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Eugênio Andrade – Versos na tarde

Sei que estou vivo Eugênio de Andrade ¹ Sei que estou vivo e cresço sobre a terra. não porque tenha mais poder, nem mais saber, nem mais haver. Como lábio que suplica outro lábio, como pequena e branca chama de silencio, como sopro obscuro do primeiro crepúsculo, sei que estou vivo, vivo sobre o teu peito, sobre os teus flancos, e cresço para ti. ¹ José Frotinhas Rato * Fundão, Portugal – 19 de Janeiro de 1923 d.C + Porto, Portugal – 13 de Junho de 2005 d.C ganhou o Prêmio Camões da Língua Portuguesa em 2001 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Arte – Fotografia

Fotografias de Mark Story Do projeto Living in Three Centuries – The Face of Age (Vivendo em três séculos – o rosto do tempo) Mark Story trabalhou como diretor de comerciais. As fotos foram feitas entre os anos de 1987 e 2005.   [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Aula em 3D e laboratório virtual levam tecnologia para a escola

Aula em 3D e laboratório virtual levam tecnologia para a escola. Softwares com conteúdo educacional são apresentados em feira em SP. Programas permitem que aluno manipule virtualmente esqueleto humano. Com um clique, o aluno mistura sódio e água no laboratório reproduzido na tela do computador. O experimento resulta numa explosão, virtual, e está dada mais uma lição sobre reações químicas. Com um toque, o professor manipula o sistema solar projetado na tela: muda planetas de posição, aproxima e afasta estrelas e verifica a sombra projetada pelo sol. Depois, com óculos especiais, o estudante faz uma incursão pelo aparelho digestivo humano. Enxerga, com profundidade, estômago e intestinos e ouve explicações sobre o funcionamento desses órgãos. As experiências são possibilitadas por softwares apresentados na feira Educar 2011, realizada em São Paulo. Os recursos prometem motivar alunos e professores e modificar a forma de aprendizagem na sala de aula. Programa permite observar esqueleto humano em três dimensões (Foto: Maria Angélica Oliveira/G1) “Um dos objetivos é criar um ambiente atrativo e motivador para professores e alunos. Muitos anos atrás, meu pai teve o mesmo tipo de aula que eu tive, talvez que você tenha tido e que nossos filhos estejam tendo”, afirma Luís Carlos de Carvalho, diretor-executivo da Total Educacional, empresa que está distribuindo no Brasil a “Sala de Aprendizagem Interativa 3D”, um software fabricado na Índia com conteúdos de matemática, física, química e biologia. saiba mais Feira exibe novidades para escolas e debate desafios da educação Especialista americano defende uso de celulares e tablets em sala de aula O programa tem vídeos, textos, simulações interativas, laboratórios virtuais, testes e links para internet, chamados “objetos de aprendizagem”. O material é em inglês e logo ganhará uma versão em português. Pode ser usado a partir das séries finais do ensino fundamental, no ensino médio, profissionalizante e na educação de jovens e adultos.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] “Com um objeto de aprendizagem de três, quatro ou cinco minutos, o professor consegue fazer a explanação de determinado assunto que ele levaria 50 minutos ou duas aulas de 50 minutos para fazer como cálculos de área e de volume”, argumenta Carvalho. O apelo gerado pela popularização do cinema 3D surte efeito. No primeiro dia de feira, segundo Carvalho, seis escolas fecharam negócio para comprar o software. “Quando a gente fala com um diretor de uma escola, tem o viés pedagógico que é extremamente interessante: você está levando para sala de aula ferramentas que o professor até então não tinha. Esse é um aspecto. E do ponto de vista de marketing, as escolas precisam atrair novos alunos e reter os alunos atuais.” Antes mesmo que o 3D virasse “febre” nas produções de Hollywood, já havia quem pensasse em usá-lo na sala de aula. Produzidos no Brasil, os softwares da empresa P3D estão no mercado há cinco anos. São exportados para cerca de 20 países. “Há cinco anos, isso era novidade. Agora, está virando necessidade”, afirma Jane Vieira, representante da empresa. Os programas usam 3D em “aquário”, ou seja, numa tela, e 3D com estereoscopia, com o uso de óculos especiais. Nos dois, é possível manipular o conteúdo, ou seja, mudar um objeto de posição, girar, afastar, aproximar etc. O programa é vendido para escolas sob forma de uma “licença de uso” que custa em torno de R$ 1,5 mil por mês. Outro recurso disponível para as escolas é o laboratório virtual, um software que reproduz o ambiente físico de um laboratório real. A animação mostra mesas, equipamentos e substâncias armazenadas. Algumas funções do programa se assemelham a um “game”, permitindo que o aluno escolha uma experiência dentre as que já estão prontas ou crie a sua própria. Também é possível dissecar animais e ver vídeos de experiências reais, como o protozoário que causa a doença de Chagas. “A gente precisa quebrar um pouco o fato de que computador é pra jogar. Muitas escolas não têm laboratório e, levando o visual, é possível tirar algo do imaginário e passar para o concreto”, opina Izabel Lemos Ramos, coordenadora de tecnologia educacional do colégio Villa-Lobos, em Salvador (BA). Uma das visitantes da feira, ela assistiu a uma apresentação do Laboratório Virtual de Aprendizagem, lançado pela Pearson. Izabel conta que já utiliza simuladores e ambientes virtuais para o ensino em sala de aula. Segundo ela, muitos softwares livres e materiais de apoio podem ser encontrados no site do Ministério da Educação. “Eu vejo os meninos acharem bacana. Fica mais fácil para associarem o conteúdo”, diz. 18ª Educar – Feira e Congresso Internacional de Educação Local: Centro de Exposições Imigrantes, Rod. dos Imigrantes Km 1,5 – São Paulo. Data: de 18 a 21 de maio Horários: quarta-feiras das 13h às 19h30; quinta-feira das 9h às 19h45; sexta-feira das 9h30 às 18h15; sábado das 9h às 17h30. Ingressos: a feira é aberta ao público, os seminários requerem inscrição. Maria Angélica Oliveira/G1

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Considerações sobre novos desejos

Causa da depressão pode não ser perda e frustração, mas a chegada de novo desejo, que é silenciado UM JOVEM não sabe o que ele está a fim de fazer da vida, e os pais pedem que eu descubra qual é o desejo do filho, de modo que ele possa escolher o vestibular e a profissão que ele “realmente” gostaria. Na mesma semana, encontro um adulto que acha que, de fato, nunca fez nada por desejo. Embora bem-sucedido, queixa-se de que suas escolhas (profissionais e amorosas) sempre teriam sido circunstanciais, efeitos de oportunidades encontradas ao longo do caminho. Ele pede, antes que seja tarde, que eu o ajude a descobrir qual é “realmente” o seu desejo. Nos dois casos, o pressuposto é o mesmo: quem viver segundo seu desejo será, no mínimo, mais alegre. Esta é mesmo uma boa definição da alegria: a sensação de que nosso desejo está engajado no que estamos fazendo, ou seja, de que nossa vida não acontece por inércia e obrigação. Inversa e logicamente, muitos estimam dever sua (grande ou pequena) infelicidade ao fato de terem dirigido a vida por caminhos que – eles declaram – não eram exatamente os que eles queriam. Pois bem, esse pressuposto e os pedidos que recebi se chocam com esta constatação: o “nosso desejo” nunca é UM desejo definido por UM objeto ou por UM projeto. Não existe, nem escrito lá no fundo escondido de nossa mente, UM querer definido, que poderíamos descobrir e, logo, praticar com afinco e satisfação porque estaríamos fazendo aquela coisa ou caçando aquele objeto aos quais éramos, por assim dizer, destinados.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Nada disso: de uma certa forma, todos os objetos e os projetos se valem, e nenhum é “nosso” objeto ou projeto específico. Ou seja, nós desejamos sempre segundo as circunstâncias, os encontros, as oportunidades – segundo as tentações, se você preferir. Somos volúveis? Nem tanto, pois cada objeto e projeto não substitui necessariamente o anterior. O que acontece é que desejar é uma atividade inventiva a jato contínuo. Por consequência, mesmo quando estamos alegremente convencidos de estar fazendo o que queremos com nossa vida, nunca estamos ao abrigo do surgimento de desejos novos. Claro, podemos aceitar esses desejos novos. Por exemplo, em “As Confissões de Schmidt” (que não é um grande filme), de A. Payne, com Jack Nicholson, o protagonista acorda de noite, olha para sua mulher de sei lá quantos anos e se pergunta estupefato: “Quem é esta mulher que dorme na minha cama?”. Logo, ele dá um rumo novo à sua vida, colocando o pé na estrada. Mas a expressão de seus novos desejos é fortemente facilitada por duas circunstâncias: providencialmente, o protagonista se aposenta e fica viúvo. Nessas condições, escutar novos desejos fica fácil, não é? Agora, imaginemos alguém que esteja no meio de sua vida profissional e num bom momento de sua vida amorosa. Nesse caso, provavelmente, o novo desejo será silenciado, reprimido, menosprezado (”deixe para lá, é besteira”). Resultado: o indivíduo continuará declarando que está vivendo a vida que ele queria (e, em parte, será verdade); só que, de repente, sem entender por quê, ele perderá sua alegria. Por que razão nosso indivíduo negligenciaria seus novos desejos? Simples: por serem novos, eles acarretam a ameaça de uma ruptura no presente: afetos e laços que poderiam ser perdidos, medo da solidão e preguiça dos esforços necessários para reinventar a vida. Infelizmente, essa negligência tem um custo alto. Sempre entendi assim a “Metamorfose”, de Kafka: alguém acorda, e o que até então era uma vida normal e legal, de repente, aos seus olhos, é uma vida de barata. Nota útil para a clínica da depressão. Às vezes, procuramos em vão as causas de uma depressão; será que houve lutos ou perdas? Nada disso; está tudo bem, trabalho, família, filhos e tal, mas o indivíduo entristece, volta a fumar e a beber como se quisesse encurtar a vida, engorda como se estivesse num mar de frustração e precisasse de gratificações alternativas. Em muitas dessas vezes, a origem da depressão não é uma perda, nem propriamente uma frustração, mas a aparição de um desejo novo que não foi reconhecido. E os novos desejos, sobretudo quando são silenciados, desvalorizam a vida que estamos vivendo. Moral da fábula: 1) Não existem vidas definitivamente resolvidas, pois novos desejos surgem sempre; 2) É bom reconhecer os novos desejos, mesmo que deixemos de realizá-los. Contardo Calligaris/Folha de S. Paulo ccalligari@uol.com.br

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