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Nelson Mota – Reflexões na tarde – 02/01/2015

Simpáticos, cordiais e canalhas Nelson Mota Cuidado com os simpáticos e cordiais, sempre advirto minhas filhas, e mais ainda com os bajuladores e paparicadores: são condições básicas necessárias para o exercício da canalhice. Claro, se além de canalha o cara é antipático, grosso, mal-educado, fica bem mais difícil encontrar vítimas para suas canalhices. Poderá ser apenas um bandido óbvio. Canalhas não, eles podem ser vistos até como pessoas “respeitáveis”, podem ser muito queridos pela família, pelos amigos e aliados, que se beneficiam das suas canalhices, sem passar vergonha na rua, na escola e no trabalho. É o canalha gente boa. Nada contra a simpatia ou a cordialidade, pelo contrário, com elas a vida e a convivência se tornam muito mais agradáveis, civilizadas e produtivas, e me esforço diariamente para usá-las como um estilo de vida. Não uma arma. Assim como o psicanalista Hélio Pellegrino dizia que a inteligência voltada para o mal é pior do que a burrice, a simpatia e a cordialidade, quando usadas para o exercício da canalhice, são piores do que a secura e a dureza no trato. É o estilo preferido dos políticos brasileiros, dos grandes ladrões públicos, dos oligarcas que enriquecem com a política, mas não abrem mão de uma aura de respeitabilidade e prestígio — que lhes permite continuar nas canalhices. São pessoas aparentemente doces e carinhosas, paizões e vovôzinhos, que defendem o clã em qualquer circunstância. São generosos e tolerantes com familiares, amigos e agregados, mas sempre com dinheiro público. São contadores de causos pitorescos, gostam de citar provérbios populares de suas regiões, aparentam simplicidade interiorana, mas são raposas urbanas vorazes e vaidosas. Espertos, bem informados e maledicentes, são fontes disputadas por jornalistas, que em troca os poupam de maiores criticas. Católicos fervorosos, mantêm laços estreitos com o candomblé, mas jamais o admitem. Eles são muitos, estão no Senado, na Câmara, em altos cargos da administração pública, estão todos ricos, poderosos e impunes. Em Brasília, os que os conhecem pessoalmente confirmam que são simpáticos e cordiais. Embora canalhas. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Vírus: Como são usados pra roubar senhas bancárias

Os códigos maliciosos mais comuns da internet brasileira são os “bankers” – pragas digitais que roubam principalmente as senhas de acesso aos serviços de internet banking. A palavra “banker” é uma variação dos termos “cracker” e “hacker“: assim como o “phreaker” é especializado no sistema telefônico e o “carder” em cartões de crédito, o “banker” se especializa em bancos. Como funciona o ataque de um “banker”, da infecção do sistema até o roubo das informações bancárias? Disseminação A maioria dos bankers pode ser considerada um “cavalo de troia”, ou seja, eles não se espalham sozinhos. Quem dissemina a praga é o próprio criador do vírus e, uma vez instalado no sistema da vítima, o código malicioso tentará apenas roubar as credenciais de acesso e não irá se espalhar para outros sistemas. Existem exceções: alguns desses vírus conseguem se espalhar por Redes Sociais e MSN, por exemplo. Mesmo que o vírus consiga se espalhar sozinho, ele precisa começar em algum lugar. Tudo geralmente começa em um e-mail, como a coluna mostrou anteriormente. Confira gafes que podem denunciar criminosos virtuais Depois de abrir o e-mail infectado, internauta será convidado a baixar o vírus. O vírus acima será chamado de “banker telegrama” por causa da isca utilizada pelos fraudadores. Essa tela de confirmação de download aparece assim que o internauta tenta acessar o link oferecido no e-mail malicioso. Nesse caso, o e-mail diz ser um telegrama. É possível verificar que o endereço do site não tem nenhuma relação com “telegrama”, mas o nome do arquivo, sim. Os criminosos também podem invadir algum site conhecido para infectar os visitantes. Isso já aconteceu com o site das diversas operadoras de telefonia e clubes de futebo. O site da fabricante de bebidas AmBev sofreu um ataque. Quem visitou o site correu o risco de ver a mensagem na foto abaixo e, se clicasse em run, ser infectado. Essa praga será referida mais adiante como “banker applet” devido à técnica de contaminação usada – a janela intitulada “Security Warning” (“Aviso de Segurança”) pede a confirmação da execução de do que se chama de “applet” no jargão técnico, mas que é na verdade um programa quase normal. “Run” significa “rodar”ou “executar”. Ao dar um único clique em “run”, o internauta está efetivamente executando um software no PC que, nesse caso, é um vírus.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Sites legítimos, como o da Ambev, podem ser usados como meios de infecção Em entrevista ao G1, um especialista da empresa antivírus Kaspersky informou que o conhecimento dos hackers brasileiros era de “nível técnico”. Os meios de infecção mostrados acima são realmente muito simples. Um ataque avançado poderia ter contaminado o computador de teste usado pela coluna sem a necessidade de autorizar o download, porque o sistema estava desatualizado e com diversas brechas de segurança passíveis de exploração. Mais adiante será possível ver outros deslizes técnicos dos golpistas. Infecção Arquivo tenta se disfarçar de programa da Adobe, mas não esconde o amadorismo: nem o ícone é foi falsificado. A grande maioria dos vírus brasileiros é muito simples: resumem-se a um ou dois arquivos no disco rígido, executados automaticamente quando o sistema é iniciado. Quem puder identificar os arquivos e apagá-los terá um sistema novamente limpo. Existem algumas pragas bem mais sofisticadas, mas não são muito comuns. No caso do Banker Telegrama, o vírus se instala numa pasta chamada “Adobe” em “Arquivos de Programas” com o nome “AcroRd32.scr”, numa clara tentativa de se passar pelo Adobe Reader (que tem exatamente o mesmo nome, mas com extensão “.exe” e fica em outra pasta). Mas os golpistas esqueceram de trocar o ícone. O ícone usado pelo vírus é padrão de aplicativos criados na linguagem de programação Delphi, muito utilizada pelos programadores brasileiros (tanto de softwares legítimos como vírus). Banker se instalou dentro da pasta de sistema, usando nome de arquivo parecido com o do sistema operacional. Já o Banker do Applet foi mais cuidadoso: o arquivo malicioso copiou-se para a pasta “system”, dentro da pasta Windows. O nome de arquivo utilizado foi “wuaucldt.exe” – um ‘d’ a mais do que o arquivo legítimo do Windows ‘wuauclt.exe’, responsável pelas atualizações automáticas. O ícone também foi trocado para ser idêntico ao do arquivo do sistema operacional. Roubo de dados Depois que o vírus está alojado no PC, ele precisa roubar os dados do internauta de alguma forma. As técnicas são várias. Algumas pragas mais antigas fechavam o navegador web no acesso ao banco e abriam outro navegador, falso, que iria roubar os dados. Hoje, as técnicas mais comuns são o monitoramento da janela e o redirecionamento malicioso. Cada praga analisada pela coluna usou uma delas. No caso do redirecionamento, o que ocorre é uma alteração no arquivo ‘hosts’ do Windows. A função desse arquivo já foi explicada pela coluna. Ele permite que o usuário defina um endereço que será acessado quando um site for solicitado. O que a praga faz é associar endereços falsos aos sites de instituições financeiras. Quando um endereço de um banco é acessado, a vítima cai em uma página clonada. Esse acesso é visto e controlado pelos criminosos. Se o usuário realizar o login no serviço de internet banking pela página falsa, os dados da conta e a senha cairão nas mãos dos fraudadores. Aqui é possível perceber outros descuidos técnicos dos golpistas: o site clonado apresenta erros, como por exemplo de “página não encontrada”. A reportagem usa como exemplo a página clone do Banco do Brasil, mas esse vírus redireciona vários outros bancos, e todas as páginas clonadas têm problemas semelhantes. Página inicial não é idêntica à do banco e vários links levam para erros 404 (“Página não encontrada”) Endereços são diferentes no site falso, que também não possui certificado SSL (o “cadeado”). O site falso também não possui certificado SSL, portanto não apresentou o “cadeado de segurança” que tanto é divulgado nas campanhas de segurança das instituições financeiras. Os criminosos poderiam ter incluído um cadeado falso sem grande dificuldade – o fato que não o fizeram mostra ou que são

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Arte – Fotografia

A fotografia de Ian Crawford – Um banho de cor O fotógrafo inglês Ian Crawford se especializou em fotografia de moda. Seus trabalhos compõem peças publicitários de ‘grifes’ famosas como L’Oreal, Givenchy, Harpers Bazaar e Vogue. O trabalho de Iain Crawford é elegante e têm um discurso estético muito simples. O modelo geralmente é fotografado junto a um fundo simples, no qual a imagem ganha destaque pelas cores e padrões à sua volta. Para obter esse efeito o fotógrafo londrino captura o instante em que o modelo entra em contato com uma substância colorida, geralmente tinta em pó ou diluída em água, atirada no ar. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Energia: produzindo enquanto anda a pé

A idéia é fascinante. Aproveitar o movimento do corpo humano, ao andar, para gerar energia. Embora pareça nova, a energia cinética é usada há bastante tempo pelos relógios automáticos que são movidos pelo movimentos do pulso. Contudo, para mover dispositivos com maior consumo é preciso um gerador mais possante. O Biomechanical Energy Harvester aplica-se numa perna e assegura o funcionamento de aparelhos como um iPod, um telefone celular, etc. Apenas precisa que andemos a pé. O princípio é simples: ao andar a pé alternamos os movimentos de contração e distensão das pernas em torno dos joelhos. Uma grande quantidade de energia é então produzida de forma sistemática pelos músculos mais possantes do corpo. Graças a um engenhoso dispositivo à base de braços articulados ajustável ao joelho, esta energia é aproveitada e transformada em corrente eléctrica. É, na verdade, o equivalente ao dínamo que alimenta os faróis das bicicletas. O Biomechanical Energy Harvester pesa apenas 1,6 kg. Algumas experiências feitas com voluntários demonstraram que a adaptaçãp é rápida e que o seu uso não é incômodo nem cansativo. O dispositivo é capaz de produzir uma corrente eléctrica de 5 watts, suficiente para alimentar 10 celulares! Este tipo de tecnologia tem aplicação imediata para facilitar o usos de equipamentos por pessoas que dependam da autonomia energética. Certamente os aventureiros, andarilhos, portadores de necessidades especiais, exporadores, entre outros, podem estar decretando o fim da era das pilhas. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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