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Octavio Paz – Versos na tarde

Escrito com tinta verde Octavio Paz ¹ A tinta verde cria jardins, selvas, prados, folhagens onde gorjeiam letras, palavras que são árvores, frases de verdes constelações. Deixa que minhas palavras, ó branca, desçam e te cubram como uma chuva de folhas a um campo de neve, como a hera à estátua, como a tinta a esta página. Braços, cintura, colo, seios, fronte pura como o mar, nuca de bosque no outono, dentes que mordem um talo de grama. Teu corpo se constela de signos verdes, renovos num corpo de árvore. Não te importe tanta miúda cicatriz luminosa: olha o céu e sua verde tatuagem de estrelas. (Trad. Haroldo de Campos) ¹ Octavio Paz * Cidade do México, México – 31 de Março de 1914 d.C + Cidade do México, México – 20 de Abril de 1998 d.C Prêmio Nobel de Literatura de 1990 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Barbárie: Estados Unidos fizeram experimentos médicos semelhantes aos métodos nazistas

  Médico compara experimentos dos EUA na Guatemala aos do nazismo Mejía lembra que na época da pesquisa os EUA apoiavam o julgamento dos médicos nazistas Detalhes dos experimentos de médicos americanos com pacientes da Guatemala nos anos 1940 fizeram um dos membros da comissão que acompanha as investigações comparar a pesquisa às técnicas empregadas por cientistas da Alemanha nazista. Uma comissão de inquérito instaurada pelo governo americano revelou nessa segunda-feira que 1.300 guatemaltecos foram infectados por sífilis, gonorreia e outras DSTs em um experimento que visava provar a eficácia da penicilina. Pelo menos 83 pessoas morreram sem assistência. Notícias relacionadas EUA reconhecem morte de 83 guatemaltecos em estudo sobre sífilis Guatemaltecos processam EUA por teste que espalhou sífilis no país EUA pedem desculpas por espalhar gonorreia e sífilis na Guatemala O presidente do Colégio dos Médicos da Guatemala, Carlos Mejía, diz que o número de infectados pode ter chegado a 2.500, segundo indícios de documentos históricos. Mejia diz que os documentos mostram a injeção de doses concentradas das bactérias causadora da sífilis no olhos, no sistema nervoso central e nos genitais dos pacientes. Segundo ele, essas são aberrações próprias do regime nazista da Alemanha (1933-1945). “Isso ocorreu em um contexto em que eles mesmos (EUA) estavam julgando os médicos alemães que haviam feito experimentos com tifo e malária em prisioneiros de guerra”, diz.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] “Os alemães usaram os poloneses, os russos e os judeus. Os americanos fizeram praticamente o mesmo na Guatemala.” Mejía faz parte da comissão guatemalteca, composta ainda por ministros do governo do presidente Álvaro Colom e representantes da Justiça. Segundo Mejía, “há evidências suficientes para dizer que houve colaboração entre autoridades americanas e guatemaltecas” durante os experimentos. Pelo menos nove médicos locais estiveram envolvidos nas pesquisas. Apenas um deles, como mais de 90 anos, continua vivo, mas está desaparecido. Desculpas O vice-presidente guatemalteco, Rafael Espada, disse à BBC que o atual governo deve fazer um pedido de desculpas oficial ao povo do país. “Os alemães usaram os poloneses, os russos e os judeus (em seus experimentos). Os americanos fizeram praticamente o mesmo na Guatemala.” Carlos Mejía, presidente do Colégio dos Médicos da Guatemala O escândalo dos experimentos científicos só veio à tona em 2010, com a publicação de um estudo da historiadora Susan M. Reverby, causando comoção no país centro-americano. O presidente americano, Barack Obama, pediu desculpas ao colega guatemalteco, classificando as pesquisas de “injustiça histórica, claramente contrária á ética e aos valores (americanos)”. Os experimentos com prostitutas, prisioneiros, órfãos e doentes mentais tinham como objetivo descobrir se havia um comportamento comum nas infecções de DSTs, a fim de prevenir a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis nos soldados americanos estacionados em várias partes do mundo. Segundo as autoridades dos dois países, a pesquisa foi feita sem consentimento dos pacientes. ‘Experimentos do demônio’ Um das possíveis vítimas é Marta Orellana, 74 anos, que diz ter participado de constantes “experimentos do demônio” quando tinha apenas 9 anos de idade. Ela vivia em um orfanato na Cidade da Guatemala e cita médicos locais e “estrangeiros”. O filho de Orellana, Luis Vázquez, disse que só se deu conta da gravidade dos relatos da mãe quando o escândalo estourou, no ano passado. “Apenas quando escutamos o pedido de desculpas de Obama relacionamos o caso à minha mãe. Tudo fazia sentido: as injeções na genitália, os exames médicos contínuos, a doença”, diz. Efeito continuado Sessenta anos após a pesquisa, muitos guatemaltecos ainda padecem dos experimentos. O Hospital Roosevelt, da capital, examinou recentemente cinco idosos com evidências de que foram vítimas da pesquisa. “Começamos também a documentar casos em que filhos de afetados foram infectados. Embora não apresentem sintomas de sífilis, a doença continua ativa (em seu organismo)”, diz Mejía. O governo da Guatemala diz que há outros casos de possível contaminação ainda não confirmados. Duas ações coletivas de vítimas dos experimentos contra o governo dos Estados Unidos já foram impetradas na Justiça do país. Os autores, filhos de possíveis vítimas já mortas, pedem indenização. Ignacio de los Reyes – Enviado especial da BBC à Guatemala  

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Corrupção: deputado se vangloria de ter funcionários fantasmas

Brasil: da série “o tamanho do buraco!” A impunidade é tanta que um deputado chegou a dar entrevista se jactando de ter funcionários-fantasma É impressionante a situação a que chegamos. O então deputado alagoano Dudu Albuquerque (PSDC) estava tão confiante na impunidade que em maio do ano passado deu uma inusitada entrevista, na qual afirmava que tinha cargos no governo e os funcionários recebiam sem trabalhar. Ele se orgulhava de desfrutar desse poder. Mais de um ano depois, quando Dudu Albuquerque nem é mais deputado, é que o Ministério Público se lembrou de apresentar uma ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-parlamentar e os dez servidores fantasmas. A ação pede o ressarcimento dos valores pagos indevidamente. Dudu é acusado de indicar dez servidores para cargos comissionados no Estado (entre eles, parentes e assessores), que recebiam sem trabalhar. No total, o grupo obteve R$ 380 mil dos cofres públicos durante cerca de três anos, através de cargos na Coordenadoria Regional de Ensino, em Arapiraca, ligada à Secretaria da Educação e Esporte. A passos de cágado, a investigação do Ministério Público só aconteceu porque em maio passado, o então deputado reclamava que estava sofrendo retaliações do governo estadual por não apoiar projetos enviados ao Legislativo, e deu a tal entrevista, na qual dizia que tinha cargos no governo e que as pessoas recebiam sem trabalhar.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Duas servidoras da coordenadoria de ensino, que também foram indicadas por Dudu Albuquerque, são suspeitas de participação no esquema. Segundo a ação civil pública, elas não informaram a secretaria sobre a irregularidade. E o promotor Sidrack Nascimento, autor da ação, disse que em alguns casos a folha de ponto era levada na casa dos servidores-fantasmas para que fosse assinada. A Secretaria da Educação ainda não se manifestou. Segundo o promotor, a investigação não localizou outros casos semelhantes de comissionados fantasmas indicados por deputados no governo estadual. Dudu Albuquerque, que não foi candidato na eleição de 2010, já havia sido denunciado pelo Ministério Público em 2008 sob acusação de participar de um esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa. O ex-deputado foi intimado três vezes para ser ouvido no Ministério Público, mas não compareceu. E na velocidade que as coisas acontecem por lá, vai demorar muito para acontecer alguma novidade. Ah, Brasil! Carlos Newton/Tribuna da Imprensa

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