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Garcia Lorca – Versos na tarde – 09/02/2015

O poeta pede a seu amor que lhe escreva Garcia Lorca ¹ Amor de minhas entranhas, morte viva, em vão espero tua palavra escrita e penso, com a flor que se murcha, que se vivo sem mim quero perder-te. O ar é imortal. A pedra inerte nem conhece a sombra nem a evita. Coração interior não necessita o mel gelado que a lua verte. Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias, tigre e pomba, sobre tua cintura em duelo de mordiscos e açucenas. Enche, pois, de palavras minha loucura ou deixa-me viver em minha serena noite da alma para sempre escura. ¹ Federico García Lorca * Fuente Vaqueros, Espanha – 05 de Junho de 1898 d.C + Granada, Espanha – 19 de Agosto de 1936 d.C Poeta e dramaturgo espanhol. Fuzilado e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola >> biografia de Garcia Lorca [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Nós, leitores, e a Petrobras

O público brasileiro está sendo submetido a um verdadeiro massacre informativo envolvendo a corrupção na Petrobras. A intensidade do noticiário já deixou de ser uma opção questão meramente jornalística para se transformar num caso típico de campanha movida pelos principais órgãos de imprensa do país. Os fatos passaram a ser menos importantes do que as versões e o que era inicialmente a cobertura de um escândalo de corrupção desdobrou-se numa trama de problemas que no seu conjunto procura transmitir aos consumidores de notícias a percepção de que o país caminha para o caos. O caso das propinas na Petrobras acabou vinculado pela imprensa à crise energética quando o uso de combustíveis para amenizar os efeitos da redução da capacidade de geração hidrelétrica do país provocou uma disparada nos preços ao consumidor. O linkentre Petrobras e a crise hídrica permitiu criar a sensação de instabilidade e insegurança econômica entre as pessoas que já não sabem mais quando e como começará o racionamento de energia e se a inflação vai disparar ou não. A análise da estratégia noticiosa adotada pela imprensa aponta claramente na direção de um acúmulo, intencional ou não, de problemas. Os casos Petrobras e crise hídrica serviram de pretexto para que instituições internacionais de credibilidade duvidosa, como a agência Moody’s, rebaixassem o Brasil nos mercados financeiros internacionais, o que provocou um efeito cascata da desvalorização do real e o fantasma da fuga de investidores externos. Esse conjunto entrelaçado de notícias sem a devida contextualização tende a aumentar a orfandade do público, e há duas alternativas possíveis: uma é o cansaço e exaustão do público em relação a repetição exaustiva no noticiário de depoimentos, documentos, acusações, explicações canhestras envolvendo tanto o caso da Petrobras como o da crise hídrica. O desdobramento seria a perda de interesse.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A outra alternativa é o fim da paciência dos leitores, que passariam a exigir medidas drásticas – o que criaria o ambiente adequado para mudanças institucionais tanto na estatal petrolífera como no próprio governo. A imprensa, obviamente, nega esta intenção mas sua estratégia na produção e veiculação de notícias envolvendo a crescente associação entre a corrupção na Petrobras e a crise hídrica torna quase inevitável uma radicalização política que pode vir tanto pelas ruas como por maquinações legislativas ou judiciais. O que nós, leitores, ouvintes, telespectadores ou internautas estamos perdendo é a noção de onde estão os fatos reais. O caso da Operação Lava Jato tende a transmitir para a população a ideia de que a Petrobras está quebrada por conta das estimativas bilionárias da corrupção interna, mas o respeitado comentarias da Folha de S.Paulo Janio de Freitas aponta, com dados, justamente o contrário (ver “Reino do ‘nonsense’”). Janio tem um histórico de integridade profissional intocável e não arriscaria seu prestígio numa informação sem fundamento. O mesmo acontece com a crise de falta d’água, onde a avalancha de dados a favor e contra o racionamento se avolumam com um claro predomínio das percepções pessimistas. A gente só descobre que há um outro lado na questão hídrica quando vai para as redes sociais, blogs e páginas web alternativas. Nenhum lado chega a ser 100% convincente porque a crise hídrica é tão complexa quanto as investigações do escândalo de Petrobras. A confusão informativa cresce na proporção direta da intensificação do bombardeio noticioso que funciona como uma espécie de preparação do estado de espírito do público em relação a medidas futuras mais radicais. Referências à privatização da Petrobras e ao impeachment da presidente Dilma Rousseff já circulam nas redações elobbies político-empresariais. Não há dúvida de que sempre existiu corrupção na Petrobras porque osuperfaturamento e as propinas são instrumentos institucionais na política brasileira há décadas e sem eles a maioria esmagadora dos políticos com mandato não teria sido eleita. Também não há dúvida de que a falta de chuvas agravou o problema energético do país. São questões recorrentes que foram transformadas pelo noticiário da imprensa em crises terminais da politica energética vigente no país. A solução para ambas teria que surgir num ambiente tranquilo de reflexão, debate e experimentação, envolvendo uma participação crescente da sociedade brasileira que, no fundo, é a principal e maior interessada. Mas o que a imprensa e os políticos estão fazendo é criar um clima de agitação, instabilidade, insegurança e imprevisibilidade para dissimular a luta pelo poder. Nós, leitores, somos as principais vítimas desse processo, porque não sabemos o que está acontecendo. Os porta-vozes do governo estão desacreditados por sua insistência numa visão rósea da realidade nacional, enquanto a oposição e os interesses corporativos adotam o discurso pessimista. A conjuntura atual está claramente vinculada ao início da batalha eleitoral para a sucessão de Dilma. Depois que o escândalo do mensalão cortou um dos mananciais de financiamento ilegal de campanhas eleitorais do PT e aliados, a Petrobras passou a ser a grande torneira para irrigar a o projeto da volta de Lula ao poder. A Operação Lava Jato está fechando também esta fonte de recursos para o caixa 2 eleitoral, com o claro objetivo de asfixiar financeiramente o Partido dos Trabalhadores. É uma estratégia editorial vinculada a uma estratégia eleitoral, só que a imprensa procura induzir o público a achar que o objetivo é exclusivamente moralizador. Carlos Castilho/Observatório da Imprensa

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Google censura buscas sobre como se unir ao ‘EI’

Google alterou sugestões dadas em buscas depois de ser alertada pela BBC. Grupo extremista controla áreas no Iraque e na Síria. Na manhã desta sexta-feira, o Google oferecia o complemento automático “Isis” às pessoas – no Reino Unido e Estados Unidos – que iniciavam uma busca escrevendo “como posso me unir”. A sugestão “Isis” – sigla em inglês do grupo extremista autodenominado “Estado Islâmico” (EI), organização jihadista que controla grandes áreas no Iraque e na Síria – vinha em quarto lugar, atrás de “à polícia”, “aos iluminati” e “a um sindicato”. Leia mais: O Estado Islâmico vai substituir o Talebã no Afeganistão? Alertado pela BBC, o Google eliminou a sigla de suas sugestões automáticas uma hora e meia depois. Mas, se o Google censura termos em sua busca, por que não o fazia com este? O Google diz que as sugestões oferecidas aos usuários são baseadas em “uma série de fatores, entre eles a popularidade de um termo usados nas buscas”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ainda avalia “200 sinais ou pistas que permitem averiguar o que possivelmente esteja sendo buscado”, inclusive a posição geográfica do usuário. Os termos que outros usuários buscaram no passado também influem nas opções oferecidas. O Google já eliminou anteriormente alguns termos de suas sugestões, como insultos ou palavras de conteúdo sexual, por motivos legais ou por considerá-los de mau gosto. Leia mais: Quanto avançou a luta contra o ‘Estado Islâmico?’ “Atualizamos periodicamente nossos sistemas para melhorar as buscas, por isso os termos sugeridos podem mudar com o tempo”, diz um porta-voz da companhia. “Excluímos apenas um pequeno grupo de buscas, como as relacionadas com pornografia, violência, discurso de ódio e infrações de direitos autorais.” Ideologia No mês passado, o Reino Unido e os Estados Unidos prometeram trabalhar conjuntamente para evitar a disseminação de ideologias extremistas. O “EI” é conhecido por usar redes sociais, como Twitter, Facebook e Instagram, para difundir mensagens, fotos e clipes, estimulando seus seguidores a fazerem o mesmo. Acredita-se que o grupo e seus apoiadores tenham usado também videogames, panfletos e vídeos para recrutar combatentes. Mas nem sempre uma busca com o nome de um grupo extremista é um sinal de que uma pessoa concorda com suas ideias ou propostas, explica Danny Sullivan, fundador e editor do site Search Engine Land, dedicado a ferramentas de buscas. “Pode ser que uma pessoa faça esta busca como parte de uma investigação, para averiguar sobre o ‘EI’, e não por que eles querem se unir ao grupo”, afirma Sullivan. “Mas a razão pela qual Isis (ou ‘Estado Islâmico’) aparecia como uma das primeiras opções era o grande número de pessoas que escreviam ‘Como posso me unir ao Isis’ na caixa de busca.” No entanto, os jihadistas em potencial não conseguiriam aprender muito com estas buscas. Os resultados traziam basicamente reportagens sobre o ‘EI’ e suas formas de recrutamento.

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