Arquivo

Fernando Py – Versos na tarde – 28/04/2014

O Beco Fernando Py ¹ Que se passa naquele beco onde nunca estive? Vislumbro o muro de passagem: sombras, manchas, rastros de existência. Quem o habita, se é que o habita alguém, se é que o beco existe como existem seres e coisas que vejo? Quem dera nesse recanto do universo o sinal de vida, a marca indelével da matéria organizada? O que existe fora do meu alcance de vista? Quem brinca de esconder quando relembro o muro caiado, a rua esquecida? O que não vejo, pressinto: existe mesmo ou é extinto para mim, ignorado como esse beco aonde nunca fui? ¹ Fernando Antônio Py de Mello e Silva * Rio de Janeiro, RJ. – 13 de junho de 1935 d.C [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Leia mais »

Darth Vader e higiene

O demoníaco personagem do filme Guerra nas Estrelas, provoca profundas reflexões filosóficas-existênciais, causando uma interrogação entre os ‘desocupados’ do besteirol: Como é que o soturno comandante do ‘lado negro da força‘ escova os dentes e toma banho? [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

Leia mais »

Internet, Adam Smith e economia

As leis de Adam Smith diante da internet Veja como a internet tornou obsoletos leis econômicas que governaram o mundo por 300 anos e como você pode se beneficiar desta mudança. Esses dias estávamos conversando no escritório sobre como certas atividades rotineiras até pouco tempo atrás simplesmente estão sumindo de nossa agenda e habitos diários. Coisas simples como: * enviar um fax; * enviar um telegrama; * ir à locadora de filmes; * fila de banco; * pesquisar e comprar livros (usados principalmente…); * ir à loja comprar CDs; * telefonar para saber horários de ônibus e voôs. E a lista poderia continuar por horas e faz pensar como algo que existe há dez anos (levando em conta que a internet ter realmente atingido a maioria dos brasileiros a partir de 1999) ter mudado hábitos de décadas. O mais curioso é que a mudança afetou também os princípios da economia moderna que têm sido a base de nosso sistema financeiro há séculos. Princípios da economia moderna Você conhece a história. Em 1776 Adam Smith (escritor e filósofo nascido na Escócia) escreveu um livro chamado A Riqueza das Nações (Wealth of Nations), onde abordava as razões que seriam responsáveis por uma nação ser rica e outra pobre. Suas ideias permanecem importantes até hoje e são usadas por quase todas as nações desenvolvidas. Ele até figura nas atuais notas de 20 libras do Reino Unido.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Algumas dessas ideias ajudam a entender como atribuímos valor às coisas, baseados em três pilares: Capacidade de exclusão: o vendedor pode “excluir” você da posse do produto (como uma telecom que corta sua linha telefônica quando você não paga). O produto é complexo para ser replicado; então se você quer mesmo tê-lo, precisa comprar do vendedor. Uso exclusivo: o produto não pode (na medida do possível) ser usado por mais de um pessoa. Se duas pessoas desejam usá-lo, você precisa comprar duas unidades. Transparência: compradores podem identificar com clareza o que eles estão adquirindo, antes mesmo da compra. Essas regras funcionaram por séculos, principalmente quando falamos de produtos físicos, como carros, frutas e roupas. E com produtos não-físicos? As leis de Adam Smith funcionaram que era uma beleza durante muito tempo. Até que em 1956 aconteceu algo fantástico nos Estados Unidos: o número de “trabalhadores de conhecimento” passou, pela primeira vez na história da humanidade, o número de “trabalhadores braçais” ou de “fábrica”. Existiam agora mais contadores, professores, engenheiros, advogados, publicitários, consultores e afins do que trabalhadores clássicos como agricultores e metalúrgicos. E qual a diferença do primeiro para o segundo grupo? O primeiro trabalha com um produto intangível chamado “informação”. Esse foi o marco do fim da era industrial. A era da informação acabara de nascer. E com isso, a demanda por informação estava mais alta do que nunca. E foi ai que os três pilares de Adam Smith começaram a balançar na base. Veja bem… antes da internet, qualquer informação era paga. As indústria literária e a fonográfica cresciam de vento em popa. Os autores de qualquer pedaço de informação ou propriedade intectual eram (razoavelmente) pagos por sua criação. Impérios de mídia (televisão, rádio, jornais e revistas) foram criados. Claro, se você emprestar um disco ou livro para um amigo, ele teria acesso ao conteúdo sem pagar nada … mas você pagou. Mas com o advento da internet, a casa de Adam veio abaixo. Pensemos: Capacidade de exclusão: conteúdo era fácil de criar e enviar para outras pessoas (você pode ter um site com acesso pago, mas dificilmente ele terá informação que não possa ser encontrada em algum lugar). Uso exclusivo: Um e-mail é suficiente para enviar seu conteúdo para um mundo e meio. Transparência: agora que você já tem acesso ao conteúdo, meio que perde a vontade de comprar, não? (Duvida? Veja o que o MP3 fez com a indústria de CDs das gravadoras). De acordo com nosso amigo Adam, quando algo é controlável, pessoal e previsível ele teria (teoricamente) o máximo valor. Mas com a internet veio a explosão de e-mails, websites, foruns, blogs, vídeos e redes sociais e nunca se teve tanto acesso a conteúdo público e grátis (olha o que aconteceu com os jornais de papel depois da internet) – e mesmo assim, nunca se teve tanta sede de conhecimento quanto agora. Hoje, a distância de um clique, você tem acesso a informação de qualidade de todo o tipo, geralmente disponibilizada por outras pessoas para qualquer um que deseje acessá-la. Então… vivemos num mundo imerso em (e movido por) informação e que (graças à internet) tornou-se a prova viva que as leis econômicas de Adam precisam ser reformuladas e adaptadas, pois não são mais eficazes. O futuro das leis econômicas Agora chega a parte que vai dizer qual será o próximo modelo econômico que dominará o mundo, certo? Quem dera eu soubesse. E se soubesse, não daria gratuitamente aqui… venderia pelo menos, né? Mas não custa chutar e aqui vai o meu. Em um mundo com muita informação, surge a escassez de outro recurso extremamente precioso para nossa vida moderna, que é a capacidade de prestar atenção. Veja bem, se você tem um filho, ele ganha tanta atenção da família que pode ficar mimado. Se você tem dez filhos, enquanto vivermos em um mundo onde o dia continua tendo só 24 horas, eles nunca terão a a atenção de qualidade que um só filho demanda de um pai ou mãe. Se no nosso dia lemos sobre dez assuntos diferentes, não é possível ler todos com a mesma atenção que se focasse em um só assunto e aprendesse tudo sobre ele. Logo, a “atenção” que temos para distribuir entre os assuntos que são mais importantes para nós se torna o mais valioso “recurso” da sociedade moderna. Quem tem a capacidade de levantar e manter a atenção de outras pessoas tem a mais alta chance de ter sucesso em sua área de atuação. A atenção rende ótimos frutos E é por isso que atletas, atrizes, músicos e

Leia mais »