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Sully Prudhomme – Versos na tarde – 11/01/2015

Le Vase Brisé Sully Prudhomme ¹ O vaso, em que desmaia esta verbena, De um leque a asa lépida o feriu; E a tênue contusão foi tão pequena Que o mínimo sonido não se ouviu! No entanto, a oculta falha pequenina, Imperceptível para o humano olhar – Foi se alastrando,e silenciosa e fina, Veio todo o cristal a contornar! Filtra-se a linfa, gota a gota; e o vaso Sustêm, já, agora, um caule ressequido; Ninguém, à volta, advertiu no caso; Não lhe toques, contudo está partido! Quantas vezes a mão que é quase uma pluma Nos roça o coração, e ele a sangrar, Fundamente ferido em dor reçuma, Vendo a flor da afeição se estiolar E, assim, por fora o julga intacto a gente, Que não lhe escuta o soluçar dorido; É, na aparência, o mesmo vaso olente Não lhe toques, porém, que está partido. ¹ René Armand François Prudhomme * Paris, França – 16 de março de 1893 d.C + Châtenay-Malabry, França – 6 de setembro 1907 d.C René Armand François Prudhomme, mais conhecido como Sully Prudhomme, foi um poeta francês. Filho de Sully Prudhomme, comerciante, e de Clotilde Caillat, ingressou num instituto politécnico para estudar na área científica. No entanto, devido a uma doença oftalmológica, teve que desistir desse objectivo. Trabalhou numa fábrica, como escriturário, mas, descontente, decidiu estudar direito, em 1860. Em 1865, publica a sua primeira obra poética, Stances et Poemes. Pertence ao grupo de poetas parnasianos, responsáveis pela publicação da revista Parnasse contemporain. Foi eleito para a Academia Francesa em 1881, ocupando a cadeira 24. Foi o primeiro autor a receber o Prêmio Nobel de Literatura, no dia 10 de dezembro de 1901. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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