Antônio Botto – Versos na tarde – 26/04/2014
Soneto Antônio Botto ¹ Quanto, quanto me queres? – perguntaste Numa voz de lamento diluída; E quando nos meus olhos demoraste A luz dos teus senti a luz da vida. Nas tuas mãos as minhas apertaste; Lá fora da luz do Sol já combalida Era um sorriso aberto num contraste Com a sombra da posse proibida… Beijámo-nos, então, a latejar No infinito e pálido vaivém Dos corpos que se entregam sem pensar… Não perguntes, não sei – não sei dizer: Um grande amor só se avalia bem Depois de se perder. ¹ Antônio Tomás Botto * Concavada, Abrantes, Portugal – 17 de Agosto de 1897 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 16 de Março de 1959 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]