Arquivo

Hermann Hesse – Versos na tarde

Sonhando Contigo Hermann Hesse ¹ Às vezes quando me deito e meus olhos se fecham, com a chuva batendo na cornija os seus dedos molhados, tu vens a mim, esguia corça hesitante, dos territórios do sonho. Então andamos ou nadamos ou voamos por entre bosques, rios, bandos de animais, estrelas e nuvens com tintas de arco-íris: tu e eu, a caminho da terra de origem, rodeados de mil formas e imagens do mundo, ora na neve, ora ao fogo do sol, ora afastados, ora muito juntos e de mãos dadas. Pela manhã o sono se dissipa, afunda dentro de mim, está em mim e já não é mais meu: começo o dia calado, descontente e irritadiço, porém algures continuamos a andar, tu e eu, rodeados de coleções de imagens, a interrogar-nos entre os encantos da vida que nos embroma sem saber mentir. ¹ Hermann Hesse * Calw, Alemanha – 1877 d.C + Calw, Alemanha – 9 de agosto de 1962 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Procuradoria vai colocar documentos da ditadura na internet

O Ministério Público Federal promoveu um ato em São Paulo nesta terça-feira para comemorar a repatriação dos arquivos do projeto “Brasil Nunca Mais”, que estavam nos Estados Unidos desde o fim da ditadura militar. A divulgação dos documentos foi antecipado pela Folha em maio deste ano. O acervo reúne depoimentos de ex-presos políticos e identifica agentes que praticavam tortura durante a ditadura militar. As informações serão digitalizadas e devem ser usadas pela futura Comissão da Verdade para investigar crimes cometidos durante o regime. O projeto realizado no início dos anos 80 buscava, ainda durante o período da ditadura militar, obter informações e evidências de violações aos direitos humanos praticadas por agentes do Estado. A Procuradoria disponibilizará a íntegra dos 707 processos que originaram “Brasil: Nunca Mais”. Qualquer pessoa poderá ler, nos depoimentos contidos nos documentos, os detalhes das prisões e torturas sofridas pelos presos. Pensado por dom Paulo Evaristo Arns, da Igreja Católica, e pelo reverendo Jaime Wright, da Igreja Presbiteriana Unida, o “Brasil: Nunca Mais” foi feito de maneira clandestina. Advogados dos presos pediam vistas dos autos no STM, e, em vez de apenas consultar os papéis, faziam cópias deles, que eram mandadas como malotes para São Paulo. Após o lançamento do livro, em 1985, as cópias foram doadas à Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Como elas sofreram certa degradação, o MPF digitalizará os microfilmes dos processos, produzidos pelo Conselho Mundial de Igrejas, uma organização ecumênica internacional sediada em Genebra (Suíça), e doados ao Center for Research Libraries, uma instituição acadêmica norte-americana que preserva arquivos de diferentes partes do mundo. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Dilma Rousseff e a carta para FHC

Flores na entressafra O PSDB sentiu-se lisonjeado com o reconhecimento da presidente Dilma Rousseff ao papel de Fernando Henrique Cardoso para o desenvolvimento do Brasil, na carta de felicitações pelos 80 anos do ex-presidente. Já o PT fez que não ouviu. Lula pode ser que ainda faça um gesto de boa educação daqui até sábado, quando o desafeto com quem outrora dividiu afetos faz aniversário. De qualquer modo, os petistas trataram a coisa à sua maneira. A eles interessa muito mais o efeito do ato, no que pode render de boa vontade por parte da oposição e de uma boa imagem para Dilma, do que revisar pensamentos e procedimentos. Não há sinal de autocrítica no horizonte. E principalmente no horizonte futuro das disputas eleitorais. O PT continuará batendo na tecla da desconstrução do período FH, muito embora petistas aqui e ali prestem reverência à verdade dos fatos. Tomemos as privatizações dos aeroportos: se renderem bons resultados, não serão reconhecidas como prova de equívoco anterior do PT, mas incluídas como crédito à capacidade do partido de fazer bem feito o que o adversário fez malfeito. Daí a prudência aconselhar comedimento às comemorações tucanas. Dilma Rousseff faz as honras da casa, mas quem manda no partido é Lula e este não abrirá mão do conflito pesado, base da disputa eleitoral. Na entressafra tudo são flores. Quando chegar a época adequada voltará ao cenário a tese genericamente conhecida como a da herança maldita sem que Dilma possa vir a aparecer em público reconhecendo os feitos do adversário. O PSDB nunca compreendeu inteiramente a necessidade da defesa de seu capital e demonstrou isso não só quando titubeou em 2002, claudicou em 2006 e se esborrachou em 2010 ao deixar FH propositadamente fora da campanha. Mostrou especial inépcia ao tentar ganhar sem enfrentar Lula, que, por sua vez, é dono da mais perfeita noção de que disputa implica briga. É cada um do seu lado, um tentando anular o outro e que vença quem souber melhor atacar e se defender. Lula é um ás na matéria. Como tal é ele quem dará todas as cartas na eleição, campo onde conta mais a competência política para a montagem das condições de batalha do que o conjunto dos atos do governante no curso do mandato. Exemplo? Fernando Henrique, agora descrito em carta por Dilma como um fantástico presidente, não elegeu o sucessor porque lhe faltaram astúcia e organização político-eleitoral. Coisa que Lula teve de sobra ao governar oito anos exclusivamente pela lógica eleitoral e eleger alguém politicamente dependente e incapaz de lhe fazer sombra. Aqui não vai nem de longe o reconhecimento da correção da prática, mas é o fato. E esse fato na hora H vai prevalecer sobre qualquer movimento ou tentativa de marcar posição de independência que possa fazer a presidente em períodos de entressafra eleitoral. Entrada em cena. Se de um lado são precitadas as cobranças e queixas dos aliados já no primeiro dia de trabalho da ministra Ideli Salvatti, de outro a impaciência expressa a má vontade em relação a ela. Não ajudou a ministra ter dito que obedece à hierarquia em seus contatos: primeiro os presidentes da Câmara e do Senado, depois as bancadas. Deputados e senadores não fazem essa distinção. Mesa redonda. No jantar em homenagem a Fernando Henrique Cardoso na sexta-feira passada o senador Aécio Neves comentava planos futuros do PSDB, apontando para a mesa onde estavam todos juntos os economistas do Plano Real: “Vamos reunir esse pessoal de novo para discutir um projeto de País”. A tarefa de patrocinar o debate seria do Instituto Teotônio Vilela. Em tese, os economistas – hoje cada um cuidando de suas vidas e nem um pouco entusiasmados com o desempenho do partido – gostam da ideia de recuperação da capacidade de formular, mas acham imprescindível que o partido não se fie só nos veteranos e recrute gente nova se quiser ter sucesso na empreitada. Dora Kramer – O Estado de S.Paulo

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Agostinho de Hipona – Frase do dia

“O amor ordenado não ama o que não deve, nem deixa de amar o que deve. Não ama mais o que deve amar menos, nem ama menos o que deve amar mais. Não ama por igual o que deve amar mais ou menos, nem ama mais ou menos o que deve amar por igual.” Agostinho de Hipona

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