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Saramago – Versos na tarde

Poema José Saramago ¹ Os deuses, noutros tempos, eram nossos Porque entre nós amavam. Afrodite Ao pastor se entregava sob os ramos Que os ciúmes de Hefesto iludiam. Da plumagem do cisne as mãos de Leda, O seu peito imortal, o seu regaço, A semente de Zeus, dóceis, colhiam. Entre o céu e a terra, presidindo Aos amores de humanos e divinos, O sorriso de Apolo refulgia. Quando castos os deuses se tornaram, O grande Pã morreu, e órfão dele, Os homens não souberam e pecaram. ¹ José de Sousa Saramago * Azinhaga, Portugal – 16 de Novembro de 1822 d.C * Ilhas Canárias, Espanha – 19 de junho de 2010 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Conheça site que ajuda a compartilhar arquivos

A maioria dos serviços de e-mail coloca restrições ao tamanho máximo de um arquivo que pode ser anexado a uma mensagem. Se você precisa enviar um documento muito grande, uma sugestão é usar sites de compartilhamento. Geralmente, esse tipo de site, em suas versões gratuitas, impõe um limita de tamanho para o arquivo enviado, limitando os documentos a um tamanho de 100 Mbytes, por exemplo. Outros limitam o armazenamento para de 1 Gbytes a 5 Gbytes. Uma solução para acabar com essas limitações é usar o site Fyels. Para usá-lo, acesse o site e arraste para a janela que será exibida o arquivo do qual você quer fazer o upload. A única restrição é que o arquivo não pode ter mais de 9 Gbytes. Espere uns minutos e, ao terminar o processo, você receberá um link para compartilhar o arquivo. Ao acessar o endereço, o usuário deverá clicar no botão Download, para baixar o arquivo. Dependendo do tipo de documento, o usuário poderá ter acesso a uma pré-visualização do conteúdo. Os arquivos colocados no site ficam disponívels por um prazo indeterminado. Para apagá-lo, você deve fornecer, ao final do upload, um e-mail para que o site te envie uma senha de remoção do documento. José Antonio Ramalho é escritor, jornalista e fotógrafo. Publicou 108 livros sobre tecnologia, mitologia grega e fotografia, traduzidos para o inglês, espanhol, polonês, indonésio e chinês. Ganhou dois prêmios de jornalismo técnico. Twitter @joseramalho [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Presidente Dilma, anote o nome deles!

Presidente Dilma, que coisa feia, hein? Resistiu bravamente à pressão do ex-presidente Lula e agora está sucumbindo vergonhosamente à pressão combinada dos ex-presidentes Fernando Collor e José Sarney. Semana passada, apesar do bafo salvador de Lula, que carimbou Antônio Palocci como “o Pelé da Economia”, Dilma defenestrou o poderoso ministro-chefe do Gabinete Civil, aquele que caiu no governo passado por estuprar o sigilo do caseiro e que voltou a cair neste governo pela comovente defesa da virgindade de seu próprio sigilo. Esta semana começa com Dilma se dispondo a manter o abjeto ‘sigilo eterno’ (sic) sobre documentos oficiais, uma ignomínia que atravessou incólume os 16 anos de governo somados do sociólogo FHC e do metalúrgico Lula, uma dupla que garantia ter um pé na cozinha da esquerda mais consciente. Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Fernando Collor sentou em cima do projeto original de Dilma, que quebrava a eternidade do sigilo e permitia o máximo de 50 anos de segredo. “É temerário”, repudiou o senador das Alagoas, alegando “constrangimentos diplomáticos” para fatos como a ditadura militar (1964-1985), o Estado Novo getulista (1937-1945) e até a Guerra do Paraguai (1864-1870), episódio este ocorrido há século e meio e que levou à morte 50 mil brasileiros. Presidente do Senado Federal, José Sarney vem agora em socorro de seu temerário sucessor no Palácio do Planalto, alegando que segredos eternos evitariam lesões nas relações diplomáticas do Brasil com seus vizinhos. “Documentos que fazem parte de nossa história diplomática, que tenham articulações como Rio Branco teve que fazer muitas vezes, não podem ser revelados, senão vamos abrir feridas”, explicou, sem explicar nada, o cuidadoso Sarney, que nasceu 18 anos após o falecimento do Barão do Rio Branco (1845-1912). Diante da curiosidade geral, cabe a pergunta: que feridas, cara-pálida?[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] O que poderia sangrar tanto nossa diplomacia? Que bobagens teria cometido o bom barão, o homem que redesenhou nossas fronteiras, para merecer esta santa proteção do bem informado Sarney? Dias atrás Sarney expurgou da exposição oficial do ‘túnel do tempo’ do Senado o glorioso impeachment de Collor — o único afastamento legal de um presidente em 122 anos de República —, relegado por seu solidário colega de sigilo como um simples ‘incidente’, talvez uma ferida a ser escondida. É sempre bom lembrar que, dentro de 48 dias, completam-se dois anos em que o jornal O Estado de S.Paulo vive sob a censura patrocinada pela família Sarney, que deseja um sigilo eterno para as estripulias do filho do senador, Fernando, indiciado na (agora secreta) ‘Operação Boi-Barrica’ da Polícia Federal por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e caixa 2. Sabemos todos o que teme no presente o senador Sarney, mas ninguém imagina o que no passado pode assustar tanto o senador Collor, que aparenta um personagem bifronte da política brasileira. Na tribuna, com voz grave e empostada, porte ereto e ternos sem vinco que parecem recém saídos da lavanderia, Collor pode ser confundido com um lorde inglês desavindo num parlamento qualquer ao sul do Equador. De repente, porém, Collor pode perder a compostura, o palavreado e a elegância para revelar seu lado mais tosco, mais agreste, mais indecoroso. Como fez em 2009, quando ganhou a imortalidade dos anais para um fétido discurso, no plenário do Senado, onde confessava que estava ‘obrando, obrando e obrando” na cabeça de um colunista da revista Veja. Como fez em 2010, quando ameaçou enfiar a mão na cara de um repórter da IstoÉ, num telefonema gravado onde o polido senador distinguia o jornalista como “filho da puta”. Sabemos todos o que são Sarney e Collor. O que não se sabe, porém, é o que pretende Dilma Rousseff ao capitular diante de argumentos tão pífios de uma dupla de ex-presidentes tão contestados por episódios tão polêmicos no passado e no presente. Dilma fez muito bem ao seu governo ao seu livrar, em boa hora, de Palocci. Dilma faz muito mal à sua biografia ao se render tão facilmente aos desígnios pouco claros de Collor e Sarney. A presidente da República deveria respeitar mais sua própria história, bem mais exemplar do que seus dois oblíquos aliados e antecessores. Dilma combateu de armas na mão o regime militar que Collor e Sarney, no verdor da idade e no fervor da utilidade, apoiaram sem peias, nem meias medidas. Um foi jovem da ARENA, outro foi cacique da velha ARENA. Dilma foi ao limite do sangue para combater essa gente e aquele regime. Agora mesmo, 39 documentos sustentam uma ação civil pública na 4ª Vara Cível de São Paulo contra três oficiais do Exército e um da PM paulista, integrantes da Operação Bandeirante (OBAN), mãe do DOI-CODI da rua Tutóia, símbolo maior da repressão da regime. O grupo é acusado pela morte de seis presos políticos e pela tortura em outros 20. Um dos acusados pelo suplício é o tenente-coronel reformado do Exército Maurício Lopes Lima, uma das presas torturadas é uma guerrilheira de 22 anos da VAR-Palmares chamada Dilma Rousseff. Com o cinismo típico de sua turma, o coronel Lopes Lima deu uma entrevista, em novembro passado, logo após a eleição de Dilma: “Se eu soubesse naquela época (1970) que ela seria presidente, eu teria pedido – ‘Anota aí meu nome, eu sou bonzinho’”, admitiu ao jornal Tribuna de Santos. O coronel teve o seu nome anotado pela história, como queria, mas com certeza não era bonzinho — apesar da fantasia de pacato veranista que hoje desfila nas águas mansas da praia das Astúrias, no Guarujá do litoral paulista, onde vive. O frade dominicano Tito de Alencar Lima, o Frei Tito, sobreviveu a terríveis torturas no DOPS do delegado Fleury. O que restava dele foi levado ao DOI-CODI do coronel Lopes Lima, que o deixou sob o trato de seis homens de sua equipe e do inefável pau-de-arara. No seu depoimento, frei Tito contou: “O capitão Maurício veio me buscar em companhia de dois policiais: ‘Você agora vai conhecer a sucursal do inferno’, ele me disse”. Meses depois, cada vez

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