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Carla Dias – Versos na tarde – 15/01/2013

Ausência Carla Dias Bebi… sim… de gole em gole, refrescou-se o silêncio com a balbúrdia da tua sofisticada ausência. Enveredou-se pela trilha estreita, Gritando, voluptuosidade ao inverno e ao sol que gela. Pouco a pouco, reviram-se papéis sobre a mesa na hora do jantar. Palavras sobrevoam a fome latente. Parece bonito, mas quase arde. Lentamente, sedas se arrastam pelo chão da tua ausência. Assim como meu corpo, cravado em dúvidas, no sofá, retrata nosso momento fatal. Não me traga um rosto quase pálido de vida. Traga-me o perfume engarrafado no teu sorriso. Assim a ausência passa e com ela o grande perigo. Perder… [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Chávez já morreu?

De há muito que desconfio que isso possa ser verdade. Na Venezuela um deputado da oposição, Pablo Medina, jura por todas as almas que são hóspedes de Hades, que o maluquete das Caraíbas já passou dessa para outra há mais de 2 semanas. A romaria das viúvas políticas, e presidentes amigos do bolivariano Chávez, que a foram a Cuba foi somente para combinar o teatro do velório. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Chavismo sem Chávez

Ausência de Chávez não será o fim do chavismo, dizem analistas Líderes do chavismo têm se esforçado para mostrar unidade em público A eventual ausência em definitivo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não representará o fim do chavismo, na avaliação de analistas ouvidos pela BBC Brasil. Segundo eles, o movimento político continuará enquanto durar a unidade de seus líderes restantes, mesmo sem a presença de seu fundador. Críticos de Chávez o acusam de adotar um estilo excessivamente centralizador e de não ter construído uma liderança alternativa ao longo de seus 14 anos no poder, capaz de dar continuidade ao projeto da revolução bolivariana. Esse perfil, acreditam eles, teria criado uma espécie de “Chávez-dependência” que gera dúvidas sobre o futuro do governo sem Chávez no comando. “Aqueles que sonham que depois de Chávez não há chavismo tomarão um banho de água fria quando se depararem com a realidade”, afirmou à BBC Brasil o ex-ministro Jesse Chacón. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Segundo ele, se Chávez tiver que se afastar da vida pública, o chavismo terá por “necessidade” que formar uma liderança coletiva. “Por uma simples razão: na geração dirigente não há quem aglutine tudo o que é Chávez. Não há ninguém capaz disso, nem dentro, nem fora do chavismo.” A historiadora Margarita López Maya também prevê, no início, uma união pragmática dos chavistas, sem a qual existe o risco do movimento chegar ao fim. “Se se dividem agora, sabem que irão afundar”, disse Maya. Porém, ela acredita que os líderes “mais cedo ou mais tarde entrarão em um processo de fratura a médio e longo prazo.” Trio do poder A discussão sobre o futuro da Venezuela sem Chávez era assunto vetado entre os dirigentes e a base chavista há pouco mais de dois anos. Aquele que ousava criticar a “onipresença” do presidente podia ser acusado de “contrarrevolucionário” e ser expulso de qualquer assembleia ou discussão. “Dizem que Diosdado e eu estamos nos matando (…) Estamos nos matando de lealdade a Chávez e à pátria.” Nicolás Maduro, vice-presidente venezuelano Chávez é considerado a única figura capaz de unificar as diferentes correntes e movimentos sociais que compõem o chavismo. Sem ele, a tendência de disputas internas é eminente. Antecipando a tensão interna, antes de viajar a Cuba para submeter-se à sua quarta cirurgia para combater um câncer na região pélvica, Chávez deixou uma espécie de testamento político e indicou seu vice-presidente, Nicolás Maduro, como eventual sucessor na liderança chavista. A decisão, no entanto, não dá absoluta autonomia a Maduro. O trio que compõe a cúpula da direção chavista não trabalha, por enquanto, de maneira separada. Maduro, cuja força política vem de sua origem sindical, precisa do presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, o número dois no triângulo de poder, para dialogar com os militares – um dos pilares de sustentação do chavismo. Ambos, no entanto, necessitam do pouco carismático ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramirez, o número três do triângulo. Ramirez é conhecido popularmente como o “dono do talão de cheques” por controlar a estatal petroleira PDVSA, coração da economia do país. Nas últimas semanas, dirigentes políticos opositores e os meios de comunicação privados vinham alimentando informações sobre uma suposta divisão entre Maduro e Cabello. Para responder aos rumores, os dois chegaram a se abraçar em duas diferentes manifestações públicas, para baixar a tensão na base chavista que, por enquanto, só confia em Chávez. “Dizem que Diosdado e eu estamos nos matando (…) Estamos nos matando de lealdade a Chávez e à pátria”, disse Maduro, ao abraçar a Cabello. O presidente venezuelano permanece hospitalizado em Cuba após sofrer complicações em sua quarta cirurgia. De acordo com o governo, a infecção respiratória que enfrenta está controlada, porém a insuficiência respiratória persiste. Há mais de um mês Chávez não é visto ou ouvido em público, fator que aumenta a tensão no país sobre o futuro da Presidência e as consequências de uma eventual era pós-Chavez. Mito Outro desafio para o chavismo como movimento é a herança carismática de Chávez. Sua simbologia tende a fortalecer o governo e sua carga emotiva, porém, isso também tende a ser uma “carga pesada” para aquele que pretenda ocupar seu lugar na liderança política do chavismo. Chávez, que sofre de câncer, não é visto ou ouvido em público há mais de um mês “É um dos personagens mais importantes e significativos dos últimos cinquenta anos. Há poucos com seu calibre. No contexto latino-americano, é o mais interessante desde Fidel Castro”, afirmou o historiador britânico Richard Gott, especialista em América Latina, autor do livro À Sombra do Libertador – Hugo Chávez Frias e a transformação da Venezuela. Para Gott, sem Chávez, a Venezuela entrará em um período de “normalização”. “Será um país normal, sem tanta projeção, sem um líder carismático”, afirmou. Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, tanto simpatizantes como críticos à revolução bolivariana, concordam com a definição do Chavismo como um movimento histórico, de bases populares, que tem como pilares ideológicos “o socialismo, o anti-imperialismo, a justiça social, soberania nacional e integração latino-americana”. Para além dos termos conceituais, na opinião do analista político Oscar Schemel, da Consultoria Hinterlaces, “o chavismo se constitui em uma unidade emocional, numa identidade de classe e em uma nova cultura político popular”, afirmou Schemel. Desde que foi diagnosticado com câncer, a figura política de Chávez como mito passou a se fortalecer. Dezenas de missas, cultos, rituais indígenas e de santería (culto afro local) são realizadas diariamente em nome da recuperação da saúde do presidente. Nas ruas, velhos e novos grafites com a imagem de Chávez disputam espaço nos muros da capital. Em algumas casas, a foto do “comandante” está colocada em um altar, sempre acompanhado de uma vela. “Ele (Chávez) nunca vai morrer. Mesmo se não estiver mais aqui, seu pensamento nunca morrerá”, disse uma simpatizante, durante manifestação de apoio ao presidente. Claudia Jardim/De Caracas para a BBC Brasil

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A verdadeira direita

por Olavo de Carvalho/OGlobo [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Se nas coisas que escrevo há algo que irrita os comunas até à demência, é o contraste entre o vigor das críticas que faço à sua ideologia e a brandura das propostas que lhe oponho: as da boa e velha democracia liberal. Eles se sentiriam reconfortados se em vez disso eu advogasse um autoritarismo de direita, a monarquia absoluta ou, melhor ainda, um totalitarismo nazifascista. Isso confirmaria a mentira sobre a qual construíram suas vidas: a mentira de que o contrário do socialismo é ditadura, é tirania, é nazifascismo. Um socialista não apenas vive dessa mentira: vive de forçar os outros a desempenhar os papéis que a confirmam no teatrinho mental que, na cabeça dele, faz as vezes de realidade. Quando encontra um oponente, ele quer porque quer que seja um nazista. Se o cidadão responde: “Não, obrigado, prefiro a democracia liberal”, ele entra em surto e grita: “Não pode! Não pode! Tem de ser nazista! Confesse! Confesse! Você é nazista! É!” Se, não desejando confessar um crime que não cometeu, muito menos fazê-lo só para agradar a um acusador, o sujeito insiste: “Lamento, amigo, não posso ser nazista. No mínimo, não posso sê-lo porque nazismo é socialismo”, aí o socialista treme, range os dentes, baba, pula e exclama: “Estão vendo? Eis a prova! É nazista! É nazista!” Recentemente, cem professores universitários, subsidiados por verbas públicas, edificaram toda uma empulhação dicionarizada só para impingir ao público a lorota de que quem não gosta do socialismo deles é nazista. Não se trata, porém, de pura vigarice intelectual. A coisa tem um sentido prático formidável. Ajuda a preparar futuras perseguições. Consagrado no linguajar corrente o falso conceito geral, bastará aplicá-lo a um caso singular para produzir um arremedo de prova judicial. Para condenar um acusado de nazismo, será preciso apenas demonstrar que ele era contra o socialismo. Hoje esse raciocínio já vale entre os esquerdistas. Quando dominarem o Estado, valerá nos tribunais. Valerá nos daqui como valeu nos de todos os regimes socialistas do mundo. Intimidados por essa chantagem, muitos liberais sentem-se compelidos a moderar suas críticas ao socialismo. Mas isso é atirar-se na armadilha por medo de cair nela. Já digo por que. Socialismo é a eliminação da dualidade de poder econômico e poder político que, nos países capitalistas, possibilita – embora não produza por si — a subsistência da democracia e da liberdade. Se no capitalismo há desigualdade social, ela se torna incomparavelmente maior no socialismo, onde o grupo que detém o controle das riquezas é, sem mediações, o mesmo que comanda a polícia, o exército, a educação, a saúde pública e tudo o mais. No capitalismo pode-se lutar contra o poder econômico por meio do poder político e vice-versa (a oposição socialista não faz outra coisa). No socialismo, isso é inviável: não há fortuna, própria ou alheia, na qual o cidadão possa apoiar-se contra o governo, nem poder político ao qual recorrer contra o detentor de toda riqueza. O socialismo é totalitário não apenas na prática, mas na teoria: é a teoria do poder sintético, do poder total, da total escravização do homem pelo homem. A formação de uma “nomenklatura” onipotente, com padrão de vida nababesco, montada em cima de multidões reduzidas ao trabalho escravo, não foi portanto um desvio ou deturpação da idéia socialista, mas o simples desenrolar lógico e inevitável das premissas que a definem. É preciso ser visceralmente desonesto para negar que há uma ligação essencial e indissolúvel entre elitismo ditatorial e estatização dos meios de produção. O socialismo não é mau apenas historicamente, por seus crimes imensuráveis. É mau desde a raiz, é mau já no pretenso ideal de justiça em que diz inspirar-se, o qual, tão logo retirado da sua névoa verbal e expresso conceitualmente, revela ser a fórmula mesma da injustiça: tudo para uns, nada para os outros. Porém, no próprio capitalismo, qualquer fusão parcial e temporária dos dois poderes já se torna um impedimento à democracia e ameaça desembocar no fascismo. Não há fascismo ou nazismo sem controle estatal da economia, portanto sem algo de intrinsecamente socialista. Não foi à toa que o regime de Hitler se denominou “socialismo nacional”. Stalin chamava-o, com razão, “o navio quebra-gelo da revolução”. Por isso os socialistas, sempre alardeando hostilidade, tiveram intensos namoros com fascistas e nazistas, como nos acordos secretos entre Hitler e Stalin de 1933 a 1941, na célebre aliança Prestes-Vargas etc. Já com o liberalismo nunca aceitaram acordo, o que prova que sabem muito bem distinguir entre o meio-amigo e o autêntico inimigo. Por isso mesmo, é uma farsa monstruosa situar nazismo e fascismo na extrema-direita, subentendendo que a democracia liberal está no centro, mais próxima do socialismo. Ao contrário: o que há de mais radicalmente oposto ao socialismo é a democracia liberal. Esta é a única verdadeira direita. É mesmo a extrema direita: a única que assume o compromisso sagrado de jamais se acumpliciar com o socialismo. Nazismo e fascismo não são extrema-direita, pela simples razão de que não são direita nenhuma: são o maldito centro, são o meio-caminho andado, são o abre-alas do sangrento carnaval socialista. Os judeus, perseguidos em épocas anteriores, podiam usar do poder econômico para defender-se ou fugir: o socialismo alemão, estatizando seus bens, expulsou-os desse último abrigo. Isso seria totalmente impossível no liberal-capitalismo. Só o socialismo cria os meios da opressão perfeita. Não, a crítica radical ao socialismo não nos aproxima do nazifascismo. O que nos aproxima dele é uma crítica tímida, debilitada por atenuações e concessões. E essa, meus amigos, eu não farei nunca.  

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Eleições 2014: José Serra no PPS?

O PT agradecerá penhoradamente a Serra e Aécio por facilitarem a reeleição de Dona Dilma. José Mesquita – Editor José Serra enfrenta resistência à candidatura no PPS Apesar de o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), dizer que receberia o ex-governador José Serra (PSDB) “de braços abertos” caso ele queira se filiar ao partido, há uma ala que rejeita a hipótese de o tucano se tornar o candidato da legenda à Presidência em 2014. A avaliação de alguns membros do PPS é a de que Serra, que já perdeu duas disputas ao Planalto, é um nome já desgastado. “(José) Serra é um retrocesso do ponto de vista de uma política inovadora que o PPS está buscando”, disse o vereador de São Paulo Ricardo Young, para quem o tucano representa a “velha política”. Ex-integrante do PV e ligado ao Movimento da Nova Política, da ex-senadora Marina Silva (sem partido), Young defende que o PPS coligue com um eventual novo partido de Marina ou participe da criação de uma nova legenda que agregue o grupo dela.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] “Preterido” “O Serra acabou de sair de uma disputa presidencial. Não teria sentido ele ser preterido no PSDB e virar candidato do PPS”, disse o deputado federal Arnaldo Jordy (PA). “Não há um projeto presidencial para o Serra dentro do partido”, afirma o vereador de Recife e ex-deputado federal Raul Jungmann. Serra avalia trocar de partido para viabilizar sua candidatura à Presidência, já que a tendência é que o candidato do PSDB seja o senador Aécio Neves (MG). Uma avaliação dentro do partido é que a transferência de José Serra seja uma bandeira pessoal de Roberto Freire, amigo do tucano. Freire nega, entretanto, que haja resistência ao nome do ex-governador. O deputado também afirma que a ida de Serra não deve ser condicionada à candidatura dele à Presidência, mas não descarta a hipótese. Outras opções consideradas pelo PPS para 2014 são apoiar o próprio adversário interno de Serra, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), numa tentativa de rachar a base do governo Dilma Rousseff. Transcrito da Folha de S.Paulo

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