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Twitter obriga a atividade jornalística a mudar o foco

Twitter pressiona uma mudança no foco da atividade jornalística Há menos de um mês alguns parlamentares ingleses estavam passando para seus eleitores e simpatizantes os resultados de uma votação legislativa ignorando o papel da imprensa como mediador entre tomadores de decisões e o público. As sessões do parlamento já são transmitidas ao vivo pelo rádio que é onde a imprensa monitora o trabalho legislativo. Mas o Twitter alterou essas mediação ao estabelecer contato direto entre a fonte da notícia e o consumidor de informações. A moda deve pegar porque os tomadores de decisões têm agora um canal direto com a opinião pública, sem terem que enfrentar os questionamentos e as idiossincrasias da imprensa. Aqui no Brasil já temos quase todos os políticos inscritos pelo Twitter.[ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda] Isto pode aproximar o público dos tomadores de decisões, em especial os membros do poder legislativo, do seu público alvo. Trata-se de uma aproximação de mão dupla porque os eleitores também estão criando os seus canais de cobrança e monitoramento da atividade parlamentar, o que pode contribuir para o saneamento tanto do Senado como da Câmara de Deputados. Mas também vão surgir problemas. No caso dos parlamentares britânicos Tom Watson e Jim Knight, na pressa de avisar seus eleitores, eles acabaram passando resultados equivocados da votação e tiveram que voltar atrás. Outra possibilidade real é o surgimento de uma cacofonia informativa pelo Twitter, tornando necessária uma depuração e contextualização das notícias transmitidas pelo sistema de micro-mensagens. Para os repórteres e editores, a ampliação do uso do Twitter marca mais um passo na direção do fim da era do furo jornalístico. É também um novo empurrão no sentido da transformação dos profissionais em orientadores e contextualizadores das informações passadas ao público pelos tomadores de decisões e formadores de opiniões. A grande diferença é que o foco dos jornalistas deixa de ser a simbiose com o poder político e econômico para voltar-se cada vez mais para o público, reconstituindo aquilo que está na origem do jornalismo, o caráter social da atividade informativa. Carlos Castilho – Observatório da Imprensa

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UPPs para inglês ver?

Nesta minha estada no Rio tenho podido testemunhar o fenômeno de que tanto se fala nos jornais. A elevação acentuada de preços. <= Eleanor Warnick – Estudante da Universidade de Oxford Segundo muita gente, ela tem sido causada em boa parte pelo aumento do poder aquisitivo do brasileiro. Outros motivos: a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016. Mesmo esperando preços mais altos por conta destes eventos, confesso que me surpreendi quando cheguei. E acho que não sou a única a me assustar. O custo da moradia não para de subir e já não há muita diferença para os preços de acomodação na Europa. Isso tem feito muita gente da chamada classe média deixar o asfalto, como se diz por aqui, e procurar casa ou apartamento em comunidades pacificadas nos morros do Rio. Um bom exemplo disso é o morro do Vidigal, na zona Sul, vizinho do bairro do Leblon, onde mora boa parte da elite carioca. A instalação de uma UPP no Vidigal levou mais segurança à comunidade, e, juntamente com a localização privilegiada, tornou o morro uma boa opção para quem foge dos aluguéis elevados. O Vidigal virou moda. E com a moda, vieram os preços mais altos. A vista desde o topo do Vidigal de onde se avista as praias de Ipanema e Leblon Toda vez que subo o morro vejo novas construções, novos hotéis, bares e restaurantes. Um hotel boutique recém-inaugurado no alto do Vidigal cobra diárias em torno de 600 reais.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Os restaurantes locais estão sendo transformados, alguns têm menus internacionais e cobram preços incompatíveis com o padrão local. Hoje existe um sushi bar logo na entrada do morro e, lá no alto, uma discoteca cobra entrada de até 50 reais. Fico pensando, será que os moradores tradicionais do Vidigal se beneficiam dessa modernidade súbita? Será que frequentam estes lugares? Será que gostam do que está acontecendo? Conversei com Lenidafia Soares, moradora do Vidigal. Ela me disse que o morro está sendo dividido, entre “os ‘estrangeiros’ que vêm do ‘asfalto’ e a comunidade local que atualmente ficou com poucas opções de lazer”. “Até os bailes funk a polícia proibiu.” Outros moradores me disseram que detestam as excursões de turistas levados ao morro para ver como vivem os favelados. André Luiz Abreu Souza, do movimento “A Favela Não se Cala”, diz que não quer se sentir “como um animal num zoológico”. “Queremos ser respeitados por quem tira uma foto de nós”, diz ele. Mas noto também que a chegada dos turistas ao morro também criou empregos e oportunidades que antes não existiam. Alguns moradores alugam quartos em suas casas para acomodar estrangeiros interessados em curtir uma experiência diferente e aproveitar a linda vista que o Vidigal proporciona. Elliot Rosenburg, um americano de 23 anos, criou uma empresa que consegue acomodação para turistas e dá 70% do valor para os proprietários das casas. Segundo Rosenburg, o esquema promove integração entre turistas e moradores locais. Mas um dos moradores do Vidigal, André Luiz Abreu Silva, acredita que “a favela está pagando um preço caro por causa da Copa”. Ele diz que “a renovação branca já chegou e não há sinal de que isso vá mudar.” Parece que a comunidade do Vidigal, que tanto celebrou as melhorias feitas no morro, incluindo a instalação de uma Unidade Pacificadora da Polícia, hoje já começa a ter saudade de um passado em que, apesar da pouca segurança, poucos pensavam em deixar o local. Será então que, no final, a UPP chegou para beneficiar os “estrangeiros que vêm do asfalto”? BBC

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