Carlos Costa – Versos na tarde
Todas as mulheres do mundo Carlos Costa ¹ Penso-as como dunas quando aquela areia fina paira sobre elas e assenta delicada como véu em seu dorso nu. É tarde, quase amanhã novamente deixo seu perfume tomar conta dos meus sentidos e vejo-a e sei que é quase um sonho mas é um sonho feliz e reside em mim. Sorrio para ela alguém intimo que nem preciso abrir a boca para ser compreendido. É meu caro, elas são reais e terão de estar sempre por perto. Digo, las chicas, hombre! Como se poderia pensar num mundo sem elas? Seria um pesadelo sem retorno! Eu não saberia viver sem tocar-lhes a presença. Acho-as intensas suficientes e necessárias Te completam, como a um quebra-cabeças onde se encaixam e fazem com que façamos sentido para nós mesmos. E isso é muito, muito bom. É tão bom quanto vê-las passeando displicentes concha a concha pela praia, mergulhando sob as ondas, apontando e sumindo aos poucos, com as nádegas, pernas e pezinhos. Elas tomando sorvete com gula, (competência e predileção), fazendo café e tomando com você sentadas frente a frente, ou retocando o batom , mostrando as unhas bem feitas, mãos de dedos entrelaçados. A surpresa de vê-las chegando quando menos se espera ou quando a espera já nos angustia e do nada aparece aquela lindinha por inteiro. A ausência sempre madrasta e dolorida. A impressão de tê-las visto passar mil vezes e não as ter notado ainda, até a surpresa daquele exato instante. Elas com ou sem calcinhas, com ou sem sutiãs, seios e quadris de todas as formas e cadências de balançar, ou não. O sexo e seus, mais de quatrocentos apelidos Sempre se possível, atendendo ao apelo; com legítimos pêlos e cheiros. Dispensando maiores artifícios para que não se tornem tudo o que não são, digo; rosto imberbe, barba aparada e bigode. Masculinos. E o mais importante na lista das importâncias são as palavras com que nos confortam, revoltam-nos porque nos fazem pensar e repensar para tentarmos sermos melhores ainda. Isto, sem pensar nas mil tentativas que fazem para te amarem sempre, incondicionalmente, ficando cada vez mais ainda apaixonadas, donas absolutas da paixão ou de algo insondável, bem maior ainda, que pode até matá-las por dentro, por fora, sob os trilhos, pulando da ponte, e tudo apenas para nos dizerem que somos tudo para elas e que sem nós não há, não existe nada , nem você nem ela nem o mundo com o firmamento junto, nada, nada, nada. É, eu não saberia mesmo, nem gostaria de aprender, (o que não teria serventia para nada) Que seria o viver sem elas. Pois quero vê-las sempre sorrindo com os olhos, com a boca com o sexo, (sempre afeto), com abraços para te receber e te fazer perceber que aquele lugar naquele instante para ela e para você, é, aonde e quando tudo pode e vai acontecer. Até morrer. Nem que seja só um pouquinho. ¹ Carlos Costa * Fortaleza, Ce. Arquiteto e artista plástico