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Sarah Westphal – Prosa na tarde – 15/02/2015

Quase Sarah Westphal Batista ¹ Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance. Para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando. Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. ¹ Sarah Westphal Batista da Silva * Florianópolis, SC – 1988 d.C Esse texto, que circula na internet como sendo de Luis Fernando Veríssimo, é na realidade de uma jovem catarinense. Veríssimo esclarece: “Apareceu a autora do ‘Quase’, o texto que rola na internet atribuído a mim e que eu, relutantemente, tenho que repetir que não é meu. Ela se chama Sarah Westphal Batista da Silva, é de Florianópolis. Escreveu o texto ‘inspirada por um menino que não me namorou, mas quase…’, mandou o texto por e-mail a várias amigas e dois anos depois teve a surpresa de vê-lo impresso com a minha assinatura. A Sarah está no quarto semestre de medicina mas sonha em largar a faculdade e começar a escrever. Olha aí, editores. Ela nem começou e já foi traduzida na França.” [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Banksy – Arte – Pinturas – Grafites

A arte de Banksy nas ruas de Londres Qualquer superfície é suporte para as interferências na paisagem urbana. Até hoje não se conseguiu saber se Banksy é um artista ou se é algum grupo. O anonimato parece ser uma forma de provocação. Os desenhos continuam a surpreender. Podem aparecer em qualque lugar do planeta. Mesmo os mais remotos. Dessa vez aparecerem em Londres, Inglaterra. Aliás, Londres é a cidade na qual os grafites aparecem com mais frequencia. Irreverência e provocação, são a marca registrada dos trabalhos. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Arte – Escultura

Textile, trabalho da artista  Sul Coreana Jean Shin aborda a interferência da informática no cotidiano. Considerado o maior teclado do mundo o trabalho teve início em 2006. A artista discute a substituição dos prazeres substituição de prazeres e emoções orgânicas, em detrimento de puras sensações artificiais virtuais. A monumental escultura é interativa e possui 22.528 teclas não funcionais e cerca de 192 utilizáveis e configuráveis através de software. As teclas que formam o Textile ficam coladas num pano e encontram-se dispostas de uma forma que transcreve exatamente os emails trocados sobre a criação da escultura, entre a Artista e o Fabric workshop and Museum que também colaborou com o projeto. Todas as teclas usadas na obra são de teclados reciclados e considerados obsoletos. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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