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Sophia Andressen – Versos na tarde

Mãos Sophia Andressen ¹ Côncavas de ter Longas de desejo Frescas de abandono Consumidas de espanto Inquietas de tocar e não prender ¹ Sophia de Mello Breyner Andresen * Porto, Portugal – 6 de Novembro de 1919 d.C + Lisboa, Portugal – 2 de Julho de 2004 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Onde foi parar a tal da mudança climática?

Para quem acompanha o assunto, 2011 vem sendo incomum, pouco se falou em mudanças climáticas. E isso, no rasto do encontro de Cancún – considerado um sucesso relativo, após o fracasso de Copenhague, mesmo tendo deixado em aberto questões essenciais. E até agora, não faltaram enchentes e eventos meteorológicos extremos ao redor do mundo que diferentemente dos anos anteriores, não levaram a discussão de volta às manchetes. Tudo bem, no Brasil, o assunto do ano no meio ambiente – de mérito inquestionável – tem sido a reforma do Código Florestal. Mas onde estão os discursos de líderes mundiais prometendo mudanças para proteger o planeta das mudanças climáticas? Alguns até disseram que iriam investir pesado em energias renováveis, entre eles a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. O motivo? Bem, o desastre nuclear de Fukushima, no Japão, assustou países que dependem em grande parte da energia nuclear. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu uma longa entrevista à BBC. Quase meia hora sobre quase todos os assuntos. Quase, porque não disse sequer uma vez as palavras: “mudança climática” ou mesmo “aquecimento global”. Enquanto isso, os chamados “céticos” continuam a expressar as suas opiniões – raramente baseadas em ciência robusta, mas ocupando o espaço que a imprensa lhes dá. Apesar do barulho que fazem, pouca coisa mudou no consenso da comunidade científica em torno do assunto, como mostrou um estudo australiano nesta semana (uma das poucas vezes em que mudança climática foi manchete neste ano). Por onde anda a opinião pública? Essa é a pergunta que me faço. Considerando que pesos-pesados da política, que costumam pagar pequenas fortunas para saber o que os seus eleitores pensam, não têm tocado no assunto – Obama falou no máximo em política energética -, seria errado supor que o assunto ficou impopular? Na semana que vem, representantes dos países que participam da convenção da ONU sobre mudança climática (UNFCCC) voltam a se reunir em Bonn para diminuir as distâncias entre as posições dos 192 países. Afinal, em dezembro, um novo encontro sobre o clima, dessa vez na África do Sul, deveria alinhavar um acordo global. Alguém ainda se importa? Eric Camara/BBC

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Palocci e a maldição do caseiro Francenildo

Essa é ótima! O PT no lugar de forçar seu superministro a ir dar explicações no Congresso, prefere, como de praxe, colocar a culpa no sofá. Dessa vez o “sofá” são os correligionários do Serra. A exemplo dos contos de policiais “noir” a culpa é do mordomo. Acham os luminares petistas que os Tupiniquins em breve esqueceram mais essa manobra. Como Palocci explica ter deixado tão rendosa empresa de consultoria para roer o osso de cargo tão espinhoso? Vocês sabem né?: “à mulher de César”… O Editor Palocci está submetido a uma espécie de tortura chinesa, que parece interminável e vai minando a pessoa, aos poucos. É a maldição do caseiro. O tempo passa e conspira contra Palocci, prolongando sua flagelação-penitência. O procurador geral da República Roberto Gurgel deu ao chefe da Casa Civil o prazo de 15 dias para que explique como ficou rico tão subitamente e indique quais são seus clientes. A princípio, criticava-se o procurador por estar protegendo Palocci, já que o prazo é extenso demais para uma resposta tão simples. Mas agora já se diz que o procurador é maquiavélico e, ao estender o prazo, sua verdadeira intenção seria submeter Palocci a uma espécie de tortura chinesa, que parece não acabar nunca, como se fosse a maldição do caseiro Francenildo.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A cada dia, uma novidade. Agora, é a Caixa Econômica Federal informando à Justiça que o responsável pela violação dos dados bancários do caseiro Francenildo dos Santos Costa foi o gabinete do então ministro da Fazenda e hoje ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. É a primeira vez que o banco estatal responsabiliza o ex-ministro. Até então, dizia que apenas havia “transferido” os dados sob sigilo para o Ministério da Fazenda, sem acusar Palocci ou seu gabinete pelo vazamento. O que houve? Mudou a Caixa? Mudou Palocci? Mudou a orientação do Planalto? Ou mudou a consciência dos dirigentes da Caixa? São muitas dúvidas. E por que o ex-presidente Lula evitou falar em público sobre a situação do ministro Antonio Palocci, diante das suspeitas sobre o aumento substancial em seu patrimônio nos últimos quatro anos? Lula saiu pela tangente. E não há qualquer novidade nisso, ele está apenas repetindo a mesma técnica usada nos dois mandatos, quando predominava o “Eu não sabia de nada”. Agora, apenas passou para o “Não tenho nada a ver com isso”. No almoço de mais de três horas com senadores do PT, anteontem, ele sugeriu que o partido siga unido na defesa “do companheiro Palocci”, Depois da reunião-comilança realizada na casa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e da esposa, senadora Gleisi Hoffmann, custeada com recursos públicos, é claro, a avaliação de todos era a de que “a situação de Antonio Palocci ainda está sob controle”, ora vejam só. Lula e os senadores achavam que “ainda não surgiu nenhuma prova concreta que inviabilize a permanência de Palocci no governo”, acredite se quiser. Enquanto isso, acionado pela imprensa (representante maior do interesse público, num país em que os três poderes – governo, judiciário e legislativo – estão “dominados”), o garrote vil da tortura vai apertando o pescoço de Palocci, e a cada dia, aumentam um pouco a pressão. Agora, surge a informação de que o Imposto Sobre Serviços (ISS) da prefeitura de São Paulo demonstra que somente no ano passado a “consultoria” de Palocci faturou R$ 20 milhões, em pleno ano eleitoral, dos quais R$ 10 milhões num período que ele praticamente dedicou por inteiro à campanha de Dilma Rousseff, como seu principal coordenador operacional e financeiro, buscando apoio em votos e patrocínio em espécie (para a campanha ou para a consultoria?), e os outros R$ 10 milhões depois de Dilma eleito e ele sagrado como futuro ministro. O governo e o PT, porém, ainda dizem que tudo isso é coincidência. Enquanto Lula tenta demonstrar que não tem nada a ver com isso, Antonio Palocci já virou game virtual. Na rede mundial de computadores, os internautas não perderam tempo e transformaram o enriquecido ministro em personagem do jogo “Palocci! O Cara!”, criado praticamente em tempo real com as suspeitas envolvendo a empresa de consultoria do ministro. O jogo é simples. A figura de Palocci surge de dentro de uma série de buracos, e o internauta deve acertá-lo com socos. Quanto mais socos, mais pontos. Enquanto isso, Lula, o governo e o PT seguem achando que a situação está sob controle, como se estivessem no melhor dos mundos panglossianos, criados por Voltaire na obra imortal “Cândido ou o Otimismo”. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa

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