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Fernando Pessoa – Versos na tarde – 31/12/2013

Tabacaria ¹Fernando Pessoa – Álvaro de Campos Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa. Fui até ao campo com grandes propósitos. Mas lá encontrei só ervas e árvores, E quando havia gente era igual à outra. Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar? Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Gênio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, E a história não marcará, quem sabe?, nem um, Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim… Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando? Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas – Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, E quem sabe se realizáveis, Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? O mundo é para quem nasce para o conquistar E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que não more nela; Serei sempre o que não nasceu para isso; Serei sempre só o que tinha qualidades; Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta, E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. Crer em mim? Não, nem em nada. Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo, E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. Escravos cardíacos das estrelas, Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama; Mas acordamos e ele é opaco, Levantamo-nos e ele é alheio, Saímos de casa e ele é a terra inteira, Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. (Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.) Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei A caligrafia rápida destes versos, Pórtico partido para o Impossível. Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, Nobre ao menos no gesto largo com que atiro A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas, E fico em casa sem camisa. (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas, Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, Ou não sei quê moderno – não concebo bem o quê – Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! Meu coração é um balde despejado. Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco A mim mesmo e não encontro nada. Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, Vejo os cães que também existem, E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, E tudo isto é estrangeiro, como tudo.) Vivi, estudei, amei e até cri, E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem

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Design – Reinventando a roda e a bicicleta

Victor M. Aleman é um designer mexicano que decidiu desenvolver um meio de transporte que fosse ecologicamente limpo. Assim, ele criou uma bicicleta a “Eco // 07” formada a partir de uma estrutura em triângulo composta de módulos expansíveis, que podem ser dobrados e reduzidos de tamanho quando a bicicleta não estiver sendo utilizada. Para tornar o conceito viável, o designer teve que literalmente re-inventar a roda. Através de um sistema de juntas e pivots, a roda e a bicicleta podem ser desmontadas e guardadas em um espaço mínimo. [ad#Retangulo – Anuncios – Normal]

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Privacidade – Quem, quanto, como, onde o Google é onipresente ele sabe tudo

Você já parou para pensar na quantidade de informações que são passadas diariamente para o Google e o poder que ele tem de saber os hábitos de seus usuários? Milhões de pessoas se utilizam de sites de buscas para trabalho, estudo ou compras, além de pesquisas sobre temas mais delicados como uma doença grave, a procura por um amor, uma informação sobre empréstimos… E você sabe qual é o buscador mais utilizado no mundo? O Google, claro. Metade de todas as buscas da internet são feitas no Google, o que dá ao site o poder de determinar o que será visto e o que ficará esquecido na web. Também não há como deixar de lado seus outros serviços famosos, como o Youtube, Orkut, Gmail, Google Earth, Blogger e Picasa. Junte tudo, mais a quantidade de informação pessoal que o Google é capaz de armazenar a seu respeito e não sobra muit o Google sabe quem você é. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Mas afinal, quanto o Google sabe sobre você, sobre o que você gosta/faz/quer e até onde você está? O site Center Networks produziu uma lista que mostra como os principais serviços do gigante das buscas podem revelar inúmeras informações a seu respeito. * Se você usa o Adwords, eles conhecem o seu plano de marketing e sabem o seu padrão de compras. * Se você usa o Adsense, eles sabem qual dos seus sites ganham dinheiro, eles sabem como segmentar os anúncios para o seu site, eles sabem quanto pagar e quanto custa para mantê-lo. * Se você usa o Google Alerts, eles sabem quais são os tópicos importantes para você. * Se você usa o Analytics, eles sabem quais sites você controla e/ou monitora, sabem sobre as variações e tendências de seu conteúdo. * Se você usa o Blogger, eles sabem sobre o que você escreve. Cada palavra, cada frase, tudo e cada link. * Se você usa o Calendar, eles sabem onde você foi, é, e qual deve ser o plano. * Se você usa o Catalog Search / Product Search, eles sabem que os itens que são de interesse para você e quais os itens que você realmente compra. * Se você usa o Checkout, eles conhecem todas as suas informações pessoais: nome, endereço, telefone, cartão de crédito. * Se você usa Chrome, eles sabem tudo sobre a sua navegação na internet. * Se você usa o Desktop, eles sabem o que você tem no seu PC. * Se você usa o Google Docs e Spreadsheets, eles sabem que você qual o tema do seu TCC, e que sua conta corrente só terá R$ 25 no final da viagem. * Se você usa o Earth, eles sabem os lugares do planeta que você tem vontade de conhecer. * Se você usa o FeedBurner, eles sabem tudo sobre os seus leitores e seus diferentes tipos de leitor. * Se você usa o Finance, eles sabem sobre a existência de ações (e outros instrumentos) que você é proprietário, o que você monitora, e as tendências que você quer seguir. * Se você usa o Gmail, eles sabem tudo. Sim, tudo. * Se você usa os Grupos (Groups), eles sabem que você tem é fã de Pop Art e tem um fetiche por pés. * Se você usa a Pesquisa de Imagens (Image Search), eles sabem que você gosta da Madonna e gosta de fotos de gatos. * Se você usar a Local Search, eles sabem onde você está agora, e no que você está interessado. * Se você usa o Maps, eles sabem onde você pode estar, para onde você pode ir e para onde você foi. E se você tiver GPS, eles sabem onde você está neste exato momento. * Se você usa o Reader, eles sabem todos os seus interesses * Se você usa o Search (pesquisa no Google qualquer), o Google sabe todas as pesquisas que você tenha feito. * Se você usa o Google Talk, eles sabem quem são seus amigos. * Se você usa a Toolbar, eles conhecem todos os sites que você visita. * Se você usa o Translate, eles sabem que você está aprendendo russo. * Se você usa o YouTube ou o Google Video, eles conhecem todos os vídeos que você assistiu, os gêneros que você gosta, aqueles que você comentou e os que você enviou. Deu pra perceber que o Google realmente conhece os hábitos, desejos e dúvidas de seus usuários, portanto, qualquer produto que ele lançar será sucesso. Mas toda essa onisciência pode preocupar. O fato do Google saber tudo sobre seus usuários só não é motivo de medo maior porque o primeiro lema da empresa prega “Don’t be evil”, ou seja, “não seja mau”. Portanto, embora a empresa queira concentrar todas as informações em um só lugar, a gigante das buscas afirma que não pretende explorar isso maleficamente. Isso seria jogar fora toda a credibilidade conquistada em seus mais de dez anos de existência. do Olhar Digital

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Por que a inclusão digital fará desaparecer as Lan Houses

Estudo feito pela Cisco em países emergentes mostra que LAN houses vão perder importância e sumir no futuro. Um estudo feito com empresas e usuários de internet em 20 cidades de países emergentes como Brasil, México e Rússia mostra que as LAN houses tendem a perder importância conforme o processo de inclusão digital avança nestes mercados. “As LANs exercem um papel-chave para inclusão digital. Para muitas pessoas, elas são o primeiro contato do usuário com um PC e atuam como formadores de novos internautas. Os estudos conduzidos em países emergentes, no entanto, mostram que conforme o usuário percebe a importância da web tende a comprar um computador para si”, diz o diretor de estratégias para emergentes da Cisco, Henrique Rueda-Sabater, Para Sabater, a pesquisa apontam para o declínio das LAN houses conforme avancem esforços de inclusão digital, como a compra do primeiro PC pelos usuários de menor renda e o treinamento de novos internautas nas escolas e residências. O mesmo estudo mostra que o baixo nível de educação é o principal obstáculo para ampliar o acesso à web nos países emergentes. Quando cidadãos que não usam a internet são perguntados sobre os motivos que os mantêm longe da web a resposta mais recorrente é a dificuldade de lidar com computadores e tecnologia. Em segundo lugar aparece o custo (os usuários não têm dinheiro para pagar pelo acesso à internet) e, em terceiro lugar, a acessibilidade. Ou seja, os usuários encontram dificuldades de acesso à web, como viver numa região sem banda larga ou com poucos computadores disponíveis. da Info [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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