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Mabel Veloso – Versos na tarde

Em Tempo Mabel Velloso ¹ Tempo vamos fazer uma troca? Eu lhe dou as minhas rugas Você devolve o meu rosto Jovem e limpo como ontem. Eu lhe dou cabelos brancos Você me devolve os cachos Negros, longos, bem sedosos Assim como antigamente. Eu lhe dou minha agenda Cheia de notas e horários E você me dá de volta Meu álbum de figurinhas. Toma de mim a caneta, Cadernos prá corrigir Me dá de volta os meus lápis E quadros prá eu colorir. Eu lhe dou toda essa roupa Que devo agora lavar Você me dá outra vez Bonecas para eu brincar. Eu lhe dou a pia cheia De pratos engordurados E você me dá em troca Caxixis para eu brincar. Eu lhe dou esses transportes Que sou obrigada a usar E você me dá de volta Bicicleta para eu montar. Eu lhe dou esses meus óculos Que da cara já não tiro E você me dá de volta Os meus olhos com o seu brilho. Eu lhe dou as minhas pernas Que já andam lentamente Em você devolve em troca As grossas de antigamente. Eu lhe entrego os meus braços Cansados de trabalhar Você me dá os meus braços Relaxados de folgar. ¹ Mabel Velloso * St. Amaro da Purivicação, BA. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Mensalão do DEM: não tem ninguém preso

Mensalão do DEM: todos os envolvidos estão soltos Um ano e dois meses após o chamado mensalão do DEM no Distrito Federal vir à tona, nenhum dos protagonistas do escândalo está preso. Pelo contrário: muitos mostraram a cara na campanha eleitoral de 2010. Cinco deputados distritais mencionados no inquérito da Polícia Federal se reelegeram. Outros sete foram derrotados nas urnas. Todos alegam inocência. Leonardo Prudente (sem partido), que apareceu em vídeo escondendo dinheiro na meia, renunciou ao mandato de deputado distrital e sumiu da vida pública. Eurides Brito (PMDB), filmada enfiando maços de dinheiro na bolsa, teve o mandato de deputada distrital cassado e também sumiu. Também está recluso o ex-governador José Roberto Arruda, filmado recebendo maços de dinheiro. Ele passou dois meses preso na Superintendência da PF. Entre uma temporada e outra numa casa de praia em Guarajuba, na Bahia, tem se ocupado de depoimentos ao Ministério Público para detalhar o esquema. O autor dos vídeos, Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda, fez acordo de delação premiada com o Ministério Público e está solto. Jaqueline Roriz, deputada federal pelo PMN e filha do ex-governador Joaquim Roriz, foi flagrada recebendo dinheiro do esquema, em 2006. Agora, luta contra a cassação do mandato de deputado federal. O Globo

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Tecnologia: Toalhas de hotel ganham chip contra furtos

Tecnologia de radiofrequência está por trás da solução. Levar a roupa de banho como ‘souvenir’ pode estar com os dias contados. Empresa brasileira Haco também tem solução de etiquetas para roupas com controle por radiofrequência. Para muitos viajantes, roubar toalhas de hotel ou roupões é mais um passatempo do que um pequeno delito. Os hotéis, por outro lado, levam mais a sério. Tão a sério que alguns começaram a incorporar chips de radiofrequência, ou “tags RFID” dentro da roupa de banho para ajudar a evitar que “acidentalmente” os hóspedes encham as malas de “souvenirs” antes do check-out. Os chips, projetados pela empresa sediada em Miami, Linen Technology Tracking, podem ser costurados diretamente em toalhas, roupões ou lençóis, e resistem até 300 ciclos de lavagem. Se um item etiquetado deixar as instalações do hotel, o chip RFID dispara um alarme que irá imediatamente alertar os funcionários do estabelecimento e, no mínimo embaraçar o viajante.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] O sistema já gerou dividendos para um hotel de Honolulu, que afirma ter economizado cerca de US$ 15 mil desde a adoção do sistema em 2010. Além do hotel no Havaí, apenas dois outros estabelecimentos começaram a etiquetar suas toalhas – um em Manhattan e outr em Miami. Todos os três, no entanto, optaram por permanecer anônimos. G1

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Independência dos poderes e o Supremo Tribunal Federal

O Supremo Tribunal Federal, nos últimos tempos, não sai das manchetes. O presidente Peluso, quer que as decisões do Congresso, passem “preventivamente” pelo APROVO do Supremo. E cita o “efeito vinculante”. O grande constitucionalista de Portugal, Gomes Canotilho, professor de Coimbra, disse numa entrevista publicada aqui mesmo no Brasil: “O Supremo no Brasil , se mete em tudo, até em questões sobre as quais não tem nenhuma ingerência”. Perfeito, pelo personagem e pela observação a respeito do tribunal. O ministro Marco Aurélio Mello, teve a coragem de ler no plenário a entrevista do famoso professor português, que sempre que pode está no Brasil. E não fez a menor restrição às considerações dele. Pelo tom da leitura, pode até ser dito que o ministro concordava mais do que divergia.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Agora, o mesmo Ministro Marco Aurelio, critica o CNJ, (Conselho Nacional de Justiça) dizendo que ele está atuando em áreas indevidas. Pode ser que Marco Aurélio tenha tido o professor de Portugal como “alavanca e ponto de apoio”. Mas quem sabe a motivação seja diferente? O presidente desse CNJ é o presidente do próprio Supremo, no caso Cezar Peluso. Talvez seja o alvo e o objetivo de Marco Aurélio e de muita gente. Na verdade é difícil concordar com Peluso e esperar que esteja respeitando o bom senso, o discernimento e o conhecimento. Toda a confusão da votação do ficha-limpa que ficou de forma INEDITA e ESCANDALOSA, 6 meses empatada de 5 a 5, tem nele sua causa única de indecisão (ou não decisão), de inconsciência, de descrédito para o Supremo. O Regimento interno do Supremo tem duas exigências, logo no inicio, exigências que Peluso, disparatadamente não cumpriu. 1 – “Com 8 Ministros o Supremo pode decidir, com menos não”. 2 – “Se houver empate, o presidente decide pelo voto preferencial”. Portanto, não é facultativo para o presidente e sim obrigatório. E o que está escrito, tem toda razão de ser. Determinando que com 8 ministros presentes, o Supremo pode decidir, reconhece que na decisão com numero par, pode haver o presumível empate. E decide o que fazer nessa circunstância. Não falo por falar, em 1963 fui julgado pelo Supremo. Presentes 8 ministros, o julgamento ficou (sem terminar) em 4 a 4. Quiseram levantar a questão, impedir que o presidente desempatasse. Acontece que o presidente se chamava Ribeiro da Costa, mostrou o Regimento e votou. E não se diga que o bravo Ribeiro da Costa estava obrigado a me absolver. Votara a meu favor, mas podia votar contra. A Constituição de 1946 criara o voto-de-desempate, o presidente não estava obrigado a coisa alguma. Obrigado estava, apenas a votar. Cezar Peluso, que agora fala no “caráter vinculante”, também não estava obrigado a nada, como Ribeiro da Costa. Só não podia dizer, como disse: “Não vou DESEMPATAR, FICO CONSTRANGIDO”. Agora o mesmo Cezar Peluso, sem CONSTRANGIMENTO, quer submeter o Congresso (Legislativo) ao jugo e ditadura de outro Poder (o Judiciário). Completamente absurdo, e violentando o artigo 2º da Constituição: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, Executivo e Judiciário”. Visivelmente inconstitucional e sem aplicação mesmo remotamente. Mas não é só isso. Só que há mais e muito mais conflitante. Antes do Ministro Peluso querer controlar, antecipadamente o Legislativo, examinando os projetos que serão discutidos, debatidos e votados, a Camara teve ideia igual, para atingir o Supremo. Foi apresentado Projeto de Emenda Constitucional (PEC) com o seguinte objetivo ou determinação: “Os julgamentos ou decisões do Supremo Tribunal Federal, só passarão a valer depois de RATIFICAÇÃO do Congresso”. O deputado que apresentou essa PEC (que está na Comissão de Constituição) fez discurso violentíssimo contra o Supremo. Muita gente não percebeu nem deu importância, mas a partir do discurso de Peluso, a PEC sobre o Supremo tem sido muito consultada. Deputados e senadores acreditam e divulgam: “A fala do presidente do Supremo, é represália, ele não percebeu o que está provocando”. Ou então, não havendo nenhuma decisão, de lado a lado. O fato do Supremo não ter a ultima palavra, nem é inédito. Nos EUA, em caso de pena de morte, são admitidos muitos recursos, centenas deles. Às vezes, presos ficam no “corredor da morte” até mais de 10 anos. *** PS – Foi o caso de Caryl Chessmann, que decorridos 10 anos, tendo se formado em muita coisa, escrito livros, era visivelmente um outro homem. Mas foi morto, quer dizer assassinado. PS2 – Na questão da pena de morte, o governador do estado está acima da Corte Suprema. Pode transformar a pena de morte em prisão perpetua, com ou sem condicional. Como disputa eleição, só intervém mesmo, depois de muitas e muitas pesquisas mandando favorecer o preso. PS3 – De qualquer maneira, a restrição posterior ao Supremo, ou o referendo antecipado ao Congresso, tem vetos e votos, ódios e admirações. Acho que ficará tudo como está. Hélio Fernandes/Tribuna da Imprensa

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