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Facebook “não vai permitir” que os extremistas nos silenciem

Mark Zuckerberg assegura que a diferença de opinião terá sempre lugar na rede social, “mesmo que por vezes sejam ofensivas”. Zuckerberg solidarizou-se com quem partilha os seus pontos de vista, sobretudo quando isso exige coragem. Ilustração JOSH EDELSON/AFP Mark Zuckerberg juntou-se a todos os que por estes dias se dizem Charlie, em homenagem às vítimas do ataque de quarta-feira ao Charlie Hebdo. Com uma diferença substancial: o empresário de 30 anos dirige a maior rede social do planeta, com 1300 milhões de utilizadores, e tem capacidade para impor uma maior abertura na Internet. “O Facebook sempre foi um espaço onde as pessoas de todo o mundo partilham os seus pontos de vista e as suas ideias. Seguimos as leis em cada país, mas nunca deixamos que um país ou um grupo de pessoas dite o que se pode partilhar em todo o mundo”, escreveu Mark Zuckerberg, no Facebook, quando em São Francisco a noite de quinta-feira se aproximava do fim (dada a diferença horária, em Lisboa era já manhã de sexta-feira – 7h13). “À medida que reflito sobre o ataque de ontem [quarta-feira] e sobre a minha própria experiência com o extremismo, isto é o que todos temos de rejeitar – um grupo de extremistas a tentar silenciar as vozes e as opiniões de toda a gente em todo o mundo”, defende. “Eu não permitirei que isso aconteça no Facebook. Estou comprometido em construir um serviço onde se pode falar livremente sem medo da violência.” A posição assumida por Zuckerberg contrasta com a de parte dos órgãos de informação mais respeitados nos EUA, como o New York Times, o Washington Post, o Wall Street Journal e a CNN, que decidiram não publicar os cartoons que causam polêmica entre os muçulmanos. E contrasta ainda com a censura que a própria rede faz de fotografias com nudez (sobretudo feminina) e com relatos de convocatórias para eventos contracorrente a serem apagadas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O co-fundador do Facebook começa a publicação lembrando o processo de que foi alvo no Paquistão, onde um cidadão pretendia que Zuckerberg fosse sentenciado à pena capital por se recusar a banir da rede social todo o conteúdo sobre Maomé que ele, o queixoso, considerasse ofensivo. “Batemo-nos por isto porque as vozes diversas – mesmo que por vezes sejam ofensivas – podem fazer do mundo um lugar melhor e mais interessante.” O comentário mais popular no post é de um utilizador que se identifica como paquistanês e que, segundo o perfil, vive e trabalha no seu país, em Carachi – em seis horas, ultrapassou os 5 mil “curtir” (por essa altura, a publicação de Zuckerberg amealhava 277 mil). “Mark, sendo paquistanês, prezo as suas reflexões, mas gostaria de esclarecer aqui uma coisa: nem todos os ‘paquistaneses’ têm uma mentalidade semelhante e não pode culpar toda a nação com base no ato de uma pessoa”, observa Umar Khan, aplaudindo o trabalho do Facebook no que diz respeito ao “material religioso” ali publicado. Zuckerberg sentiu necessidade de responder ao comentador, recorrendo até ao exemplo da vida pessoal: “Está correcto. Sou amigo de vários paquistaneses e sei que a maioria dos paquistaneses não é como a pessoa que quis ver-me condenado à morte.” O empresário solidarizou-se ainda com “as vítimas, as suas famílias, o povo de França e as pessoas de todo o mundo que optam por partilhar os seus pontos de vista e ideias, mesmo quando isso exige coragem.” Por Hugo Torres, de Portugal

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Soumission: Houellebecq faz capa do Charlie Hebdo no dia em que sai novo romance

O célebre e polêmico escritor imagina a França dirigida por um Presidente muçulmano. O semanário põe Houllebecq a afirmar: “Em 2015, perdi os dentes,em 2022, cumpro o Ramadão”.  “A parte do romance que assusta é acima de tudo a anterior à chegada dos muçulmanos ao poder”, afirmou o escritor à rádio francesa DR. Foi publicado Soumission, saiu para as bancas a nova edição do semanário satírico Charlie Hebdo, com Houellebecq na capa. “Em 2015, perdi os dentes, em 2022, cumpro o Ramadão”, lê-se no cartoon que fazia a manchete. Horas depois, a redação da revista foi alvo de um ataque terrorista do qual resultaram, até ao momento, 12 mortos. Na edição, que tem como tema principal as previsões do chamado “mago Houellebecq”, lê-se no editorial assinado por Bernard Maris: “Suprimam a polícia uns dias e verão que o temor a Deus não impedirá grande coisa”. Páginas à frente, num cartoon assinado por Charb, uma das vítimas do atentado, que ganha agora uma trágica ressonância, um jihadista armado, perante o cabeçalho “ainda sem atentados em França”, comenta: “Escutem, temos até ao fim de Janeiro para vos endereçar os nossos votos de Bom Ano”. O Charlie Hebdo é um semanário célebre pelo humor que desenvolve em forma de cartoon, sem poupar ninguém. Nas suas páginas são e foram satirizados todo o tipo de religiões, políticos, actores, músicos e outras figuras públicas. Horas antes, numa entrevista à emissora France Inter dedicada ao seu novo romance Michel Houellebecq defendeu-se das acusações de racismo e islamofobia de que Soumission vem sendo acusado. “Não julgo que isso seja evidente neste livro”, declarou. Terça-feira à noite, convidado no noticiário nocturno do canal televisivoFrance 2, o escritor foi confrontado com a declaração, por parte do dirigente de uma associação anti-racismo, de que Soumission é o melhor presente de Natal que Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, poderia ter desejado. Ripostou não existir “nenhum romance que tenha alterado o rumo da História”, acrescentando que “Marine Le Pen não precisa disto. As coisas estão a correr-lhe muito bem neste momento”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A narrativa de Soumission decorre em 2022 e imagina um cenário em que Marine Le Pen e o fictício Mohammed Bem Abbes, candidato de um partido formado por muçulmanos franceses, a Irmandade Muçulmana Francesa, se defrontam na segunda volta das eleições presidenciais. A vitória deste último, apoiado por todos os partidos à esquerda da Frente Nacional para impedir a sua vitória, conduz a várias transformações em França (as mulheres largam os seus empregos para cuidar dos filhos em casa; as universidades tornam-se centros de ensino islâmicos) e na Europa (a Turquia e vários países norte-africanos juntam-se à União Europeia). Soumission tem sido qualificado como irresponsável por propagar as ideias da Frente Nacional (disse-o, por exemplo, Laurent Joffrin, director do Libération) mas também descrito como “sublime, de uma extraordinária consistência romanesca” pelo escritor Emmanuel Carrère, que o alinha na tradição da literatura profética de 1984, de George Orwell, ou de Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Em entrevistas anteriores Houellebecq defendera-se invocando a neutralidade do seu gesto criativo. “Não estou a escolher um lado, não defendo qualquer regime. Declino qualquer responsabilidade, reivindico até total irresponsabilidade”, afirmou, citado pelo Telegraph. Confrontado com declarações suas no passado, nas quais referira o Islão como “a mais estúpida das religiões”, confessou ter entretanto mudado de opinião: “O Corão revelou-se bem melhor do que pensava, agora que reli, ou melhor, que o li”. Na entrevista desta quarta-feira à France Inter, afirmou: “A parte do romance que assusta é acima de tudo a anterior à chegada dos muçulmanos ao poder. Não podemos dizer que isso, esse regime [imaginado em Soumission], seja aterrorizador”. Segundo o autor, “as coisas não correm assim tão mal [no livro]” – excepto “se for feminista”. Soumission é alvo de uma primeira edição de 150 mil exemplares e está já no topo da lista de best-sellers da Amazon francesa, algo pouco surpreendente tendo em conta o estatuto do autor de As Partículas Elementares, que acumula os títulos de mais polémico e mais célebre romancista francês da actualidade. Soumission, porém, parece estar a ultrapassar polémicas anteriores. A AFP escreve que a “avalanche de comentários” gerados pela obra na imprensa e nas redes sociais é, “segundo vários peritos”, algo “nunca visto em França a propósito de um romance”. Por MárioLopes, de Portugal

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