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Tasso da Silveira – Versos na tarde

Noturno Tasso da Silveira ¹ Veleiro ao cais amarrado em vago balouço, dorme? Não dorme. Sonha, acordado, que vai pelo mar enorme, pelo mar ilimitado. Se acaso me objetardes que veleiro não é gente e, assim, não sonha nem sente, sem orgulhos nem alardes eu direi: por que haveria de falar-vos do homem triste mas de olhar grave e profundo que, à amargura acorrentado sonha, no entanto, que vive toda a beleza do mundo? Melhor é dizer: Veleiro… veleiro ao cais amarrado, sob as límpidas estrelas. Vela branca é uma alma trêmula, sobretudo se cai sombra do alto abismo constelado. Veleiro, sim, que não dorme mas na silente penumbra sonha, ao balouço, acordado que vai pelo mar enorme, pelo mar ilimitado. ¹ Tasso Azeredo da Silveira * Curitiba, PR. – 1895 d.C + Curitiba, PR. – 1968 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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