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Paul Elouard – Versos na tarde – 29/05/2014

Capital da Dor Paul Elouard ¹ Teu olhar faz a volta do meu coração, Uma roda de dança e de doçura, Auréola do tempo, berço noturno e seguro, E se não sei mais o que tenho vivido É porque teus olhos nem sempre me enxergaram. Folhas do dia e musgo do rocio, Caniços do vento, sorrisos perfumados, Asas que cobrem o mundo de luz, Barcos carregados de céu e mar, Caçadores de ruídos e fontes de cores. Aromas nascidos de uma ninhada de auroras Que sempre jaz sobre a palha dos astros, Como o dia depende da inocência O mundo inteiro depende dos teus olhos puros E o meu sangue todo flui nos olhares deles. ¹ Eugène-Émile-Paul Grindel * Saint-Denis, França – 1895 d.C + Paris, França – 1952 d.C >> biografia de Paul Elouard [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Google é modelo de negócios para jornalismo impresso

Modelo Google de negócios é apontado como alternativa para a indústria dos jornais A General Motors e a Local Motors são duas empresas automobilísticas norte-americanas, mas as semelhanças param aí. A GM é uma mega corporação que fabrica veículos em massa e que chegou a pedir concordata na crise de 2008. A LM, é infinitamente menor, foi criada em 2006 por sete engenheiros e é a primeira do mundo a adotar o modelo Google de negócios no setor automobilístico. Jeff Jarvis, um respeitado consultor de mídia, professor e blogueiro norte-americano, acha que os donos de jornais do mundo inteiro deveriam examinar com lupa a fórmula da Local Motors porque ela poderia ser servir de ponto de partida para uma nova estratégia corporativa para um segmento industrial que também está vivendo momentos críticos. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]A LM está aplicando os oito princípios que fizeram da Google a maior empresa do mundo no ramo das novas tecnologias e que hoje começam a seduzir os executivos que há três anos eram unânimes em taxar de inviável o transplante do modelo para o mundo industrial. Os princípios são: a) Produção colaborativa – os compradores de carros da LM participam da elaboração do design e das especificações técnicas junto com os engenheiros. O resultado é a personalização do veículo. Os clientes acabam fazendo um remix de componentes de veículos de outras marcas; b) Propriedade comunitária – os clientes tornam-se membros da cooperativa que dirige montadora e com isto logram reduzir o preço do veiculo encomendado. c) Micro-empresa – a produção de veículos, na conjuntura atual, só é lucrativa se for feita em fábricas enxutas com burocracia interna reduzida ao mínimo, sistema operacional descentralizado e funcionários polivalentes. A falência da mastodôntica GM, com mais de 90 mil funcionários (1/3 dos quais em funções burocráticas) passou a ser um exemplo da falência do velho modelo de linha de montagem, numa estrutura hierarquizada e centralizada; d) Produção para nichos de consumidores – A LM vai produzir carros diferentes para públicos segmentados. Atualmente a empresa desenvolve um veiculo para o estado do Arizona e outro totalmente diferente para Nova Iorque. Um é rústico para terrenos ruins e outro é pequeno e super econômico para ser usado num trânsito complicado; e) Montagem – Os veículos são montados usando quase 90% de componentes de outros carros e os modelos podem ser montados por outras empresas. Não há franquia. É o carro no sistema do código aberto, sem pagamento de royalties; f) Negócio público – As informações de usuários são essenciais para o futuro do negócio, porque os clientes e compradores sentem-se participantes no processo de montagem de veículos; g) Produção local – Por enquanto a empresa está instalada numa única cidade, mas o modelo pode ser replicado noutras regiões mantendo a regra da identificação com o publico e com a realidade local; h) Venda direta – O modelo elimina intermediários, no caso concessionárias e revendas, substituídos pela internet nas vendas e atendimento aos compradores. Jarvis acha que todos estes itens podem ser facilmente adaptados para a realidade da indústria dos jornais, levando em conta que muitos sites independentes de noticias já os aplicam total ou parcialmente. Um dos exemplos mais badalados desta nova tendência é o projeto ChicagoNow, ChicagoNow que está sendo desenvolvido por um grupo de jornalistas do jornal Chicago Tribune, um dos principais atingidos pela queda de leitores e de anúncios. O ChicagoNow aplica pelo menos seis itens do modelo Google adaptados para o ambiente jornalístico. O projeto está apoiado em notícias publicadas em blogs criados por leitores dentro da página do ChicagoNow. Em média 30% deste material vai para a edição impressa depois de ser avaliado por leitores e por editores do jornal. Mais ou menos o mesmo processo está sendo implantado no Philadelphia Inquirer que acaba de jogar a toalha em sua edição em papel para ser publicado apenas na Web. Ainda é muito cedo para dizer se o modelo Google terá na indústria dos jornais, os mesmos resultados obtidos pela Local Motors. Mas se depender do pessoal do ChicagoNow, a aposta vale a pena porque a outra opção é o desemprego. Carlos Castilho/Observatório da Imprensa

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