Esse tipo de atitude é que alimenta a retórica furibunda de um Jair Bolsonaro. O que mais se pode esperar da avacalhação com que são distribuídas medalhas, comendas e títulos honoríficos na taba dos Tupiniquins? Quando chegará a vez do Fernandinho Beira-Mar? Uma “medalhada” dessa só pode ser algum tipo de gozação. O Editor Mais uma afronta à cidadania: Genoino, réu no Supremo por corrupção e formação de quadrilha, é condecorado pelo ministro da Defesa e ganha a Medalha da Vitória. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa O jornalista Ricardo Setti, em seu blog, chamou atenção para um importante assunto que passou meio despercebido pela chamada grande imprensa: o fato do ex-deputado José Genoino ter sido agraciado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, com a Medalha da Vitória. Esse tipo de honraria não é para qualquer um. Vejam o que diz o decreto presidencial que criou a condecoração: “Art. 1º Fica criada a Medalha da Vitória, em reconhecimento à atuação do Brasil em defesa da liberdade e da paz mundial, em especial na II Guerra Mundial. Art. 2º A Medalha da Vitória poderá ser conferida aos militares das Forças Armadas, aos civis nacionais, aos militares e civis estrangeiros, aos policiais e bombeiros militares e às organizações militares e instituições civis nacionais que tenham contribuído para a difusão dos feitos da Força Expedicionária Brasileira durante a II Guerra Mundial, participado de conflitos internacionais na defesa dos interesses do País, integrado missões de paz, prestado serviços relevantes ou apoiado o Ministério da Defesa no cumprimento de suas missões constitucionais.” Por gentileza, que alguém explique onde José Genoino está enquadrado aí acima, para merecer a medalha. Como o jornalista Ricardo Setti destacou, o ex-deputado José Genoino, assessor do ministro Nelson Jobim, é réu do escândalo do mensalão, tendo sido denunciado pelo procurador-geral da República pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. A denúncia foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal e está em processo de julgamento. A nomeação de Genoino para assessor do Ministério da Defesa já foi um escárnio. Mas a condecoração é muito mais grave, é uma ofensa à cidadania, um desacato a quem realmente merece a Medalha da Vitória e nunca recebeu. Fica parecendo que as autoridades brasileiras fazem questão de tripudiar sobre o cidadão, de mostrar quem manda neste país, de exibirem poder e demonstrarem menosprezo pela opinião pública. Decididamente, não têm pudor. Aliás, Francelino Pereira, já ia esquecendo: Que país é esse? Ora, meu amigo, é o país do dólar na cueca e do corrupto condecorado. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]