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Gilka Machado – Versos na tarde

Ausência Gilka Machado ¹ Nesta ausência que me excita, tenho-te, à minha vontade, numa vontade infinita… Distância, sejas bendita! Bendita sejas, saudade! Teu nome lindo…Ao dizê-lo queimo os lábios, meu amor! – O teu nome é um setestrelo na noite da minha dor. Nunca digas com firmeza que a mágoa apenas crucia: a saudade é uma tristeza, que nos dá tanta alegria! Passo horas calada e queda, a rever, a relembrar as duas asas de seda do teu langoroso olhar. Se a mágoa nos não conforta, por que é que a felicidade tem mais sabor quando morta, depois que se faz saudade? ¹ Gilka da Costa de Melo Machado *Rio de Janeiro, RJ – 1893 d.C + Rio de Janeiro, RJ – 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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WikiLeaks: Câmara de Brasília é ‘refúgio de canalhas’

Em telegrama enviado a Washington em agosto de 2004, a embaixada dos EUA no Brasil descreve a Câmara Distrital de Brasílial em termos nada lisonjeiros. Assina o documento John Danilovich, que respondeu pela embaixada até 2005. Ele descreve no texto a cassação do deputado distrital Carlos Xavier (PMDB). Era a primeira vez que o legislativo brasiliense passava um mandato na lamina. “Um malandro a menos na galeria”, anotou Danilovich no título do telegrama. Na opinião de Danilovich, tratava-se de uma providência alvissareira, “dada a notoriedade da Assembleia em ser um refúgio de canalhas”. Carlos Xavier escalara o cadafalso nas pegadas do assassinato de um menor que trabalhara na campanha dele e mantivera um caso amoroso com sua mulher. O embaixador americano enxergou a cassação com olhos de dúvida. Poderia ser o início de uma tendência anti-impunidade. Ou “meramente serviu para desenhar uma linha: que assassinos, pelo menos, não serão tolerados na Assembléia Distrital”. Deve-se a divulgação do documento à agência de jornalismo ‘Pública’. Em parceria com o WikiLeaks, a entidade divulga novo lote de papéis sobre o Brasil.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] No caso da Câmara de Brasília, as palavras do embaixador Danilovich revelaram-se premonitórias. O mensalão do DEM, escândalo subsequente, comprovaria à saciedade a existência de uma banda “canalha” no legislativo brasiliense. Tomada pelos papéis já veiculados pela ‘Pública’, a diplomacia americana cultiva em relação ao Brasil interesses múltiplos. O papelório enviado a Washington discorre sobre temas que vão de o reuniões com ministros às desavenças do PSDB. Há mais curiosidades que revelações. Por exemplo: em telegrama datado de 5 de maio de 2008, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) é descrito como um privatista. Apadrinhado por Sarney, Lobão acabara de ser nomeado por Lula. E a embaixada definiu-o assim: “Um amigo da indústria e a favor da privatização do setor elétrico”. Ou assim: “Um ex-jornalista e político sem experiência na área de energia, em particular, que se comprometeu a se cercar de especialistas no assunto”. A certa altura, o texto faz menção a um curioso telefonema “de cortesia” disparado pelo ministro ao embaixador Americano: “Lobão se mostrou positivamente inclinado para formalizar negócios com os EUA”. Noutro documento, de 16 de maio de 2008, afirma-se que o Brasil flertava com “apagões”… …E critica-se o rigor ambiental que emperrava a concessão de licenças para a construção de hidrelétricas. Antes de aproximar-se de Lobão, a embaixada achegara-se a uma de suas antecessoras na pasta: Dilma Rousseff. Guindada ao cargo por Lula em 2003, alvorecer do primeiro mandato da Era petista, Dilma foi recebida na embaixada dos EUA por seis diplomatas. O encontro virou um relatório, datado de 4 de setembro de 2003. Informa que Dilma discorreu sobre o modelo energético brasileiro e as mudanças que esboçava. Discutia-se à época um novo marco regulatório para o setor, enviado posteriormente ao Congresso a bordo de duas medidas provisórias. O texto não deixa dúvida quanto ao interesse dos EUA. A embaixada movia-se, informa o documento, na defesa de duas empresas americanas: NGR e Duke Energy. Dilma mereceu bons adjetivos: “determinada”, “confiante” e “orgulhosa da transparência” que imprimira ao debate sobre a reformulação do setor energético. Noutro documento, de outubro de 2009, a embaixada reproduz conversa da então encarregada de negócios Lisa Kubiske com um diretor da Vale. Chama-se Guilherme Cavalcanti. Respondia pela diretoria de Finanças Corporativas da ex-estatal. Lero vai, lero vem falou de Lula. Disse que o então presidente da República imiscuia-se na gestão da Vale, pressionando a empresa a investir em siderurgia e fertilizantes. “Fomos pressionados pelo governo a produzir aço”, disse Cavalcanti, segundo o texto da embaixada. “Mas eles parecem ter se apaziguado com nosso investimento de mais de US$ 1 bilhão em siderurgia.” Erro. Sob Dilma, o governo mexeu-se para levar à bandeja o escalpo de Roger Agnelli, ex-mandachuva da Vale. Cavalcante assiste aos resultados da intervenção a partir de outra cadeira. Hoje, responde pela diretoria de Finanças e Relações com Investidores. – Em tempo: Aqui, você lê sobre documento que relata diálogos mantidos com Aécio Neves antes da campanha presidencial de 2010. Ele fala de José Serra… …Aqui, um telegrama sobre o movimento Cansei, ironizado até por FHC. Aqui, texto sobre aborto. …E aqui, relato produzido pela representação diplomática dos EUA no Vaticano em 2007, às vésperas da visita do papa Bento 16 ao Brasil. blog Josias de Souza

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Homossexualidade: Bispo monta blog para combater gays

Sem ligar para a decisão homoafetiva do Supremo, o bispo de Guarulhos montou um blog na internet para lutar contra os gays. “A ditadura gay não vai poupar ninguém, nem mesmo nossos filhos”, adverte o bispo Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, da diocese de Guarulhos, que montou um blog na internet para lutar contra o movimento gay. Num dos artigos, por exemplo, o bispo explica os “riscos” que as famílias correm com o “kit gay”, que seria distribuído em escolas pelo ministério da Educação. O blog do religioso (www.domluizbergonzini.com.br) foi criado em 2010, quando ele resolveu intervir para valer na campanha presidencial, na esperança de evitar a vitória de Dilma Rousseff.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Aos 75 anos, ferrenho adversário do PT, que ele chama de “partido da morte”, Dom Luiz atua em três frentes: no púlpito da diocese; no blog, que considera “um instrumento da voz do Reino de Deus”; e nas páginas do jornal “Folha Diocesana”, do qual é fundador e diretor-responsável, na condição de jornalista profissional, com registro conquistado por atuar na função desde os tempos de padre, quando a profissão ainda não era regulamentada. Misturando fé e política, o bispo é declaradamente homofóbico e costuma alertar que “uma conspiração da Unesco transformará metade do mundo em homossexuais”. Sobre o chamado kit-gay que o ministro Haddad tentou distribuir e não conseguiu, diz Dom Luiz: “Se [o kit] não é assédio, aliciamento e molestamento sexual pró-sodomia, então o que é?”, indaga o bispo católico, que não tem problemas em se unir aos pastores evangélicos nessa luta contra os gays, sem se importar também com a recente decisão homoafetiva do Supremo Tribunal Federal. Se quer lutar contra os gays, na própria Igreja Católica não faltam adeptos dessa opção sexual, conforme é público e notório. Melhor faria se lutasse contra o celibato. Para arrefecer o radicalismo do bispo, agora circula na internet uma petição contra ele, a ser encaminhada ao Vaticano. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa

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