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Osman Lins – Prosa na tarde – 12/03/2013

Palavra viva Osman Lins¹ “A lenta rotação da água, em torno de sua vária natureza. Sua oscilação entre a paz dos copos e as inundações. Talvez seja mineral; ou um ser mitológico; ou uma planta, um liame, enredando continentes, ilhas. Pode ser um bicho, peixe imenso, que tragou escuridões e abismos, com todas as conchas, anêmonas, delfins, baleias e tesouros naufragados. Desejaria ter, talvez, a definição das pedras; e nunca se define. Invisível. Visível. Trespassável. Dura. Amiga. Existem os ciclones, as trombas marinhas. Golpes de barbatanas? E também as nuvens, frutos que, maduros, tombam em chuvas. O peixe as absorve e cresce. Então este peixe, verde e ramal, de prata e sal, dele próprio se nutre? Bebe a sua própria sede? Come sua fome? Nada em si mesmo? Não saberemos jamais sobre este ente fugidio, lustral, obscuro, claro e avassalador. Tenho-o nos meus olhos, dentro das pupilas. Não sei portanto se o vejo; se é ele que se vê.” Do conto Retábulo de Santa Joana Carolina, uma das narrativas do livro Nove Novena. ¹Osman da Costa Lins * Vitória de Santo Antão, PE. – 5 de Julho de 1924 d.C + São Paulo, SP. – 8 de Julho de 1978 d.C >> Biografia de Osman Lins [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Segurança pública: o caos irreversível da criminalidade

Tudo previsto, cantado e decantado desde há muito. Os que chamamos atenção que isso iria ocorrer, fomos tachados de comunistas e outros adjetivos nada publicáveis. Tem postagem minha nesse blog de 13 anos atrás já chamando atenção que se não houvesse segurança na mais irrelevante favela, não há haveria pra ninguém. O que seria mais importante: uma creche na favela ou uma pracinha com o nome de alguma autoridade? Eis o resultado da opção pela pracinha e outras obras de maquiagem. Agora entendo que está fora de controle. Por melhor que se estruture o sistema, esse sempre estará aquém das necessidades. É como o cachorro correndo atrás do rabo. Não alcança nunca. A segurança pública é um sumidouro de dinheiro. O aparato repressivo sempre estará atrasado em relação à velocidade do surgimento dos problemas. É caos. E irreversível. Ou alguém ainda acha que há solução? Não há, nem nunca houve vontade política. Essa só há se a elite pressionar. Enquanto puderem blindar os carros e pagar segurança privada encastelados em fortalezas de altos muros eletrificados, tal não acontecerá. Nem há mais condições físicas e financeiras. Tomemos o Bom Jardim, bairro em Fortaleza com índices de homicídio próximos à barbárie, como exemplo: 130 mil habitantes. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Imagine-se que um governante resolva investir todo o tempo e dinheiro para implantar saneamento no bairro. O trabalho é tão grande, que quando conseguir-se que seja concluído, já terão surgido mais 2 ou 3 novos Bons Jardins à frente. Sempre haverá déficit por que o básico não foi feito quando havia compatibilidade possível entre o número de problemas e a capacidade em resolvê-los. Essa é a cruel eqüação. Quem quiser se iludir que possa ser invertida essa perversão, boa sorte. O crime organizado está infiltrado em todos os escalões do Estado Brasileiro. Desde o patrocínio às incensadas e admiradas escolas de samba até aos parlamentos. E essa infiltração nunca foi combatida, ou sequer  considerada. Consumo de drogas, tráfico internacional, favelas incrustadas em meio à riqueza e políticos orgulhosos e  indiferentes em suas disputas paroquiais. A hipocrisia, quando há manifestações pós-crime, quando milhares de pessoas fazem aquela passeata da paz, todos de branco segurando rosas. Geralmente são da classe média…geralmente milhares de pessoas ali têm ou conhecem algum parente que é usuário ou traficante. Sim, o debate para apontar os culpados não é tão aberto em nenhum lugar do planeta… Por quê? Quem financia o tráfico que financia a violência é o consumo. As drogas são um dos maiores males da vida (o maior é a ignorância do povo e a sua insistência em permanecer nela).

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Design – Computadores

Computador B-membrane – criado pelo designer coreano Won-Seok Lee O teclado é uma projeção, surge do nada!  Não tem monitor. A imagem é projetada na parede. A pergunta é: como será a qualidade da imagem em locais claros? [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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