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Manuel Serrat – Versos na tarde

Poema de amor Joan Manuel Serrat ¹ O sol nos esqueceu ontem sobre a areia, nos envolveu o rumor suave do mar, teu corpo me deu calor, tinha frio, e ali na areia, entre os dois nasceu este poema, este pobre poema de amor para ti Meu fruto, minha flor, minha história de amor, minhas carícias Meu humilde candeeiro, minha chuva de abril, minha avareza Meu pedaço de pão, meu velho refrão, meu poeta A fé que perdi, meu caminho e minha carreta Meu doce prazer, meu sonho de ontem, minha bagagem Meu morno canto, Minha melhor canção, minha paisagem Meu manancial, meu canavial, minha riqueza Minha lenha, minha lareira, meu teto, meu lar, minha nobreza Minha fonte, minha sede, meu barco, minha rede e a areia Onde te senti onde te escrevi meu poema (Tradução de Maria Teresa Almeida Pina) ¹ Joan Manuel Serrat i Teresa * Barcelona, Espanha – 27 de dezembro de 1943 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Economia: Na crise em Portugal até cachorro paga o pato

Na crise, até os animais pagam o pato O tufão que arrasta a economia de Portugal para o buraco deixa vítimas por onde passa. Mergulhado numa profunda crise, semelhante a que o Brasil viveu no final da década de 1980 no governo de José Sarney, os portugueses vivem momentos de incerteza e de angústia. A crise é tão sufocante que já chegou ao mundo dos animais: cães e gatos são deixados em clínicas veterinárias ou nas ruas por seu donos afetados pelo desemprego. Imóveis são devolvidos aos bancos, os salários estão congelados, o desemprego é o maior das últimas décadas e até as farmácias estão fechando por falta de dinheiro para repor estoques. O Diário de Notícias, um dos mais influentes jornais de Portugal, noticiou na primeira página que “604 farmácias, das 2900 existentes no país” fecharam as portas. Só nesses primeiros seis meses 150 delas foram à falência, o que está afetando pacientes que convivem com remédios regularmente. A crise econômica está estampada no semblante fechado e amargurado de cada português. O inverno rigoroso anunciado também vai afetar a vida da população, já que o governo anuncio aumento nas tarifas de energia. O consumo de combustível caiu 12% e o consumo em geral 23%. Os shoppings vazios e lojas fechadas na zona mais nobre do país, Cascais, são sintomas do dinheiro curto no bolso da população que sofre com o desemprego.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Os atrativos e simpáticos bares nas calçada do Centro de Lisboa são proibitivos para os moradores, que começam a migrar para países vizinhos ou atravessar o Atlântico em direção ao Brasil, destino também dos brasileiros afetados pela crise. O dinheiro circula mais à vontade no setor turístico, a única luz no final do túnel que ainda se mantém acesa reaquecendo a economia. Os hotéis de Lisboa, por exemplo, estão quase todos lotados nessa época do ano, onde o sol generoso e as belezas naturais deixam as cidades litorâneas do país parecidas com as do Brasil. O governo tem procurado saídas para cumprir as exigências da União Europeia que pede austeridade no comando da economia para injetar mais dinheiro no país, a exemplo do que fez na Grécia. Assim é que o governo está anunciando medidas que vão desagradar fortemente a classe média mais endinheirada: taxar as fortunas dos ricos, o que pode provocar uma fuga de capital. O assunto será discutido no Conselho de Ministros, mas não existe consenso em torno da proposta porque a sugestão é do PS, partido que este ano deixou o poder. Portugal já tem uma das cargas fiscais mais pesadas da Europa. Castigar os mais ricos para ajudar o mais pobre, tentando convencê-los de que os mais ricos devem pagar a conta, pode levar o país a uma crise política de consequências imprevisíveis, segundo parlamentares de oposição e os economistas de plantão. Por Jorge Oliveira, de Portugal

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E-mail resiste após 40 anos

Aos 40 anos, e-mail insiste em ignorar decretos de morte. Correio eletrônico é ameaçado pelas redes sociais e spam. Primeira mensagem com o símbolo ‘@’ foi enviada em 1971. Em 1971, uma época em que o ‘@’ ainda era digitado com a combinação de teclas “SHIFT+P”, Ray Tomlinson estudava o programa “SNDMSG”, que permitia o envio de e-mails para usuários de um mesmo computador – na ocasião, um mesmo “computador” era usado por muitas pessoas. Com algumas melhorias, Tomlinson percebeu que poderia enviar mensagens para outros sistemas, mas precisava de algo para separar o nome do usuário do computador. Nascia o padrão “usuário@computador” e também o primeiro e-mail. O formato chega aos 40 anos após ouvir diversos decretos de morte – inclusive de sistemas como o Google Wave, que deixaram de existir antes de “assassinar” o antigo e-mail.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Mensagens eletrônicas eram enviadas internamente antes da possibilidade de se enviar algo pela rede existir. A caixa de entrada era apenas um arquivo no sistema no qual o protocolo tinha apenas permissão para acrescentar informações e não editar, ler ou remover. Isso funcionava foi complementado por Tomlinson com base no Cryptnet, outro protocolo que ele desenvolveu para enviar arquivos pela rede, e com isso o e-mail deixou de ser uma mera caixa de recados entre usuários do mesmo computador. Ray Tomlinson conta em seu site que não lembra o conteúdo do primeiro e-mail, mas que provavelmente foi algo sem sentido como “QWERTYUIOP”. Ele lembra, porém, porque escolheu o símbolo “@”: ele não era usado em nomes e não era nenhum caractere especial em nenhum editor de texto da época. No Brasil, o “arroba” é uma unidade para medir massa que vale 15 quilogramas. Evolução Em 1970 não exista ainda o “.com” e ler mensagens individuais não era possível inicialmente. O primeiro e-mail foi enviado entre dois computadores que estavam lado a lado, mas que estavam conectados apenas pela Arpanet – a rede embrionária que deu origem à internet dos dias atuais. Na década de 80, o formato de e-mail seria usado na Usenet e na criação de litas de discussão, mas já com extensas mudanças. As tecnologias atuais (o SMTP, o POP, e o IMAP) apareceriam na década de 80 para adequar o e-mail à rede IP (internet), que estava substituindo a Arpanet. Com algumas mudanças, esse é o mesmo e-mail usado até hoje. Os primeiros webmails surgiram em 1995. E-mail ainda é mais popular que redes sociais Determinar a quantidade de mensagens de e-mail que circula diariamente é complicado porque não existe uma autoridade que verifica e conta todas as mensagens. Empresas especializadas no ramo como a Radicati e a Commtouch estimam que 30 bilhões de mensagens de e-mail legítimas são enviadas por dia, mas outras 100 a 200 bilhões de mensagens são spam – número que caiu em 2011 com o desmantelamento de algumas redes criminosas. O número pode ser comparado ao Twitter, que em abril revelou receber 350 milhões de tuítes por dia. O Facebook afirmou em novembro de 2010 que quatro bilhões de mensagens são enviadas no site por dia – mas essa estatística inclui as mensagens de chat. A maioria das redes sociais – ditas concorrentes do e-mail – ainda envia notificações a seus usuários via e-mail. Algumas delas, repetidamente. Outros concorrentes, como o Google Wave, desapareceram antes mesmo de conseguir espaço. Apesar das redes sociais e dos softwares de mensagem instantânea e chat, o e-mail continua fazendo circular bilhões de mensagens por dia e servindo como autenticação de registro em diversos serviços e sites da web. Altieres Rohr/ G1

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