Internet: novamente o governo quer a censura.
Sempre que um membro de um governo, qualquer um, falar em ‘marco regulatório para os meios de comunicação’ vislumbro a silhueta de uma tesoura. Hoje o público que consome uma informação não é mais sujeito passivo de quem elaborou/divulgou essa informação. De posse de uma informação esse novo espectador/leitor/ouvinte, se transforma em protagonista. Alterando por inclusão da sua própria opinião e/ou por acréscimo de material de terceiros, ele interage, completa, corrige ou desmente a informação original, promovendo sua conseqüente divulgação pelos novos meios de comunicação, notadamente a internet, principalmente via redes sociais. Nenhum meio tradicional de informação detém mais o poder absoluto de, via notícia comprometida com os interesses de seus proprietários, aplicar lavagem cerebral no receptor da mensagem. O debate por mais pueril e abstrato que seja, é sempre melhor que o silêncio. Seja o que acontece por interesses seja o que ocorre pela força da censura. Contudo, quando se trata de mídias digitais os ‘especialistas’ e todos os demais “ólogos” que se envolvem no debate ainda não entenderam que a internet é incontrolável. Por mais que se sofisme não dá para esconder que todos os governos, de todos os matizes, sonham mesmo é com a posse de ferramentas legais que os permitam calarem quem se lhes opõe. O resto é conversa fiada. O Editor A internet não pode ser cerceada Rubem Almeida/Tribuna da Imprensa A jornalista Eliane Cantanhede comentava ontem à noite na Globo News que dois ministros teriam conversado com ela, que se debruçariam sobre uma legislação de controle das opiniões na internet. Eliane estava furiosa também com a grosseria de internautas pela verborragia contra Lula, alegando, em comparação, que jornalistas quando escrevem são identificados e respondem pelas suas afirmações, enquanto os internautas se escondem no anonimato. Acho um absurdo controlar um instrumento tão democrático, cultural, um ativismo político social, e com acesso irrestrito de todas as classes de pessoas, em que elas podem contribuir, interagir, opinar, formar opinião em temas nacionais e de interesse da sociedade como um todo.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Quem banca e paga o sistema somos nós. Os políticos, com estruturas e custos nababescos ao contribuinte, não oferecem a devida reciprocidade pelas cargas escorchantes de impostos, pagos na fonte e em cascata, para se ter isso que está ai. Saúde, um caos, um genocídio em nível nacional. Moradia, milhões de favelados. Segurança pública, o crime impera, um verdadeiro estado milicioso, belicoso, em que o crime organizado aterroriza a população, tráfico de armas e drogas, incontrolável, fronteiras secas com todo tipo de contrabando entrando e contaminando com todo tipo de males. Se formos enumerar as vicissitudes, as desditas, desgostos, desesperança do povo no sistema político do Brasil,veremos a falência desse modelo oligárquico, com feudos de partidos políticos corporativistas nos três poderes, e ainda se tem a coragem de propagandear, alardear que vivemos no melhor dos mundos neste Brasil? Ora, francamente isso é acintoso. Os que exercitam essa política patriarcal, demagógica e populista brincam com a inteligência e dignidade do povo desassistido. E ainda querem cercear as opiniões nesse canal interativo das redes sociais, onde as pessoas podem comungar, trocar ideias, concordar, discordar em relação à postura de líderes eleitos pelo povo brasileiro, para administrar e prestar contas dos seus mandatos, outorgados pelo povo…e que supostamente andam sempre contrariamente aos direitos constitucionais e humanos. Creio que ninguém aqui é sádico para aproveitar, como abutres, e execrar, achincalhar o ex-presidente. Não é nada disso. Se os políticos fizerem as coisas certas, com certeza serão parabenizados, elogiados. Prova disso é que o Lula saiu com a maior aprovação e popularidade das ultimas décadas, e ainda o povo lhe conferiu a eleição da presidente Dilma, uma desconhecida politicamente… Mas as retóricas contradizem aquilo que é fato, como no caso do Sistema Unificado de saúde (SUS). Dizer que está perto da perfeição é abusar dos doentes que estão ali nas filas, com enormes probabilidades de morrerem antes de serem atendidos. São fatos reais, incontestáveis. Os políticos eleitos têm o dever cívico, ético, constitucional e humano de resolver essas mazelas.É só ver o impostômetro, justifica tudo que está ai. A internet é a voz da sociedade, um novo canal midiático, e não pode ser cerceada, não vivemos em um Estado absolutista ditatorial. A democracia social precisa alcançar as massas, o povo o proletariado que move essa nação, com o labor e o suor do rosto.