Eugenio de Andrade – Versos na tarde – 21/05/2013
As palavras Eugenio de Andrade ¹ São como um cristal, as palavras. Algumas, um punhal, um incêndio. Outras, orvalho apenas. Secretas vêm, cheias de memória. Inseguras navegam; barcos ou beijos, as águas estremecem. Desamparadas, inocentes, leves. Tecidas são de luz e são a noite. E mesmo pálidas verdes paraísos lembram ainda. Quem as escuta? Quem as recolhe, assim, cruéis, desfeitas, nas suas conchas puras? De Coração do Dia (1958) ¹ José Frotinhas Rato * Fundão, Portugal – 19 de Janeiro de 1923 d.C + Porto, Portugal – 13 de Junho de 2005 d.C ganhou o Prêmio Camões da Língua Portuguesa em 2001 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]