheirinho naquele banco por estarem passando por uma simpática avenida de Zurique  e achado casualmente o banco, nem porque o gerente local era um bom sujeito, muito camarada com os clientes. Existe, como existia Youssef, uma rede de operadores que levava estas fortunas pelo “caminho das pedras”  para lá.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Mesmo as pessoas que colocaram dinheiro ali de origem e por meios lícitos – embora não necessariamente morais – têm de ser chamadas para esclarecer quem eram os dutos de captação deste imenso “volume morto” de dinheiro, porque o dinheiro pode vir de atividades diferentes, mas transformado em moeda, todo ele é igual. Por que houve uma rede de captação para estes bilhões e é absolutamente procedente a indagação, feita hoje por Ion de Andrade, no GGN, de quem integrava  “tal rede de corresponsabilidades, e de solidariedades recíprocas,(que) poderia ter motivado a participação do HSBC Brasil na trama que permitiu recrutar milhares de “super-ricos” de norte a sul do país, e que exigiu equipe numerosa, treinada e fluente em português, de agentes que atuaram despudoradamente para lesar o erário público? Estamos falando de uma empresa com sede no Brasil, que capta dinheiro do público brasileiro, que pratica aqui suas atividades. Imagine por um segundo se alguma empresa com relações com os funcionários da Petrobras envolvidos em falcatruas – os chamados “ladrões de carreira” poderia pretender não ser arguida sobre seus contratos e a origem dos valores recebidos? Talvez esteja aí a maior diferença entre Hervé Falciani e Sérgio Moro, de resto até parecidos. Um, abre todas as operações e entrega todos os dados suspeitos, sejam de quem for. Outro, da mesma forma que faz o “dono da lista do HSBC” no Brasil, o UOL, revela partes, pedaços, fragmentos, sobre aqueles que “interessam” ou que atendem aos seus critérios de “interesse público”. Só num ambiente absolutamente viciado como o que temos na mídia brasileira é que se pode separar os que praticaram crimes – como os descritos por Falciani e mais o de evasão de divisas – da instituição através do qual ela ocorreu. Porque é isso o que se faz no caso HSBC. E o inverso disso o que se faz com a Petrobras. Por:Fernando Brito

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