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Cecília Meireles – Versos na tarde

Explicação Cecília Meireles ¹ Aqui está minha vida. Esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento. Aqui está minha voz, esta concha vazia, sombra de som curtindo seu próprio lamento Aqui está minha dor, este coral quebrado, sobrevivendo ao seu patético momento. Aqui está minha herança, este mar solitário que de um lado era amor e, de outro, esquecimento. ¹ Cecília Benevides de Carvalho Meireles * Rio de Janeiro, Brasil – 7 de Novembro de 1901 d.C + Rio de Janeiro, Brasil – 9 de Novembro de 1964 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Tópicos do dia – 01/11/2011

10:39:03 Brasil: da série “Óleo de Peroba nele” Olhem só que gracinha da lavra do presidente do PCdoBolso: “O nosso partido sai engrandecido desses últimos acontecimentos.” Renato Rabelo, presidente do PC do B, partido do ex-ministro Orlando Silva, do Esporte. 11:47:38 É a crise! Informe da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima): Existem atualmente no Brasil, sil, sil, 64.866 pessoas com mais de R$ 1 milhão aplicado nos bancos, o que representa um aumento de 2,6% em relação a dezembro do ano passado. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Tecnologia: Máquina esférica voadora

O Ministério da Defesa do Japão desenvolveu uma máquina esférica voadora. Com controle remoto, consegue pousar ou levantar voo de qualquer superfície. Foi construída a partir de peças disponíveis comercialmente, que custam cerca de US$ 1,4 mil. Dotada de giroscópios, é capaz de retomar a posição de voo depois de atingir obstáculos, e alcança uma velocidade de até 60 quilômetros por hora. Sua autonomia de voo é de somente oito minutos. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Arquitetura – Museus

Museu de Arte em Graz, Áustria clique na imagem para ampliar   Museu de Arte Denver Colorado USA clique na imagem para ampliar Museu Nacional Pequim clique na imagem para ampliar   [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Ivan Lessa e a explosão populacional

Nós, 7 bilhões do planeta Terra, terceiro à direita de quem vem do Sol, gostaríamos de lavrar nosso protesto. Nós, 7 bilhões, por uma vez estamos quase todos de acordo: não somos 7 bilhões e protestamos com veemência contra a arbitrariedade que não tem outro propósito a não ser nos assustar com a possibilidade de uma explosão populacional. Nós, 7 bilhões, desconfiamos da data escolhida para marcar um evento sem fundamento científico: o dia em que também se comemora o Halloween, Dia das Bruxas e ainda “Raloim”. Nós, 7 bilhões, questionamos a validade das pesquisas que indicam o nascimento de um de nós a cada 51 minutos. Nós, 7 bilhões, perguntamos pelos dados referentes a quantos sobem, pedem o boné ou batem com as dez por minuto? Nós, 7 bilhões, consideramos a omissão um desrespeito aos mortos deste e de todos os tempos. Nós 7 bilhões, insistimos em saber por que não 7.101.345.857 ou 6.978.502.231, com casa decimal para indicar evolução fracionária? Nós, 7 bilhões, aceitamos o capricho numerológico, que não é mais que uma faixa a ser dada para o heptabilionésimo habitante desta bola achatado nos polos, que também está fichada e registrada como Mundo em estudos tidos como de séria metodologia. Nós, 7 bilhões, teríamos prazer em cumprimentar este cidadão, mas não acatamos como verdade a conta imaginada. Nós, 7 bilhões, aceitamos, no entanto, as cifras, para não criar mais um caso entre as organizações que lidam com essas supostas verdades. Nós, 7 bilhões, reiteramos nossa boa vontade e disposição afim de não criar marolas, ondas ou tsunamis num planeta já caquético e manquitola. Nós, 7 bilhões, agradecemos o fato de que ainda não fomos chamados de terráqueos. Quando, e se tal acontecer, nós, 7 bilhões, nos defenderemos com qualquer arma que estiver à mão, seja pedra ou engenho nuclear. Nós, 7 bilhões, somos gente. Pobres, desgraçados, sofridos, humilhados, ofendidos, pisoteados, doentes, esfomeados e sedentos, mas gente. Não repararam nisso? Nós, 7 bilhões, nos revoltamos com essa transformação em número a que nos impuseram. Nós, 7 bilhões, desconfiamos desse relógio empregado para nós e das motivações para seu uso. Nós, 7 bilhões, não somos simbólicos. Nós, 7 bilhões, não fazemos parte de qualquer rede de comunicação social. Nós, 7 bilhões, estamos sós. Sós, sós, sós. Nós, 7 bilhões, fedorentos e esfarrapados, pouco importa nosso verdadeiro número (que ninguém sabe e nunca saberá), já nos acostumamos, em nossa miséria, a canalhices e injustiças maiores. Nós, 7 bilhões, empunhando cartazes imaginários porém eloquentes e cobertos de verdades, acampamos e ocupamos este planeta acusando que ele deveria ser nosso mas é de vocês, uma minoria que se recusa a ser contada em qualquer engenho informático. Nós, 7 bilhões, não endossamos produto algum. Nós, 7 bilhões, não temos nada o que comprar e pouco para vender. Nós, 7 bilhões, vamos vivendo, por assim dizer. Nós, 7 bilhões, sabemos ou assistimos ao que decidiram que é contagem: subiu um aqui agora, e outro ali e mais outro logo adiante. Nós, 7 bilhões, apontamos para o fato com choro e vela. Nós, 7 bilhões, ouvimos o espoucar de vários chegando em seguida, os tais “51 por minuto”, e, apesar de todos os enganos, esperançosos, louvamos o fato. Nós, 7 bilhões, observamos que eles já vêm brincando de onomatopeia, como se fossem essas, como serão, suas únicas chupetas: plop e plop e plop. Nós, 7 bilhões, não somos 7 bilhões. Somos a quadratura do círculo, o número secreto que jaz por trás da construção das pirâmides, o pi em toda sua extensão. Ninguém nos conhece, ninguém nos conhecerá. Fiquem descansados. Apesar de tudo, só chacinamos por uma questão de estética e equilíbrio. Mas chacinamos. Contem quantos somos, só não contem conosco. Ivan Lessa/BBC Londres 

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