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Henriqueta Lisboa – Versos na tarde

Serena Henriqueta Lisboa ¹ Essa ternura grave que me ensina a sofrer em silêncio, na suavidade do entardecer, menos que pluma de ave pesa sobre meu ser. E só assim, na levitação da hora alta e fria, porque a noite me leve, sorvo, pura, a alegria, que outrora, por mais breve, de emoção me feria. ¹ Henriqueta Lisboa * Lambari, MG. – 15 de Julho de 1904 d.C + Belo Horizonte, MG. – 9 de Outubro de 1985 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Justiça Militar condena quatro militares por desvio de R$ 10 milhões

Eis um dos motivos pelos quais o Exército Brasileiro tem credibilidade junto ao povo. Diferentemente dos ladrões que assolam a política nacional em todos os níveis, os militares abaixo, foram condenados e após a condenação, pelo tempo de pena, perderão a patente. É importante notar que foram julgados por outros militares que não fizeram uso do famigerado “corporativismo” para absolve-los. O Editor STM condena quatro militares por desvio de R$ 10 milhões Quatro militares da reserva do Exército foram condenados pelo Superior Tribunal Militar (STM), nesta quinta-feira, pela formação de esquema de corrupção na 1ª Região Militar, no Rio de Janeiro. Eles emitiam ordem bancária para o favorecimento ilícito de “laranjas” e depois sacavam o dinheiro. A fraude causou um prejuízo de R$ 10 milhões. O coronel Airton Quintella de Castro Menezes, apontado como coordenador do esquema, foi condenado a 10 anos de prisão. O coronel Márcio Domeneck Salgado pegou sete anos. Os outros dois envolvidos, o capitão Adilson Alves Pinheiro e o sargento Luis Alberto Caldeira dos Santos tiveram a pena atenuada por terem confessado o crime. Eles vão cumprir sete anos de prisão.[ad#Retangulos – Direita] Em julho de 2009, o Conselho Especial de Justiça para o Exército decidiu, em primeira instância, condenar os quatro acusados. A apelação apresentada pelos militares foi parcialmente atendida pelo STM, que considerou outras condições para a fixação da pena. Segundo o relator do caso, ministro William Barros, foi necessário impor uma sanção mais rigorosa ao coronel Airton Menezes que “coordenou o esquema criminoso durante todo o exercício”, como ordenador de despesas da 1ª Região Militar. O sargento Luis Alberto Santos confessou que recebia por mês R$ 1 mil do coronel Menezes para participar do esquema, alterando os dados das ordens bancárias para o desvio do dinheiro. O sargento entrou para reserva em 1998, mas permaneceu em atividade até 2003. Ele alegou em depoimento que, somente graças ao coronel, pode manter-se em situação irregular no Exército, com a finalidade de participar do esquema. O Globo

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Design – triciclo

O CarGo – Triciclo elétrico, projetado para entregas urbanas.Manobrável como uma motocicleta e com capacidade de carga de uma caminhonete.Designer: Adam Schacter   [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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A democracia plugada

O dado impacta: já há mais de 2 bilhões de pessoas conectadas às redes sociais eletrônicas, quase um em cada três habitantes do planeta. A cada minuto, milhares de novos internautas ingressam no circuito tecnológico da informação, enquanto a assinatura de telefones celulares já passa da marca de 5 bilhões. O mundo está plugado. O fenômeno suscita estudos, debates e análises nas frentes de pesquisas sobre comportamento social, mas um aspecto chama a atenção pela importância que passa a ter para o desenvolvimento político das Nações. A questão assim pode ser posta: a Era da Informação Total, caracterizada pela interligação das comunidades mundiais, por meio das infovias da web, contribuirá para o aperfeiçoamento da democracia? Ou, se quisermos puxar a questão para o território brasileiro, o que significa a existência no país de 45 milhões de internautas, numero que lhe confere posição destacada no mapa mundial das redes? Poderemos contar com a melhoria dos padrões políticos, na hipótese de que parcela acentuada do eleitorado começa a socar os primeiros tijolos de uma democracia participativa plugada na eletrônica? Vale recordar, de início, que a política, desde eras remotas, acompanha os fios da comunicação. Um ente se agarra ao outro, na extraordinária simbiose que amalgama o poder da palavra e a força das ideias. Na antiguidade, os ideários fluíam pelo gogó e gestual dos governantes, rito de que são ícones Demóstenes (384-322 A C.), político que venceu a gagueira forçando-se a falar com seixos na boca, tornando-se o maior orador grego, e Cícero (106-43 A.C.), advogado e mestre de civismo, famoso também pelo discurso contra o conspirador Catilina e considerado o maior orador romano. Da Ágora, a praça central de Atenas, e do Fórum romano, o discurso político avolumou-se, saindo do Estado-Cidade para o Estado-Nação, e agregando força na esteira dos ciclos históricos da comunicação: a era Gutenberg no século XV (a descoberta da imprensa, 1440/1550), a Galáxia Marconi (a invenção do rádio, em 1896), que impulsionou a escalada de demagogos como Hitler e Mussolini, até chegarmos ao Estado-Espetáculo, adornado com as luzes televisivas, a partir dos anos 60 e com a imagem esbelta de John Kennedy.[ad#Retangulo – Anuncios – Duplo] Nesse ciclo, a estética se impõe à semântica e os atores políticos passam a incorporar elementos dramáticos ao desempenho, redundando não raro em performances mirabolantes com a finalidade de cativar e mobilizar as massas. A política no Estado Moderno ganha operacionalidade com a implantação do governo representativo pela constituição francesa de 1791 (“os representantes são o corpo legislativo e o rei”) e o corpo social faz-se representar por um grupo de pessoas que passam a agir de acordo com a “vontade geral”. O modelo, porém, começa a receber questionamentos. A crítica era de que o sufrágio universal não teria sido capaz de melhorar a condição de vida de milhões de pessoas. Lançava-se ali a semente da representação de grupos específicos, derivando daí a democracia de grupos e facções, de que são exemplo, na atualidade, os Estados Unidos. Aí, o voto enraíza-se nas localidades, servindo de escudo de grupos e setores. É também de Bobbio a crítica de que a democracia não tem cumprido suas promessas, entre elas, a educação para a cidadania, justiça para todos e segurança social. Não sem razão, a democracia representativa atravessa tempos continuados de crise, com o desvanecimento de partidos e doutrinas, arrefecimento das bases, declínio dos parlamentos, fatores que, em contraponto, contribuem para fortalecer o Poder Executivo. É dentro dessa moldura que se encaixa a “civilização eletrônica”. No vazio entre o universo político e a esfera social, emergem novos pólos de poder, a partir das entidades de intermediação social, e ultimamente, das redes sociais. O portentoso aglomerado que navega na internet é um caleidoscópio do pensamento social, particularmente de segmentos que trafegam no meio da pirâmide (ou do losango, como já se descreve o formato da geometria social brasileira). Encaixa-se na metáfora da pedra jogada no meio do lago, criando marolas que se desdobram até as margens. Não se nega que a “sociedade eletrônica” vive a infância, época das primeiras descobertas e da curiosidade. Banha-se de águas lúdicas. Daí não se poder ainda falar de democracia participativa, eis que milhares de internautas se valem das redes para enviar mensagens pessoais, postar fotos, divulgar vídeos, baixar músicas, instalar aplicativos e até namorar. A matéria política, que aparece em conta gotas, indica que o revigoramento do espírito público tem muito caminho pela frente. Por enquanto não dá para apostar no “potencial revolucionário” das tecnologias modernas da informação. Se o engajamento político da sociedade não adere à dinâmica das redes é porque a esfera representativa também não tem sabido delas se utilizar. O forte da tecnologia eletrônica é a capacidade de gerar interação entre elos do sistema, políticos e eleitores. O que se observa, pelo menos no caso brasileiro, é o uso da web para veiculação unilateral de mensagens, a maioria de caráter autopromocional, a revelar o “chapabranquismo” de nossa política. Quando o sistema for usado em prol do jogo interativo, poder-se-á acreditar numa base social envolvida com a política. Essa, aliás, parece ter sido a intenção de José Serra ao criar seu site. O tucano dispõe de tempo livre para fustigar as frentes do governo. O risco é o de ficar confinado à gaiola individualista, que, pelo menos até o momento, tem caracterizado a ação dos políticos conectados ao sistema. Dito isso, vamos à resposta para a questão inicial: as redes sociais podem, sim, vir a melhorar os padrões da política brasileira na medida em que seus participantes façam a lição de casa. A começar pela maneira de entender e operar a tecnologia da informação. Deitar nelas apenas para cochilar, pouco adiantará. Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação. Twitter @gaudtorquato

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