Marcus Acioly – Versos na tarde – 11/02/2013
A descoberta do poema Marcus Acioly ¹ Tece, tece, tece, tece, Bem tecida essa canção, Um a um, fio por fio, Como faz o tecelão Que fabrica o seu tecido De cambraia de algodão. Prende os fios coloridos No labor da tua mão, Tece, tece, tece, tece, Bem tecida essa canção, Com carinho, com cuidado, Com silêncio e solidão. Tece, tece, que tecendo Cresce, cresce a fiação, Urde as formas das estampas, Firma as cores do padrão, Roda a roda, tece, tece, Bem tecida essa canção. Noite e noite, sempre e sempre, Nunca inútil, nunca em vão, Dia a dia te aproximas Mais e mais da perfeição. Não te falte uma esperança Nem te falte uma razão Que tecida por ti mesmo Faz nascer essa canção. Tece, tece, muito e muito, Por dever e obrigação, (Pois tecer é teu ofício De poeta e tecelão). Tece como se tecesses Tua morte ou redenção, Com amor e sacrifício, Rapidez e lentidão, Muito embora ninguém saiba Que teceste esta canção Com os fios do teu pranto No tear do coração. ¹ Marcus Morais Accioly * Recife, PE. – 21 de Janeiro de 1943 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]