Prudhomme – Versos na tarde – 04/07/2014
Le Vase Brisé Sully Prudhomme ¹ O vaso, em que desmaia esta verbena, De um leque a asa lépida o feriu; E a tênue contusão foi tão pequena Que o mínimo sonido não se ouviu! No entanto, a oculta falha pequenina, Imperceptível para o humano olhar – Foi se alastrando,e silenciosa e fina, Veio todo o cristal a contornar! Filtra-se a linfa, gota a gota; e o vaso Sustêm, já, agora, um caule ressequido; Ninguém, à volta, advertiu no caso; Não lhe toques, contudo está partido! Quantas vezes a mão que é quase uma pluma Nos roça o coração, e ele a sangrar, Fundamente ferido em dor reçuma, Vendo a flor da afeição se estiolar E, assim, por fora o julga intacto a gente, Que não lhe escuta o soluçar dorido; É, na aparência, o mesmo vaso olente Não lhe toques, porém, que está partido. ¹ René Armand François Prudhomme * Paris, França – 16 de março de 1893 d.C + Châtenay-Malabry, França – 6 de setembro 1907 d.C [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]