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Bernardo Guimarães – Versos na tarde

Se eu de ti me esquecer Bernardo Guimarães ¹ Se eu de ti me esquecer, nem mais um riso Possam meus tristes lábios desprender; Para sempre abandone-me a esperança, Se eu de ti me esquecer. Neguem-me auras o ar, neguem-me os bosques Sombra amiga, em que possa adormecer, Não tenham para mim murmúrio as águas, Se eu de ti me esquecer. Em minhas mãos em áspide se mude No mesmo instante a flor, que eu for colher; Em fel a fonte, a que chegar meus lábios, Se eu de ti me esquecer. Em meu peregrinar jamais encontre Pobre albergue, onde possa me acolher; De plaga em plaga, foragido vague, Se eu de ti me esquecer. Qual sombra de precito entre os viventes Passe os míseros dias a gemer, E em meus martírios me escarneça o mundo, Se eu de ti me esquecer. Se eu de ti me esquecer, nem uma lágrima Caia sobre o sepulcro, em que eu jazer; Por todos esquecido viva e morra, Se eu de ti me esquecer. ¹ Bernardo Joaquim da Silva Guimarães * Ouro Preto, MG. – 15 de Agosto de 1825 d.C + Ouro Preto, MG. – 10 de Março de 1984 d.C Romancista e poeta brasileiro, conhecido por ter escrito o romance A Escrava Isaura [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Arte – Pintura – Caravaggio

Narciso – Michelangelo Caravaggio – c. 1597 Óleo sobre tela – 110 × 92 cm – Galleria Nazionale d’Arte Antica clique na imagem para ampliar Narciso – Detalhe clique na imagem para ampliar [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Língua Portuguesa: Paulo Coelho

O tal mago que diz conseguir se comunicar com Delfos, gnomos e outros seres nebulosos, mas não consegue encontrar uma simples gramática, que o ajude na comunicação correta com os pobres mortais usuários da Última flor do Lácio, inculta e bela. “Há dois dias atrás você disse que eu nunca tive sonhos de viajar.” (Pág. 86) A impressão que fica é que PC adora brincar de escrever português. Qualquer pessoa com dois dedinhos de leitura descontraída sabe que há e atrás não combinam. “Há dois dias atrás” é expressão redundante, pois a idéia de passado já está contida no verbo haver, sendo desnecessário o uso do advérbio atrás. A excrescência também ocorre nas páginas 103, 133, 161, 210, 242… Extraída do livro “O Alquimista” (159ª. edição — Ed. Rocco), compilada pelo Professor J. Milton Gonçalves.

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Motocicletas

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Políticos brasileiros e a antropologia

Pelo poder, fazem qualquer negócio, vendendo ilusões e comprando consciências, na mais absoluta falta de conduta ética. O jeitinho brasileiro, a malandragem pseudo-afável e a desfaçatez moral já estão arraigados no universo político brasileiro. O Editor Lições de antropologia Assim como toda a humanidade é afrodescendente, toda linguagem emana da África, revelam agora os cientistas. Os homens e suas línguas são todos primos, em diferentes graus de parentesco, evoluindo rumo à incompreensão mútua. Mas há exceções. Veja o caso do politicus brasiliensis. Concentrado em um nicho do Planalto Central, esse grupamento se comunica em português, embora nem todos os seus integrantes se façam entender. Alguns produzem dialetos: o “povão” de Lula não é o mesmo “povão” de Fernando Henrique. Há muitas outras expressões que têm significados distintos para cada subgrupo. O que eles chamam de “reforma política” tem implicações completamente diferentes para a taba dos tucanos em comparação às dos petistas, dos peemedebistas e dos partidos pigmeus. Ao antropólogo amador convém lembrar sempre que, embora possa parecer que estejam todos debatendo o bem da aldeia, cada lado defende estritamente os interesses de sua oca. A preferência por um ou outro sistema eleitoral, por exemplo, varia em função das chances de eleger maior número de representantes para o conselho tribal.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Se o jeito “cada um por si e ninguém por todos” melhora as probabilidades do PMDB, é com esse que ele vai. Se o voto em lista aumenta o poder da caciquia partidária sobre a indiada, é esse o modelo a ser defendido pelo PT. O que pode parecer cinismo em outras plagas é puro pragmatismo para o politicus brasiliensis: não há sistema intrinsecamente melhor ou pior; há os mais e os menos convenientes. Um observador distraído poderia perguntar: uma reforma não serve para consertar os erros, a começar dos mais graves? Esse tipo de ingenuidade não existe na linguagem brasiliense. O voto de um índio de despovoada área ao norte conta 11 vezes mais do que o de um sujeito da mesma etnia que mora mais ao sul, mas isso não é importante para os caciques. Corrigir distorções de representação dá trabalho e seu lucro é duvidoso. Preferem apagar do dicionário. Quase tão complicado é diminuir o número de partidos custeados por “o seu, o nosso” (maneira como entendem o conceito de “dinheiro”). Nessa discussão, os pigmeus se agigantam. Barram qualquer tipo de barreira à sua existência. Mas nada fazem além de repetir os primos maiores ao defenderem sua oca em detrimento da aldeia. Tal qual um bonobo africano, o politicus brasiliensis tende a ter muitos e diversos parceiros. Daí ser quase impossível cobrar-lhe fidelidade partidária. Importam, pois, prática de outras culturas. A promiscuidade é proibida ao longo do ano, com exceção de um breve período quando ninguém é de ninguém. É o carnaval partidário, chamado lá de “janela”. Ideologia é conceito ultrapassado entre eles. Preferem testar as fronteiras da física e da filosofia, fundando partidos que não estão “nem no centro, nem na direita nem na esquerda”. Abandonar sua oca e erguer a própria taba é um costume frequente do politicus brasiliensis. Mais do que um simples ritual de passagem, é uma tentativa de formar sua própria dinastia. Se há, digamos, Maias e Magalhães lotando o cacicado de um partido, cria-se outro para abrigar Kassabs e Afifs. Para alguns pesquisadores, a prática de mudar o nome da taba de tempo em tempo e produzir defecções contínuas pode levar à extinção. Ainda não há evidências empíricas suficientes para provar a tese, mas a tenda que já foi Arena, PDS, PFL e agora DEM está cada vez menor. Mesmo reduzido, o grupamento politicus brasiliensis é diversificado. Há representantes de ambos os gêneros, de múltiplos credos, de heterossexuais, de homossexuais, e, dizem algumas correntes antropológicas, até dos Neandertais. Seu objetivo é eternizar-se no poder. Alguns exemplares acreditam que cultivar o bigode e tingir o cabelo ajuda. Outros preferem implantes capilares. Mas nada bate seu sistema de troca de favores, chamado toma lá dá cá. “Nunca se sabe quando será preciso contar com o voto de um colega para arquivar uma falta de decoro”, dizem. Apesar das diferenças, o grupo sempre acaba se entendendo. Você pode até não compreender, mas eles falam a mesma língua. José Roberto de Tolledo/O Estado de S.Paulo

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Shakespeare – Frase do dia

“Enquanto houver um louco, um poeta e um amante haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança.” Shakespeare

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