Ariosto – Verso na tarde – 21/09/2013
Aventuroso cárcere suave Ariosto¹ Que venturoso cárcere suave, onde, nem por furor nem por despeito, mas por ternura e amor, me tem sujeito minha bela inimiga, em doce entrave. Há prisioneiros que, ao girar da chave, se contristam. Eu rio, satisfeito: não vê morte a esperança do meu peito, nem juizes severos, nem lei grave, mas ternas acolhidas, mas ardente liberdade de abraços, mas desejos, palavras livres e risinhos loucos, mas doces beijos, dados docemente, e mil e mil e mil e mil, mil beijos, que, por mais que se contem, são bem poucos. Trad. de Delson Tarlé Ludovico Ariosto * 1474 d.C + 1533 d.C No século XVI, a poesia atingiu um grau quase de perfeição. A obra-prima dessa época foi o poema “Orlando Furioso”, de Ludovico Ariosto, composto de 46 cantos em oitavas, fruto de 30 anos de trabalho. É inspirado nas lutas entre cristãos e sarracenos, e considerado um poema perfeito. À última edição publicada por ele, em 1532, dedicou cuidados especiais em relação à língua. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]